Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

ANAHI

Acendi um cigarro, deixando que a fumaça cobrisse o ar nostálgico que vinha da janela. Sobre a mesa, o velho copo de uísque, já pela metade, denunciava o estado em que eu voltara a estar.

Era a velha adolescente problemática outra vez. A velha garota esquisita, que se afundava em todas as drogas e esquisitices, para fugir da ausência do pai e da solidão prematura. E dessa vez, os motivos se moldavam em outras circunstâncias. A circunstância em que eu crescia e, perdia a oportunidade de mudar.

- Preciso insistir que saia desse quarto. Estou começando a sentir pena do seu estado.

Estevan se aproximou hesitante, me observando tragar o cigarro, sem ligar pra sua presença.

- Vamos Anahi, está um dia lindo lá fora.

- Sorte a sua, aproveite. – Falei cruzando os pés esticados, sobre a mesa. - Não devia invadir meu quarto, posso te processar por isso.

- Bom, levando em conta que sou seu advogado. Acho que perderíamos esta causa. - Brincou, pondo as mãos no bolso. - Só quis acalmar o clima, precisamos manter uma boa relação se quisermos que isso dê certo.

- Isso é lindo, mas não me importa. - Grunhi, virando o resto do uísque. - Saia, preciso ficar só.

- Como sempre esteve. – Comentou me encarando. - Se você quer mudar, precisa começar pelas pequenas coisas.

Girei o rosto, observando a claridade que vinha da janela se misturar com as nuvens cinza do cigarro. Eu não suportaria mais ficar ali, uma vez que, a minha vontade era de cruzar a cidade e tomar um corpo. Sentir um cheiro. Reviver e compensar dez anos. Sem me afundar na dor inútil, feito uma adolescente.

- É uma droga, eu não paro de pensar nela. - Murmurei, numa confissão torta e sofrida.

- Deve estar morrendo de saudades...

- Não Estevan. - Levantei, virando os olhos para o seu rosto. - Eu vivo de saudades.

Ele assentiu, condoído. Segurando minha mão quando tentei sair, evitando mais uma vez minha passagem.

- Não estrague tudo, haja com calma. Mesmo que seja um plano louco, siga até o fim.

Ri, me afastando do seu braço, apreensiva.

- Eu não costumo desistir de nada, sei o que estou fazendo.

- Então, pra onde você vai?

Aproximei-me da porta, olhando em seus olhos antes de girar a maçaneta.

- Matar a saudades em outro corpo...