Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

DULCE

- Divulgar nossa empresa... - Sussurrei, apreensiva. - Tem alguma coisa estranha.

- Não há nada estranho, querida, é a melhor notícia de nossas vidas. - Ucker exclamou, abrindo uma garrafa de Champanhe com entusiasmo. - Vamos, comemore comigo.

Levantei, pegando a taça que ele me oferecia. O líquido borbulhava no copo na mesma frequência em que alguma coisa borbulhava no meu estômago. Era meu instinto acusando outra vez.

- Não, eu preciso conhecer esse cara. - Devolvi a taça, me afastando.

- Lógico que vai conhecer, mas antes nós vamos comemorar. - Sorriu, buscando alguma coisa na janela. - Aliás, eles chegaram.

Olhei para a porta, apreensiva. Um pequeno par de pés correu em minha direção, se lançando nos meus braços enquanto um sorriso conhecido pareceu me receber, do outro lado.

- Meu Deus, Julia. - Exclamei, apertando minha sobrinha nos braços. - Que saudades de você, pequenininha.

- Achei que fosse gostar de vê-los. Afinal, não podemos comemorar um fato desses sozinhos.

- E não vão, eu estou tão feliz por você irmã. - Poncho se aproximou, me apertando nos braços com a filha.

- Sabe, as vezes acho que Christopher casou com a irmã errada. - Brinquei, pondo Julia no chão. - Não está nada certo ainda, não fiquem felizes a toa.

- Está vendo? É assim que sua irmã trata as boas notícias. 

- Um grande problema. - Poncho balançava a cabeça enquanto enchia uma taça, me entregando. - Mas nada que não possamos resolver com uma pequena dose de alegria.

- Achei que não bebesse. - Retruquei, virando a taça. - Mudou os hábitos?

- É uma noite especial, senhorita. - Sorriu, bebendo o líquido antes de sentar no sofá, pondo Julia no colo. - Me contem, quem é ele?

- É um empresário venezuelano, que se interessou nos nossos negócios e agora quer divulgar. - Vamos deixar o país, amigo, sair da fronteira.

Revirei os olhos, brincando com Julia enquanto eles derramavam ansiedade.

- Isso é ótimo, nunca tivemos marketing nenhum. Com essa possibilidade, a exportação vai ficar acessível. O lucro vai triplicar. É mais do que poderíamos sonhar.

- Muito mais, cunhado, é uma vida inteira. Uma vida inteira esperando por esse momento.

- Nem posso acreditar.

- Tudo bem, vou levar a criança antes que ela enlouqueça com esse papo. - Exclamei, pegando Julia nos braços. - Onde está a mãe dela?

- Trabalhando, onde mais poderia estar? - Poncho levantou, enchendo outra taça. - Pode deixar irmãzinha, vou comemorar por você.

Balancei a cabeça, me afastando com a criança. Era a primeira vez que Poncho falava da mulher sem entristecer a voz. A primeira vez que a citava sem parecer o homem que havia largado tudo para cuidar da filha enquanto sua mulher cuidava do incessante emprego de advogada.

Aquela notícia pareceu ter feito milagre, revolucionou uma vida inteira de espera. Mexeu com a estabilidade dos negócios... virando as coisas pro ar, do jeito que eu me acostumara, a só uma pessoa fazer.

- Veja Julia, está tudo se acertando... mas sua tia boba ainda não consegue acreditar nisso. - Suspirei, fechando os olhos. - Droga de mau pressentimento.