Fanfic: Paixão sem limites/Tentação sem limites(Adaptada) Mayte & Christian | Tema: MyC Hot e Romance
Com as janelas do andar de cima, não havia como não perceber quando amanhecia; não era preciso nenhum despertador. O sol tinha me acordado uma hora antes do alarme tocar. Tomei uma ducha e me vesti sem pressa, agora que tinha um banheiro contíguo e mais espaço para me mover.
Não estava com disposição para comer a comida de Christian de manhã. Na verdade, não estava com
disposição para comer nada, mas tinha que trabalhar dois turnos, então precisava de comida. Daria uma passada no café para uma dose de cafeína e um muffin. Era nossa responsabilidade manter lavadas e passadas a saia de linho preta curta e a blusa de algodão branco de botão que usávamos como uniforme ao trabalhar no salão do clube. Na véspera, eu dedicara algumas horas a passar a ferro as poucas peças que tinha em casa.
Calcei os tênis e desci. Ainda não ouvira nenhuma atividade no andar de cima, por isso sabia que Christian não estava acordado. Pela primeira vez, fiquei grata por não ter que encontrá-lo. Depois de uma noite de sono, os acontecimentos da véspera me deixavam envergonhada.
Eu não somente havia deixado Christian me tocar em lugares que jamais deixara ninguém tocar como depois tinha me comportado feito uma doida enxerida. Devia desculpas a ele, mas ainda não estava pronta para me desculpar.
Fechei a porta da frente sem fazer barulho e fui até a picape. Pelo menos só voltaria para casa depois de escurecer. Não precisava encarar Christian pelas próximas doze horas.
Quando cheguei, Jimmy já estava na sala dos funcionários, de avental. Depois de sorrir para mim, fez um biquinho com os lábios.
– Xi, parece que alguém não teve uma boa manhã.
Eu não podia contar os meus problemas para Jimmy; ele também conhecia os envolvidos. Tinha que guardar tudo aquilo para mim.
– Não dormi muito bem – falei.
Ele fez um muxoxo.
– Que pena. Dormir é uma coisa tão bela.
Assenti e bati o meu ponto.
– Estou sozinha hoje? – perguntei.
– Claro. Bastou você me seguir por duas horas para aprender tudo. Deve tirar de letra o dia de hoje.
Fiquei feliz por alguém pensar isso de mim. Peguei uma prancheta de pedidos e uma caneta e as guardei no bolso do avental preto.
– Hora do café da manhã – disse Jimmy com uma piscadela antes de abrir a porta que dava para o salão. – Epa, parece que o patrão está na mesa oito com amigos. Por mais que eu fosse adorar ir lá manjar aquelas bundas bonitas, eles vão preferir você. Vou servir as mamães madrugadoras do tênis na dez. Elas são boas de gorjeta.
O que eu menos queria nessa manhã era servir Woods e os seus amigos, mas não podia discutir com Jimmy.
Ele tinha razão: receberia gorjetas melhores das mulheres. Elas o adoravam.
Fui até a mesa dos rapazes. Woods ergueu os olhos para mim e sorriu.
– Você fica muito melhor aqui – falou quando parei na frente deles.
– Obrigada. É bem mais fresco – respondi.
– Mayte subiu na vida. Talvez eu tenha que vir comer mais aqui – disse o louro encaracolado cujo nome eu ainda não sabia.
– Talvez isso seja muito bom para o movimento – concordou Woods.
– Como foi a sua noite com Bethy? – indagou Jace. Sua voz tinha um leve traço de agressividade.
Aparentemente, ele me culpava pelo comportamento dela, mas eu não estava nem aí. Para mim ele era um zero à esquerda.
– Foi divertido. O que desejam beber? – perguntei, mudando de assunto.
– Café, por favor – entoou o louro.
– Ok, entendi. Assunto proibido. Código de amizade feminina, essas paradas. Vou querer um suco de laranja – falou Jace.
– Café para mim também – disse Woods.
– Já volto com as bebidas – respondi e, quando virei as costas, vi que havia mais duas mesas ocupadas.
Como Jimmy já estava atendendo uma delas, fui na direção da outra. Levei um segundo para perceber quem estava sentado ali. Meus pés pararam de se mexer e fiquei olhando Nan jogar os longos cabelos louros arruivados para trás do ombro e me olhar de cara feia. Procurei por Jimmy, que terminava de anotar os pedidos de bebida da segunda mesa. Eu tinha que fazer aquilo. Estava sendo boba. Ela era a irmã de Christian.
Forcei os meus pés a se moverem e fui até lá. Nan estava acompanhada por outra menina que eu nunca tinha visto antes, tão glamourosa quanto ela.
– Webster deve estar deixando qualquer um trabalhar aqui hoje em dia. Preciso dizer a Woods para falar com o pai dele sobre ser mais seletivo com os empregados – disse ela devagar, e alto.
Senti o rosto esquentar e soube que estava vermelha. Nesse exato momento, precisava apenas provar que era capaz de fazer aquilo. Nan me odiava por motivos que eu desconhecia. A menos, é claro, que Christian tivesse dito para ela que eu andara metendo o bedelho nos seus assuntos. Não parecia algo que ele fosse fazer, mas eu não o conhecia tão bem assim. Não mesmo.
– Bom dia, em que posso ajudá-las? – perguntei o mais educadamente possível.
A outra menina deu uma risadinha sarcástica e abaixou a cabeça. Nan me lançou um olhar raivoso, como se eu fosse algo repugnante.
– Em nada. Eu espero ser servida por alguém com mais classe quando venho comer aqui. Você não serve.
Tornei a olhar para ver se achava Jimmy, mas ele tinha sumido. Nan podia até ser a irmã mais nova de Christian, mas era uma tremenda de uma vaca. Se eu não precisasse tanto daquele emprego, diria a ela para ir se catar e iria embora.
– Algum problema aqui? – perguntou a voz de Woods atrás de mim.
Pela primeira vez desde que o conhecia, fiquei aliviada com a sua presença.
– Tem, sim. Você contratou uma vagaba. Quero que a mande embora. Eu pago caro demais como sócia deste clube para tolerar esse tipo de serviço.
Seria porque eu estava morando na casa do seu irmão? Será que ela odiava o meu pai também? Eu não queria que ela me odiasse, pois nesse caso Christian jamais se abriria comigo.
– Nannette, você nunca pagou para ser sócia daqui. Só frequenta o clube porque o seu irmão deixa. Mayte é uma das melhores funcionárias que já tivemos e nenhum outro sócio pagante reclamou. Com certeza não o seu irmão. Sendo assim, querida, pode recolher as garras e descer do salto. – Woods estalou os dedos e Jimmy se aproximou depressa da nossa mesa. Devia ter saído da cozinha durante a discussão e eu não tinha percebido. – Jim, por favor, pode atender Nan e Lola?
Parece que Nan tem algum problema com Mayte e não quero que Mayte seja forçada a servi-la.
Jimmy assentiu. Woods me segurou pelo cotovelo e me conduziu de volta em direção à cozinha.
Eu sabia que estávamos chamando a atenção, mas não liguei. Estava apenas muito grata por me afastar dos observadores curiosos e poder respirar um pouco.
Assim que a porta da cozinha se fechou atrás de mim, tornei a respirar normalmente.
– Mayte, eu só vou dizer isso uma vez. Você me deu um bolo outra noite na casa do Christian e não tive que perguntar o motivo: bastou saber que ele havia sumido para entender. Você tinha tomado a sua decisão e resolveu recuar. Mas o que aconteceu aqui hoje foi só um gostinho. O veneno daquela vaca é poderoso. Ela é amargurada e feroz e, quando chegar a hora de escolher, Christian vai optar por ela.
Eu me virei e o encarei, sem entender direito o que ele estava querendo dizer. Com um sorriso triste, Woods soltou o meu cotovelo e voltou para o salão. Ele também conhecia o segredo; tinha que conhecer. Aquilo ainda iria me deixar maluca. Que história tão importante seria aquela?
Abri a porta da picape com força, satisfeita por ter chegado ao fim daquele dia. Meu olhar foi atraído por uma caixinha preta e um bilhete que estavam em cima do banco do motorista. Estendi a mão e peguei o papel.
Mayte,
Isto é um celular, você precisa ter um. Falei com o seu pai e ele me pediu que comprasse para você. É um presente dele. As ligações e torpedos são ilimitados, pode usar o quanto quiser.
Christian
Meu pai tinha dito a Christian para me comprar um telefone? Sério mesmo? Abri a caixa.
Guardadinho lá dentro havia um iPhone branco, com capinha dura e tudo. Peguei o aparelho e passei alguns segundos o estudando. Apertei o pequeno botão redondo na parte inferior e a tela se acendeu. Meu pai não me dava um presente desde o meu aniversário anterior à sua partida. Antes de Valerie morrer. Tinha dado uma scooter elétrica com capacete para cada uma.
Entrei na picape e fiquei segurando o celular. Será que podia ligar para o meu pai com aquilo?
Seria bom se ele me explicasse por que não estava em casa. Por que tinha me mandado para um lugar em que eu não era bem-vinda? Ele conhecia Nan? Certamente devia saber que ela não me aceitaria. Além do mais, se ela era irmã de Christian, era também minha irmã postiça. Seria por isso que estava com tanta raiva? Porque eu tinha crescido com menos dinheiro do que ela? Nossa, que garota cruel.
Abri os contatos e vi que só havia três números salvos no aparelho. O primeiro era de Bethy, o segundo de Darla, e o terceiro de Christian. Ele tinha gravado o próprio número no meu celular. Fiquei espantada.
Nessa hora, o telefone começou a tocar uma música do Slacker Demon que eu já tinha ouvido no rádio e o nome de Christian apareceu na tela. Ele estava me ligando.
– Alô – atendi, sem saber muito bem como interpretar aquilo.
– Estou vendo que encontrou o celular. Gostou? – perguntou Christian.
– Gostei, é bem legal. Mas por que o meu pai queria que eu tivesse um celular?
Ele não tinha ligado muito para nada que eu tivesse precisado ao longo dos anos. Aquilo parecia banal.
– Por segurança. Toda mulher precisa ter um celular. Principalmente aquelas que dirigem carros com mais idade do que elas. Essa sua picape pode quebrar a qualquer momento.
– Eu ando armada – lembrei a ele.
Ele deu uma risadinha.
– Eu sei, valentona. Mas não dá para rebocar a picape com uma pistola.
Verdade.
– Você está vindo para casa?
O jeito como ele disse “casa”, como se a casa dele também fosse minha, me fez sentir um calor por dentro.
Mesmo que o significado não fosse esse.
– Estou, se não tiver problema. Posso fazer outra coisa se você quiser que eu não vá.
– Não. Eu quero que você venha. Fiz comida.
Ele tinha feito comida? Para mim?
– Ah, tudo bem. Chego daqui a pouco, então.
– Até já – disse ele e desligou.
Christian estava se comportando de maneira muito estranha outra vez.
Quando entrei na casa, minhas narinas foram inundadas pelo cheiro característico do tempero usado em tacos mexicanos. Fechei a porta e fui até a cozinha. Se aquilo fosse mesmo comida mexicana caseira, eu ficaria seriamente impressionada.
Christian estava de costas quando entrei. Cantarolava uma canção que saía do sistema de som e não
reconheci; era mais suave e mais lenta do que as que ele geralmente escutava. Sobre a bancada havia uma garrafa aberta de Corona com um gomo de limão no gargalo; eu tinha servido várias assim no campo de golfe.
– Que cheiro bom – comentei.
Christian olhou por cima do ombro e um sorriso se abriu lentamente no seu rosto.
– Não é? – retrucou ele, limpando as mãos no pano de prato ao seu lado. Pegou a Corona e me entregou. – Tome, beba. As enchiladas estão quase prontas. Tenho que virar as quesadillas, elas precisam de mais alguns minutos. A gente deve poder jantar daqui a pouco.
Levei a Corona aos lábios e dei um golinho, sobretudo para tomar coragem. Não era assim que havia imaginado o nosso encontro seguinte. Christian era um enigma que eu talvez jamais viesse a compreender.
– Tomara que você goste de comida mexicana – disse ele, tirando as enchiladas do forno. Christian Chavez não parecia um homem que gostasse de cozinhar, mas, nossa, como ficava sexy fazendo isso.
– Adoro – respondi. – Devo dizer que estou realmente impressionada com o fato de você saber cozinhar.
Ele ergueu os olhos para mim e deu uma piscadela.
– Tenho uma porção de talentos que deixariam você chocada.
Eu não duvidava. Tomei um gole maior da Corona.
– Calma, menina. Você precisa comer alguma coisa. Quando falei para beber, não quis dizer virar o troço todo.
Aceitei a sua sugestão e enxuguei a gotinha presa ao meu lábio inferior. Christian me observou com atenção.
Seu olhar fez a minha mão tremer um pouco.
Ele desviou os olhos depressa e começou a tirar as quesadillas da frigideira. Depositou-as sobre uma travessa cheia de tacos duros e moles. Havia até burritos. Ele havia preparado um pouco de cada coisa.
– O resto já está na mesa. Pegue uma Corona para mim na geladeira e venha comigo.
Fiz depressa o que ele pedira e fui atrás dele. Christian não parou na sala de jantar, mas saiu para a ampla varanda com vista para o mar. Duas lâmpadas a querosene posicionadas no meio da mesa nos
proporcionavam uma luz de velas que nunca se apagaria.
– Pode sentar, vou servi-la – disse ele, acenando para eu me sentar na cadeira mais próxima.
Só havia duas na varanda.
Eu me sentei e Christian começou a servir um pouco de cada coisa no meu prato. Ele pousou a travessa e pôs no meu colo o guardanapo que estava ao lado do meu prato. Sua boca chegou tão perto da minha orelha que o hálito morno me causou um calafrio.
– Quer outra cerveja? – sussurrou ele no meu ouvido antes de se levantar.
Fiz que não com a cabeça. Não poderia beber se ele ficasse agindo assim. Meu coração já estava batendo enlouquecido. Assim eu não conseguiria engolir nada.
Christian pegou uma cerveja e se acomodou na cadeira à minha frente. Fiquei observando enquanto ele encarava o próprio prato, depois erguia os olhos para mim.
– Se estiver horrível, não precisa dizer. Meu ego não vai suportar.
Eu tinha certeza de que nada do que ele pudesse preparar estaria ruim. Sorri, empunhei o garfo e a faca e cortei um pedacinho da enchilada que ele tinha posto no meu prato. Não havia hipótese de eu comer tudo, mas podia provar um pouquinho de cada coisa.
Bastou a comida encostar na minha língua para eu me espantar: estava tão gostosa quanto qualquer uma preparada em restaurantes mexicanos. Sorri e olhei para Christian.
– Está uma delícia e não posso dizer que estou surpresa.
Ele pôs uma garfada na boca e deu um sorriso torto. Seu ego era inabalável; talvez até fosse bom se
desinflasse um pouquinho. Comecei a provar as outras comidas e percebi que estava com mais fome do que pensava. Estava tudo tão bom que eu não quis desperdiçar nada.
Depois da quarta prova de cada coisa no meu prato, soube que tinha que parar. Tomei um gole de cerveja e me recostei na cadeira. Christian também bebeu para ajudar a engolir a comida. Depois de terminar, pousou a garrafa sobre a mesa e o seu olhar ficou sério. Pronto. Agora iríamos falar sobre a noite anterior. Minha vontade era esquecer tudo, principalmente porque a noite agora estava sendo tão agradável.
– Sinto muito pelo jeito como a Nan tratou você hoje – disse ele com uma voz emocionada, sincera.
– Como é que você ficou sabendo? – perguntei, sentindo-me subitamente pouco à vontade.
– O Woods me ligou. Disse que a Nan seria convidada a se retirar do clube da próxima vez que fosse grossa com um funcionário.
Woods era um cara legal. Às vezes podia ser meio exagerado nas suas abordagens, mas era um bom chefe.
Assenti.
– Ela não deveria ter falado com você daquele jeito. Conversei com ela. Ela prometeu que isso não vai se repetir. Mas quero que me avise caso aconteça em algum outro lugar, por favor.
Então aquele jantar era um pedido de desculpas pelo mau comportamento da sua irmã mais nova, não uma reconciliação entre nós dois. Não era um encontro romântico como a minha imaginação dera um jeito de inventar. Christian estava apenas se desculpando por Nan.
Empurrei a cadeira para trás e peguei o meu prato.
– Obrigada. Fico grata pelo seu gesto, foi muito gentil da sua parte. Garanto que não pretendo ir correndo contar para o Woods se a Nan tornar a ser grossa comigo. Ele só presenciou a cena de hoje por acaso. – Peguei a minha cerveja. – Estava tudo ótimo, muito agradável depois de um dia de trabalho. Muito obrigada.
Não o encarei. Tudo o que queria era me afastar.
Entrei depressa na casa, passei uma água no prato e o pus na lava-louça, depois enxaguei a garrafa de Corona e a joguei no lixo reciclável.
– Mayte – disse Christian atrás de mim, surgindo de repente ao meu lado e me encurralando.
Ele pôs as mãos de um lado e outro da bancada, e tudo o que pude fazer foi ficar parada olhando para a pia na minha frente. Seu corpo rijo e quente roçou as minhas costas, e mordi a língua para conter um gemido. Não o deixaria ver o quanto ele me afetava.
– O jantar não foi uma tentativa de me desculpar por Nan. Foi uma tentativa de me desculpar por mim mesmo.
Sinto muito por ontem. Passei a noite inteira acordado querendo que você estivesse comigo, querendo não ter afastado você. Eu afasto as pessoas, Mayte. É um mecanismo de proteção que eu tenho. Mas de você eu não quero me afastar.
O mais inteligente seria me afastar e mantê-lo à distância; Christian não era nem jamais seria o Príncipe Encantado de alguém. Eu não podia me permitir pensar que ele era o homem que iria me amar e me proteger.
Ele nunca seria esse cara. Só que o meu coração já tinha se afeiçoado um pouco a ele. Não que isso fosse durar para sempre, mas nesse instante eu quis que ele fosse o meu primeiro.
Não seria o meu último; seria apenas uma etapa no caminho da minha vida, etapa que eu talvez nunca viesse a esquecer ou superar. Era isso que mais me assustava: não ser capaz de seguir em frente.
Ele levantou a mão, afastou os cabelos da lateral do meu pescoço e beijou a curva do meu ombro.
– Por favor, me perdoe. Eu só quero mais uma chance, Mayte. Quero você.
Christian seria o meu primeiro homem. Aquilo parecia certo. Bem lá no fundo, eu sabia que ele devia ser o cara a me ensinar as coisas da vida, mesmo que no final acabasse partindo o meu coração. Eu me virei nos seus braços e o enlacei pelo pescoço com as duas mãos.
– Eu o perdoo com uma condição – falei, fitando os seus olhos emocionados que me faziam esperar muito mais.
– Ok – respondeu ele, cauteloso.
– Quero ficar com você hoje. Chega de joguinhos. Chega de esperar.
A expressão preocupada sumiu na hora dos seus olhos e foi substituída por um brilho ávido.
– Nossa, claro – grunhiu ele, puxando-me para junto de si.
Christian não começou com delicadeza: sua boca foi firme, exigente. Isso me agradou. Foi romântico, foi real.
Além disso, ele estava usando o piercing na língua. Eu não tinha reparado mais cedo, mas agora senti. Aquele negocinho tornava cada movimento da sua língua atrevido. Era como saborear algo que eu sabia ser proibido.
Ele segurou o meu rosto com as duas mãos. O ritmo dos seus beijos diminuiu, e ele então se afastou sem soltar o meu rosto.
– Venha comigo até lá em cima. Quero lhe mostrar o meu quarto. – Ele deu um sorriso safado. – E a minha cama.
Concordei e ele soltou o meu rosto. Segurou a minha mão, entrelaçou os dedos nos meus e apertou. Sem dizer nada, ele me conduziu escada acima puxando com delicadeza, tamanha a sua pressa. Quando chegamos ao primeiro andar, ele me imprensou contra a parede e me beijou com sofreguidão, mordiscando os meus lábios e acariciando a minha língua com a sua. Recuou um pouco e respirou fundo.
– Ainda falta um lance – falou, com a voz rouca, empurrando-me em direção à porta no final do corredor.
Passamos pelo meu quarto e ele fez uma pausa. No início pensei que talvez quisesse entrar lá, mas ele só parou quando chegamos à porta estreita no fim do corredor. Será que ali ficaria a escada que levava ao seu quarto? Ele sacou uma chave, destrancou e abriu a porta, em seguida acenou para eu passar.
Os degraus eram de madeira maciça como os da outra escada, mas eram íngremes e ladeados por paredes.
Quando cheguei ao último degrau, congelei. A vista era de tirar o fôlego. O luar refletido no mar proporcionava ao quarto o fundo mais espetacular que se poderia imaginar.
– Foi por causa deste quarto que falei para minha mãe comprar a casa. Mesmo aos 10 anos de idade, já sabia que era um quarto especial – sussurrou Christian atrás de mim enquanto me abraçava pela cintura.
– É incrível – sussurrei.
Tive a sensação de que, se falasse alto demais, iria estragar o instante.
– Nesse dia, liguei para o meu pai e disse que tinha encontrado uma casa em que gostaria de morar. Ele transferiu o dinheiro e a minha mãe comprou o imóvel. Como ela adorava a localização, era aqui que a gente passava os verões. Ela tem uma casa em Atlanta, mas prefere esta.
Ele estava falando sobre si, sobre a sua família. Estava tentando. Derreti mais um pouco. Deveria impedi-lo de se insinuar ainda mais para dentro do meu coração; não queria sofrer quando tudo terminasse e ele fosse embora. Mas queria saber mais a seu respeito.
– Eu nunca iria querer sair daqui – falei, com toda sinceridade.
Ele beijou de leve a minha orelha.
– Ah, mas você não viu o meu chalé em Vale nem o meu apartamento em Manhattan.
Não, eu não tinha visto nem nunca veria, mas podia imaginá-lo nesses lugares. Tinha assistido bastante a séries e filmes na televisão para saber como deviam ser. No inverno, podia visualizá-lo diante de uma lareira acesa em um luxuoso chalé nas montanhas, com o chão lá fora coberto de neve. Ou então relaxando no apartamento com vista para Manhattan. Talvez da janela desse para ver a grande árvore de Natal que eles montavam na cidade todos os anos.
Christian me virou para a direita até eu ficar de frente para uma cama king size. Era toda preta, tanto a cama quanto a colcha que a cobria. Até os travesseiros eram pretos.
– E essa é a minha cama – disse ele, conduzindo-me até lá com as mãos nos meus quadris.
Eu não iria pensar em todas as garotas que já tinham estado ali antes de mim. Não iria pensar.
Fechei os olhos e bloqueei totalmente essa ideia.
– Mayte, mesmo que a gente só se beije ou converse, não tem problema. Eu só queria que você subisse aqui.
Para ficar pertinho de mim.
Meu coração cedeu mais um pouco. Eu me virei para encará-lo.
– Você não está falando sério. Já vi você em ação, Christian Chavez. Não traz garotas para este quarto
imaginando que vão só conversar.
Tentei soar provocante, mas a minha voz falhou quando mencionei as outras garotas.
Ele franziu o cenho.
– Mayte, eu não trago ninguém aqui para cima.
Como assim? É claro que trazia.
– Na primeira noite em que cheguei, você disse que a sua cama estava lotada – lembrei-lhe.
Ele deu um sorriso de ironia.
– Sim, porque eu estava dormindo nela. Não trago garota nenhuma para cá. Não quero desonrar este espaço com sexo sem importância. Eu adoro este quarto.
– No dia seguinte de manhã tinha uma menina aqui na casa. Você a tinha deixado na cama e ela desceu de calcinha e sutiã para procurá-lo.
Christian pôs uma das mãos debaixo da minha camiseta e começou a afagar as minhas costas com pequenos gestos circulares.
– O primeiro quarto à direita é onde Grant dormia até os nossos pais se divorciarem. Eu agora o uso como abatedouro. É para lá que levo as garotas, não para cá. Nunca aqui. Você é a primeira. – Ele fez uma pausa e os seus lábios ameaçaram um sorriso. – Bem, eu deixo Henrietta subir uma vez por semana para fazer a faxina, mas juro que não rola sacanagem nenhuma entre a gente.
Será que aquilo queria dizer que eu era especial? Que não era uma de muitas? Meu Deus, tomara que sim.
Não... tomara nada. Eu precisava cair na real. Ele não demoraria a me deixar. Os nossos mundos não convergiam; nem sequer se aproximavam.
– Por favor, me beije – falei, ficando na ponta dos pés e encostando a boca na dele antes que ele conseguisse protestar ou sugerir de novo que conversássemos. Eu não queria conversar. Se conversássemos, iria querer mais.
Christian me empurrou para cima da cama e cobriu o meu corpo com o seu enquanto enroscava a língua na minha. Desceu as mãos pelas laterais do meu corpo até encontrar os joelhos, abriu as minhas pernas e se acomodou entre elas.
Autor(a): jessica_ponny_steerey
Este autor(a) escreve mais 86 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Eu queria senti-lo mais. Agarrei a sua camiseta com as duas mãos e puxei. Ele entendeu a indireta e interrompeu o beijo por tempo suficiente para tirá-la e jogá-la para o lado. Dessa vez eu tinha espaço para explorar o seu corpo. Alisei os seus braços e os bíceps saltados e durinhos. Depois levei as mãos ao peit ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 10
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vondy4everponny Postado em 18/09/2014 - 00:05:37
Como assim? :O ELES NÃO FICARAM JUNTOS? Quero o segundo livro já, agora! Anda, to esperando dona Jess! Chris implorando por ela, ai ai Maite, agarra ele!
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vondy4everponny Postado em 16/09/2014 - 01:42:09
Meu Deus, não consigo não odiar a Nan, que filha da p***, literalmente! O pai da Maite é um ridiculo, podre tanto pra uma familia quanto pra outra. Tadinho do Chris, ta todo apaixonado :/ MEGA apaixonado coitado, pena que ele tenha causado isso tudo :/
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vondy4everponny Postado em 13/09/2014 - 22:56:43
Ponto para o Woods! Christian do lado da Maite na festa ... aaaaaaaaaaawn *------* Toma Nan, sua bitch! u.u EITA, já entendi tudo, meu Deus, Maite e a Nan são irmãs! O pai dela abandonou a mãe do Chris quando a bitch-mãe tava grávida :O E agora?
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vondy4everponny Postado em 11/09/2014 - 23:28:32
Acho que ainda tem muita coisa pra acontecer nesse baile...Ou ao menos terá consequências depois porque a Mai já ta toda pensativa, e o Chris tbm, ah não! Feliz pela Bethy u.u E eu gosto do Woods, na boa KKKKKK! Beijos Jess
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vondy4everponny Postado em 10/09/2014 - 00:45:11
PQP, o trem ta feio u.u Que hot foi esse durante a festa :O Maite não é a santa que eu pensava KKKKKKK! O Chris ta sendo perfeito, aaaaaah *----* Espero que a vaca da Nan não atrapalhe. Achei lindo ele indo atras dela no clube kk
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vondy4everponny Postado em 09/09/2014 - 20:39:09
Ai ai, quero logo hot na bagaça u.u kkkkkkkkkk Chris todo fofo com ela, awn *------* Já posso matar a Nan? Que fdp, tadinha da Maite, osh!
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chaverroni_eternamente Postado em 09/09/2014 - 10:56:47
Cont ta incrivel
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vondy4everponny Postado em 09/09/2014 - 02:05:53
Na boa, a Maite nao devia ter dito isso, ela da mole demais pro Christian, osh! Amor proprio? Cade?
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vondy4everponny Postado em 06/09/2014 - 00:01:22
Quero mais capitulos. Anda Jess, to esperando! RUM kkkkk Amaaaaando. O Grahan , sei la como escreve, é um fofo *-----* Curti ele!
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vondy4everponny Postado em 05/09/2014 - 20:18:11
Chegueeeeeeeeeeei mana Jess. Mais uma fic chaverroni sua *---------* Rainha das adaptações u.u KKKKKK