Fanfics Brasil - 2 Paixão sem limites/Tentação sem limites(Adaptada) Mayte & Christian

Fanfic: Paixão sem limites/Tentação sem limites(Adaptada) Mayte & Christian | Tema: MyC Hot e Romance


Capítulo: 2

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– Esse cara é mal-humorado demais – comentou Grant, balançando a cabeça e olhando para mim.


Não pude discordar.


– Não precisa carregar a minha mala lá para dentro de novo – falei, estendendo a mão para pegá-la.


Grant afastou a mala da minha mão.


– Por acaso, eu sou o irmão gentil. Não vou deixar você carregar esta mala tendo um par de braços muito fortes, para não dizer muito impressionantes, para carregá-la.


Eu teria sorrido, se não fosse a palavrinha que me fez virar a cabeça na sua direção.


– Irmão? – perguntei.


Grant sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos.


– Acho que me esqueci de dizer que eu sou filho do marido número dois da Georgianna. Ela ficou casada por doze anos com o meu pai, desde que eu tinha 3 anos e Christian, 4. Quando se separaram, Christian e eu já éramos irmãos. O simples fato do meu pai ter se divorciado da mãe dele não mudou nada para a gente. Fomos para a faculdade juntos e entramos até para o mesmo grêmio.


Ah, certo. Por essa eu não esperava.


– Quantos maridos a Georgianna teve?


Grant deixou escapar uma risada curta e dura. Em seguida, começou a andar em direção à porta.


– O seu pai é o número quatro.


Meu pai era um idiota. Aquela mulher parecia trocar de marido como quem troca de calcinha.


Quanto tempo demoraria para se livrar dele e partir para outra?


Grant tornou a subir a escada e não me disse mais nada enquanto seguia na direção da cozinha.


Era um cômodo imenso, com bancadas de mármore preto e aparelhos complicados. Lembrava aqueles lugares que saem nas revistas de decoração. Ele abriu uma porta que parecia uma grande despensa com espaço para uma pessoa entrar. Sem entender, olhei em volta e o segui até lá dentro.


Ele foi até o fundo e abriu outra porta.


Havia espaço suficiente para ele entrar e pôr a minha mala em cima da cama. Era óbvio que estávamos debaixo da escada. Espremido entre a cama e a parede tinha um criado-mudo. Tirando isso, mais nada.


– Não tenho a menor ideia de onde você pode guardar a sua mala. Este quarto é bem pequeno.


Para ser sincero, é a primeira vez que venho aqui. – Grant balançou a cabeça e suspirou. – Escute, se quiser ir comigo para o meu apartamento, tudo bem. Pelo menos posso lhe oferecer um quarto no qual dê para se mover.


Por mais gentil que Grant fosse, eu não estava disposta a aceitar a oferta. Ele não precisava de uma hóspede indesejada ocupando um dos seus quartos. Pelo menos ali eu estava escondida e ninguém iria me ver. Poderia limpar a casa e arrumar um emprego em algum lugar. Talvez Christian me deixasse ficar dormindo naquele quartinho desocupado até eu ter dinheiro suficiente para ir embora. Ali eu não tinha tanto a sensação de estar impondo a minha presença. No dia seguinte, iria encontrar um mercado e usar os meus 20 dólares para comprar comida. Pão com manteiga de amendoim devia bastar por uma semana, mais ou menos.


– Aqui está perfeito. Assim eu não atrapalho. Além do mais, Christian amanhã vai ligar para o meu pai e descobrir quando ele volta. Talvez ele tenha um plano, sei lá. Mas obrigada, valeu mesmo pela oferta.


Grant correu os olhos pelo lugar mais um vez e fez uma cara feia. Ele não estava contente com aquele quarto, mas eu estava aliviada. Que gentileza a dele se importar comigo.


– Detesto deixar você aqui atrás. Parece errado.


Ele tornou a olhar para mim, e dessa vez a sua voz adquiriu um tom de súplica.


– Está ótimo. Muito melhor do que na picape.


Grant franziu o cenho.


– Na picape? Você ia dormir lá?


– Ia, sim. Mas isto aqui me dá um pouco de tempo para decidir qual vai ser o meu próximo passo.


Grant passou uma das mãos pelos cabelos desgrenhados.


– Você me promete uma coisa? – pediu.


Eu nunca fui de prometer nada. O que eu sabia sobre promessas era que elas se quebravam com facilidade.


Dei de ombros. Era o melhor que podia fazer.


– Se Christian obrigar você a ir embora, ligue para mim.


Comecei a concordar, mas percebi que não tinha o telefone dele.


– Onde está o seu celular para eu poder gravar o meu número? – perguntou ele.


Aquilo iria fazer eu soar ainda mais digna de pena.


– Não tenho.


Grant me encarou boquiaberto.


– Não tem celular? Não é à toa que você anda armada. – Ele enfiou a mão no bolso e pegou o que parecia um recibo. – Tem caneta?


Tirei uma da bolsa e entreguei para ele.


Ele anotou o número rapidamente e me entregou o papel e a caneta.


– Ligue para mim. É sério.


Eu jamais ligaria, mas era gentil ele me oferecer. Concordei. Não tinha prometido nada.


– Espero que você durma bem aqui.


Ele olhou em volta com um ar preocupado. Eu iria dormir maravilhosamente.


– Eu vou – garanti.


Ele assentiu, saiu do quarto e fechou a porta. Esperei até ouvi-lo fechar também a porta da despensa antes de me sentar na cama ao lado da mala. Aquilo estava bom. Eu podia me virar com aquilo.


Mesmo sem janelas no quarto para me dizer se o sol já nascera, eu sabia que tinha dormido até tarde. Fui me deitar exausta, mas a longa viagem de oito horas e os passos na escada durante horas depois de eu ir para a cama me impediram de dormir. Eu me espreguicei, me sentei e estendi a mão para o interruptor na parede. A pequena lâmpada iluminou o quarto e estiquei o braço até debaixo da cama para pegar a minha mala.


Precisava de um banho. Se todo mundo ainda estivesse dormindo, eu poderia usar um dos banheiros sem ninguém perceber; mas Grant não tinha me mostrado onde ficava. Só me ofereceram o quarto, mas eu esperava que uma ducha rápida estivesse incluída no pacote.


Peguei uma calcinha limpa, um short preto e uma camiseta branca sem manga. Com sorte, conseguiria entrar e sair do chuveiro e começar a faxina antes de Christian descer.


Abri a porta que dava para a despensa, passei por entre as prateleiras que continham mais comida do que qualquer pessoa jamais poderia precisar. Girei a maçaneta da porta devagar e a abri. A luz da cozinha estava apagada e a única claridade vinha do sol forte que entrava pelas amplas janelas que davam para o mar. Se não estivesse tão apertada, eu teria parado um instante para admirar a vista.


Mas a situação era urgente e eu precisava ir ao banheiro. A casa estava silenciosa. Copos vazios estavam espalhados pelos cômodos, junto com restos de comida e peças de roupa. Eu poderia limpar aquilo. Se me mostrasse útil, talvez me deixassem ficar ali até eu arrumar um emprego e receber um ou dois salários.


Abri lentamente a primeira porta que encontrei, com medo de ser um quarto. Era um closet.


Fechei a porta e desci o corredor em direção à escada. Se os únicos banheiros fossem os das suítes, eu estava ferrada. A não ser que... talvez houvesse um banheiro para as pessoas usarem depois de passar o dia inteiro na praia. Afinal de contas, Henrietta também tinha que tomar banho e ir ao banheiro. Virei as costas e voltei para a cozinha e para as duas portas de vidro que eu vira abertas na noite anterior. Olhei em volta e reparei alguns degraus que desciam até debaixo da casa. Fui por ali.


Lá embaixo havia duas portas. Abri uma delas e vi paredes cobertas por coletes salva-vidas, pranchas de surfe e boias. Então abri a outra. Bingo.


Era um banheiro com um pequeno boxe. Sobre um banquinho havia xampu, condicionador e sabonete, além de uma luva de banho e uma tolha limpa. Que prático.


Uma vez limpa e vestida, pendurei a toalha e a luva no ferro da cortina do boxe. Aquele banheiro não era muito usado. Eu poderia usar a mesma toalha e a mesma luva a semana inteira e lavar no fim de semana. Se ficasse ali tanto tempo assim.


Fechei a porta depois de sair e subi os degraus. A maresia tinha um cheiro maravilhoso. Quando cheguei lá em cima, fiquei parada junto ao guarda-corpo e olhei para o mar. Ondas quebravam na praia de areia branca.


Era a coisa mais linda que eu já tinha visto.


Mamãe e eu cogitávamos, um dia, viajar para ver o mar. Ela havia ido quando era menina e as suas
lembranças não eram lá grande coisa, mas ela passara a vida inteira me falando sobre isso. Todo inverno ficávamos sentadas dentro de casa em frente à lareira e planejávamos a nossa ida à praia.


Nunca conseguimos fazer essa viagem. Primeiro mamãe não tinha dinheiro, depois não tinha saúde.


Mesmo assim, continuávamos a planejá-la. Isso ajudava a manter o sonho vivo.


E agora ali estava eu, olhando para as ondas com as quais apenas sonhara. Não eram nossas férias de conto de fadas, mas eu estava ali vendo o mar por nós duas.


– Essa vista nunca fica velha. – A voz grave e arrastada de Christian me espantou.


Virei-me e o vi encostado no batente da porta. Sem camisa. Ai, ai, ai.


Não consegui articular palavras. O único peito nu de homem que eu já tinha visto fora o de Cain.


E isso foi antes de a minha mãe ficar doente, quando eu tinha tempo para namorar e me divertir. O peito de 16 anos de Cain não exibia aqueles músculos largos e definidos, assim como ele também não tinha aquela barriga tanquinho que eu via diante de mim.


– Está gostando da vista?


Seu tom de quem estava achando graça não me escapou. Pisquei os olhos e tornei a erguê-los para o sorriso de ironia nos seus lábios. Droga. Ele tinha me pegado secando o seu corpo.


– Não quero interrompê-la. Eu mesmo estava gostando – continuou ele antes de dar um gole na xícara de café que segurava.


Senti o meu rosto ficar quente; sabia que devia estar vermelha feito um pimentão. Eu me virei de novo e tornei a olhar para o mar. Que vergonha. Eu estava tentando fazer com que aquele cara me deixasse permanecer ali por um tempo. Ficar babando por ele não era a melhor estratégia.


Uma risada baixinha atrás de mim só fez piorar as coisas. Ele estava rindo de mim. Que ótimo.


– Ah, você está aí. Senti a sua falta na cama quando acordei.


A voz feminina dengosa vinha de detrás de mim. A curiosidade me venceu e eu me virei. Uma menina só de calcinha e sutiã se aconchegava a Christian e corria uma unha comprida e cor-de-rosa pelo seu peito. Não podia culpá-la por querer tocar aquilo. Eu própria estava bem tentada.


– Está na hora de você ir – retrucou ele, tirando a mão dela do próprio peito e se afastando. Vi quando ele apontou para a porta da frente.


– Como é? – rebateu a menina. Pelo ar de incompreensão no seu rosto, ela não esperava por isso.


– Você conseguiu o que queria vindo aqui, gata. Queria que eu te comesse. Conseguiu. Agora já deu para mim.


Sua voz fria, dura e neutra me espantou. Será que ele estava falando sério?


– Você só pode estar de sacanagem! – disparou a menina, batendo o pé.


Christian balançou a cabeça e tomou mais um gole do café.


– Você não pode fazer isso comigo. Ontem à noite foi incrível. Você sabe que foi.


Ela estendeu a mão para o braço dele e ele rapidamente se esquivou.


– Eu avisei ontem à noite quando você chegou implorando e tirando a roupa... A única coisa que iria acontecer seria uma noite de sexo. Só isso.


Prestei atenção na menina. Sua expressão era de pura raiva. Ela abriu a boca para protestar, mas tornou a fechá-la. Com mais uma batida do pé, voltou a passos firmes para dentro da casa.


Eu não conseguia acreditar no que acabara de ver. Era assim que pessoas daquele tipo se comportavam? A minha única experiência de relacionamento tinha sido com Cain. Embora nunca tivéssemos chegado a transar, ele sempre fora cuidadoso e gentil comigo. Aquilo era duro, cruel.


– Então, dormiu bem? – perguntou Christian como se nada tivesse acontecido.


Eu me obriguei a desviar os olhos da porta pela qual a menina havia saído e o examinei. O que passara pela cabeça dela para ir para a cama com alguém que tinha deixado bem claro que não haveria nada além de sexo?


Tudo bem, ele tinha um corpo de causar inveja a modelos... e aqueles seus olhos eram capazes de levar uma garota a fazer loucuras. Mas ainda assim. Era muito cruel.


– Você faz isso sempre? – perguntei antes de conseguir me conter.


Christian levantou a sobrancelha.


– O quê? Perguntar às pessoas se elas dormiram bem?


Ele sabia o que eu estava perguntando. Estava desconversando. Não era da minha conta. Para ele me deixar ficar ali, eu precisava ficar na minha. Abrir a boca para repreendê-lo não era uma boa ideia.


– Transar com garotas e depois jogá-las fora feito lixo? – retruquei.


Fechei a boca, horrorizada com as palavras que acabara de ouvir ecoar na minha mente. O que eu estava fazendo? Tentando ser posta na rua?


Christian pousou a xícara na mesa ao seu lado e se sentou. Recostou-se e esticou as pernas compridas.


Então tornou a me encarar.


– E você, sempre mete o nariz onde não é chamada? – rebateu.


Eu queria ficar brava com ele. Queria, mas não consegui. Ele tinha razão. Quem era eu para julgá-lo?


Nem conhecia aquele cara.


– Não, em geral, não. Desculpe – falei e entrei depressa.


Não queria dar a ele uma chance de me expulsar também. Eu precisava daquela cama debaixo da escada por pelo menos duas semanas.


Comecei a recolher os copos vazios e as garrafas de cerveja. Aquela casa precisava de uma faxina e eu podia fazer isso antes de sair para procurar emprego. Só torci para ele não dar festas como aquela todas as noites.


Mas, se desse, eu não iria reclamar... e quem sabe? Depois de algumas noites talvez conseguisse dormir com qualquer barulho.


– Não precisa fazer isso. Henrietta vem amanhã.


Joguei as garrafas que tinha recolhido na lixeira e olhei para ele. Christian estava outra vez em pé no vão da porta, olhando para mim.


– Só pensei que poderia ajudar.


Christian deu um sorriso torto.


– Eu já tenho empregada. Não estou procurando outra, se é isso que está pensando.


Fiz que não com a cabeça.


– Não, eu sei. Só estava tentando ser prestativa. Você me deixou dormir na sua casa ontem.


Christian se aproximou e ficou parado em frente à bancada, com os braços cruzados na frente do peito.


– Sobre isso… a gente precisa conversar.


Ai, droga. Lá vem. Uma noite era tudo que eu iria conseguir.


– Está bem – respondi.


Christian franziu o cenho para mim e senti o ritmo da minha pulsação se acelerar. Ele não tinha notícias boas para me dar.


– Eu não gosto do seu pai. Ele é um aproveitador. Minha mãe sempre tende a arrumar homens assim. É um talento dela. Mas eu acho que você já sabe isso sobre ele. Então estou curioso: por que você veio pedir a ajuda dele se sabia como ele era?


Minha vontade era responder que não era da conta dele. Só que o fato de eu precisar da sua ajuda fazia com que fosse. Eu não podia esperar que ele me deixasse dormir na sua casa sem saber de nada.


Ele merecia saber por que estava me ajudando. Eu não queria que ele pensasse que eu também era uma aproveitadora.


– Minha mãe acabou de morrer. De câncer. Três anos de tratamento custam caro. A única coisa que tínhamos era a casa que a minha avó nos deixou. Tive que vender a casa e todo o resto para pagar as contas de hospital da minha mãe. Não vejo o meu pai desde que ele nos abandonou, cinco anos atrás. Mas ele agora é o meu único parente. Não tenho mais ninguém a quem pedir ajuda.


Preciso de um lugar para ficar até conseguir um emprego e receber alguns salários. Aí vou arrumar a minha própria casa. Minha intenção nunca foi passar muito tempo aqui. Sabia que o meu pai não iria querer que eu ficasse. – Soltei uma gargalhada dura e insincera. – Mas jamais imaginei que ele fosse fugir antes de eu chegar.


O olhar firme de Christian continuava grudado em mim. Aquelas eram informações que eu preferiria que ninguém soubesse. Costumava conversar com Cain sobre como o abandono do meu pai me fizera sofrer. A perda da minha irmã e do meu pai tinham sido difíceis para mim e para minha mãe.


Aí Cain precisou de mais e eu não pude ser quem ele precisava que eu fosse. Tinha que cuidar da minha mãe doente. Havia deixado Cain livre para sair com outras meninas e se divertir. Eu era só um peso para ele.


Nossa amizade permaneceu intacta, mas eu percebi que o menino que um dia pensara amar tinha sido apenas uma emoção infantil.


– Sinto muito pela sua mãe – disse Christian, por fim. – Deve ser duro. Você disse que ela passou três anos doente. Desde que você tinha 16?


Respondi que sim, sem saber muito bem o que mais dizer. Não queria a pena dele. Só queria um lugar para dormir.


– Você está planejando arrumar um emprego e uma casa para morar.


Não era uma pergunta, ele estava só repassando o que eu acabara de dizer. Por isso não respondi nada.


– O quarto debaixo da escada é seu por um mês. Nesse tempo você precisa arrumar um emprego e juntar dinheiro suficiente para alugar um apartamento. Destin não fica muito longe daqui e o custo de vida lá é mais acessível. Se os nossos pais voltarem antes disso, imagino que seu pai poderá ajudar você.


Soltei um suspiro de alívio e engoli o bolo que bloqueava minha garganta.


– Obrigada.


Christian olhou na direção da despensa que conduzia ao quarto em que eu estava dormindo. Em seguida, tornou a olhar para mim.


– Tenho umas coisas para fazer. Boa sorte na caça ao emprego.


Afastou-se da bancada e foi embora.


Eu não tinha gasolina na picape, mas tinha uma cama e 20 dólares. Fui depressa até o quarto pegar a minha bolsa e as minhas chaves. Precisava arrumar um emprego o quanto antes.


Debaixo do limpador de para-brisa do meu carro estava preso um bilhete. Peguei o papel e li:


O tanque está cheio.
Grant.


Grant encheu o tanque do meu carro? Senti um calor repentino dentro do peito. Que gentil. A palavra “aproveitador” dita por Christian ecoou nos meus ouvidos e percebi que precisaria reembolsar Grant o mais rápido possível. Não iria passar por aproveitadora feito o meu pai.


Entrei na picape, dei a partida com facilidade e saí de marcha a ré. Ainda havia vários carros em frente à casa, embora não tantos quanto na noite anterior. Todos passaram a noite ali? Estavam lá esse tempo todo? Não tinha visto ninguém de manhã, exceto Christian e a menina que ele tinha enxotado.


Christian não era uma pessoa muito simpática, mas era justo; isso eu tinha que admitir. E também era bem gostoso. Eu só precisava aprender a ignorar esse fato. Não deveria ser muito difícil. Não imaginava que Christian fosse ficar perto de mim com muita frequência. Ele não parecia gostar da minha companhia.


Decidi arrumar um emprego em Rosemary para economizar gasolina, assim poderia sair mais rápido da casa de Christian. Tinha encontrado um jornal das redondezas e circulado vários anúncios.


Dois eram para vagas de garçonete em restaurantes próximos e fui até lá me candidatar. Embora tivesse a sensação de que receberia a ligação de um deles ou de ambos, acho que não gostaria de trabalhar em nenhum dos dois. Se fossem minhas únicas opções, aceitaria. Só que as gorjetas não pareciam ser grande coisa; e você precisa das gorjetas em um emprego desses.


Passei também na farmácia dos arredores para me candidatar ao emprego de caixa, mas a vaga já tinha sido preenchida. Depois fui ao consultório de um pediatra e me ofereci para o cargo de recepcionista, mas eles queriam experiência, o que eu não tinha.


Circulei um último anúncio, mas deixei para o 􀙼nal porque achava que seria uma vaga muito difícil de conseguir: um cargo de garçonete no country club local. Pagava sete dólares a mais por hora e as gorjetas seriam bem melhores. Perfeito para o meu plano de me virar sozinha. Além do mais, o emprego tinha benefícios. Um seguro saúde seria ótimo.


O anúncio pedia para os candidatos se apresentarem na sede administrativa, atrás do pavilhão do campo de golfe. Segui as instruções e parei a minha picape ao lado de um Volvo chique. Ajeitei o retrovisor para dar uma conferida no meu visual. Ao passar na farmácia, tinha comprado um tubinho de rímel. Só um pouquinho de rímel ajudaria o meu rosto a parecer mais velho. Passei a mão pelos meus cabelos louro-claros e fiz uma prece rápida para conseguir aquele emprego.


Ao passar no quarto para pegar a minha bolsa, aproveitei para trocar de roupa. Tirei o short e a camiseta e coloquei um vestido sem mangas, mais indicado para conseguir a vaga. Christian dissera que eu tinha cara de criança. Queria parecer mais velha. O rímel e o vestido deviam ajudar.


Não me dei ao trabalho de trancar a picape; ali ela não corria risco nenhum de ser roubada. Não quando a maioria dos carros estacionados em volta custava mais de 60 mil dólares. Havia poucos degraus até a porta do escritório. Respirei fundo pela última vez e abri a porta.


Uma mulher de corpo mignon, cabelos castanhos curtos e óculos de armação de metal estava atravessando a recepção quando entrei. Ela olhou de relance para o meu rosto a caminho de um dos escritórios e parou.


Conferiu rapidamente o resto do meu visual e em seguida meneou a cabeça para mim.


– Veio procurar emprego? – perguntou, autoritária.


– Sim, senhora. Vim me candidatar ao cargo de garçonete.


Ela deu um sorriso muito sutil.


– Ótimo. Você tem a aparência certa. Com um rosto assim, os sócios não vão prestar atenção nos erros.


Sabe dirigir um carrinho de golfe e abrir uma garrafa de cerveja com abridor?


Assenti.


– Está contratada. Preciso de alguém no campo imediatamente. Venha comigo; vamos arrumar um uniforme para você.


Não discuti. Quando ela deu meia-volta e começou a andar com passos firmes na direção de outro cômodo, fui atrás. Ela era uma mulher com uma missão. Abriu uma porta e entrou.


– Que tamanho de short você usa, 36? A parte de cima vai ser menor do que a que você está usando, mas os homens vão adorar. Eles gostam de busto grande. Vejamos... – Ela estava falando sobre os meus peitos. Que constrangedor! Ela pegou um short branco e uma camisa polo azul-bebê da prateleira e os jogou para mim. – Essa blusa é tamanho P. Tem que ficar justa. Nós somos um estabelecimento de classe, mas os homens aqui também gostam de admirar a paisagem. Assim, proporcionamos o que eles querem dentro de um short branco e de uma camisa polo justa. Não se preocupe com a papelada. Peço para você preencher depois do expediente. Se passar uma semana fazendo isso e fizer direitinho, podemos pensar em mudar você para o salão de jantar. Também estamos precisando de funcionários lá. Rostos como o seu não são fáceis de achar.


Agora troque de roupa, vou ficar esperando para levar você até o carrinho de bebidas.


Duas horas mais tarde, eu havia parado duas vezes ao lado de cada um dos dezoito buracos do campo e as minhas bebidas tinham acabado. Todos os golfistas queriam me perguntar se eu era nova e comentar sobre o meu excelente serviço. Eu não era burra. Via o jeito como os homens mais velhos me secavam. Felizmente, todos pareciam tomar cuidado para não avançar nenhum sinal.


A senhora que me contratou enfim me dissera o seu nome depois de praticamente me empurrar para cima do carrinho e me despachar para o campo. Chamava-se Darla Lowry e cuidava da contratação dos funcionários.


Era também um verdadeiro furacão. Ela me disse para voltar dali a quatro horas ou quando as minhas bebidas acabassem, o que acontecesse primeiro. As bebidas acabaram em duas horas.


Entrei no escritório e Darla espichou a cabeça para fora de uma das salas.


– Já? – estranhou, saindo com as mãos na cintura.


– Sim, senhora. Minhas bebidas acabaram.


Ela levantou as sobrancelhas.


– Todas?


– Sim, todas.


Um sorriso cruzou o seu rosto sério e ela deixou escapar uma risada.


– Ora, quem diria? Sabia que eles iriam gostar de você. Aqueles tarados estavam mesmo dispostos a
comprar tudo o que você tivesse só para fazê-la ficar mais tempo por perto.


Eu não tinha certeza se era isso mesmo. Fazia calor no campo; toda vez que eu parava junto a algum buraco, os golfistas faziam cara de aliviados.


– Venha, vou mostrar para você onde reabastecer. Você tem que continuar a servir até o sol se pôr.


Depois volte aqui para preenchermos a tal papelada.


Quando voltei à casa de Christian, já estava escuro. Eu tinha passado o dia inteiro fora. Os carros, antes parados no acesso à casa, haviam desaparecido. A garagem de três vagas estava fechada, com um conversível vermelho caro estacionado do lado de fora. Tomei cuidado para estacionar a picape fora do caminho. Talvez Christian fosse receber mais amigos e eu não queria que o meu carro causasse problemas.


Estava exausta. Só queria ir para a cama.


Parei em frente à porta e me perguntei se deveria bater ou simplesmente ir entrando. Christian disse que eu poderia ficar um mês. Com certeza isso devia significar que eu não precisava bater toda vez que chegasse.


Girei a maçaneta e entrei. O hall estava vazio e surpreendentemente limpo. Alguém já tinha arrumado a bagunça ali. O piso de mármore chegava a brilhar. Ouvi uma TV ligada na ampla sala de estar aberta. Não havia muitos outros barulhos. Fui até a cozinha. A cama estava me esperando.


Queria muito uma ducha, mas ainda não tinha conversado com Christian sobre que chuveiro usar e não queria incomodá-lo nessa noite. No dia seguinte, quando acordasse, desceria de fininho para usar o mesmo que usara de manhã.


O cheiro de alho e queijo invadiu as minhas narinas quando entrei na cozinha e minha barriga roncou imediatamente. Eu tinha na bolsa um pacote de biscoitos de manteiga de amendoim e uma caixinha de leite que havia comprado em uma loja de conveniência a caminho de casa. Ganhara algum dinheiro em gorjetas durante o dia, mas não podia gastar tudo em comida. Precisava economizar o máximo que pudesse.


Havia uma panela tampada sobre o fogão e uma garrafa de vinho vazia em cima da bancada. Junto com a garrafa, dois pratos com o que restava de uma apetitosa massa. Christian estava acompanhado.


Um gemido veio lá de fora, seguido por um barulho alto.


Fui até a janela, mas, assim que o luar iluminou a bunda nua de Christian, congelei. Uma linda bunda nua.


Linda mesmo. Embora eu nunca tivesse visto a bunda nua de homem nenhum. Subi os olhos pelas suas costas e as tatuagens que as cobriam me espantaram. Não soube dizer exatamente o que eram. A luz da lua não era forte o suficiente e ele estava se mexendo.


Movia os quadris para a frente e para trás, e reparei nas duas pernas compridas que apertava junto às laterais do corpo. O gemido alto se repetiu quando ele acelerou os movimentos. Tapei a boca e dei um passo para trás. Christian estava transando. Do lado de fora. Na varanda. Não consegui desviar os olhos. Ele segurou as pernas dos dois lados do próprio corpo e as abriu mais ainda. Um grito alto me surpreendeu. Duas mãos surgiram nas costas dele e unhas compridas arranharam as tatuagens que cobriam a pele bronzeada.



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Autor(a): jessica_ponny_steerey

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Eu não deveria estar vendo aquilo. Sacudi a cabeça para clarear os meus pensamentos, virei-me e entrei depressa na despensa e no meu quartinho escondido. Não podia pensar em Christian daquela forma. Ele já era um gato; vê-lo transando causava sensações estranhas no meu coração. Não que eu qui ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 10



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  • vondy4everponny Postado em 18/09/2014 - 00:05:37

    Como assim? :O ELES NÃO FICARAM JUNTOS? Quero o segundo livro já, agora! Anda, to esperando dona Jess! Chris implorando por ela, ai ai Maite, agarra ele!

  • vondy4everponny Postado em 16/09/2014 - 01:42:09

    Meu Deus, não consigo não odiar a Nan, que filha da p***, literalmente! O pai da Maite é um ridiculo, podre tanto pra uma familia quanto pra outra. Tadinho do Chris, ta todo apaixonado :/ MEGA apaixonado coitado, pena que ele tenha causado isso tudo :/

  • vondy4everponny Postado em 13/09/2014 - 22:56:43

    Ponto para o Woods! Christian do lado da Maite na festa ... aaaaaaaaaaawn *------* Toma Nan, sua bitch! u.u EITA, já entendi tudo, meu Deus, Maite e a Nan são irmãs! O pai dela abandonou a mãe do Chris quando a bitch-mãe tava grávida :O E agora?

  • vondy4everponny Postado em 11/09/2014 - 23:28:32

    Acho que ainda tem muita coisa pra acontecer nesse baile...Ou ao menos terá consequências depois porque a Mai já ta toda pensativa, e o Chris tbm, ah não! Feliz pela Bethy u.u E eu gosto do Woods, na boa KKKKKK! Beijos Jess

  • vondy4everponny Postado em 10/09/2014 - 00:45:11

    PQP, o trem ta feio u.u Que hot foi esse durante a festa :O Maite não é a santa que eu pensava KKKKKKK! O Chris ta sendo perfeito, aaaaaah *----* Espero que a vaca da Nan não atrapalhe. Achei lindo ele indo atras dela no clube kk

  • vondy4everponny Postado em 09/09/2014 - 20:39:09

    Ai ai, quero logo hot na bagaça u.u kkkkkkkkkk Chris todo fofo com ela, awn *------* Já posso matar a Nan? Que fdp, tadinha da Maite, osh!

  • chaverroni_eternamente Postado em 09/09/2014 - 10:56:47

    Cont ta incrivel

  • vondy4everponny Postado em 09/09/2014 - 02:05:53

    Na boa, a Maite nao devia ter dito isso, ela da mole demais pro Christian, osh! Amor proprio? Cade?

  • vondy4everponny Postado em 06/09/2014 - 00:01:22

    Quero mais capitulos. Anda Jess, to esperando! RUM kkkkk Amaaaaando. O Grahan , sei la como escreve, é um fofo *-----* Curti ele!

  • vondy4everponny Postado em 05/09/2014 - 20:18:11

    Chegueeeeeeeeeeei mana Jess. Mais uma fic chaverroni sua *---------* Rainha das adaptações u.u KKKKKK


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