Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

Não sei quantas horas de viagem foram, mas a única coisa que sei é que foram longas horas ao lado daquele senhor que me perguntava de dez em dez minutos se eu estava bem. Passei mal toda a viagem, e ainda fui obrigada a comer aquela comida horrível do avião. Mas tudo bem, vomitei tudo em seguida. Fernando havia dito que quando chegássemos na casa dele, se eu não melhorasse ele iria me levar ao médico, mas vamos ver se ele consegue. O sol já estava nascendo quando o avião aterrissou no Aeroporto Nacional da Califórnia. Desembarcamos, e fizemos Check Out, depois seguimos para um carro que nos esperava. Meu corpo estava a cada minuto pior e o frio me fazia ficar ainda pior que já estava, mas ainda sim não pude evitar reparar na pessoa que dirigira o carro pelo longo trajeto. Eu estava sentada no banco de trás com meus fones de ouvido em volume máximo, assim poderia evitar escutar qualquer palavra dirigida a mim. Olhava pela janela a imagem completamente branca das montanhas nas quais íamos em direção. A cada minuto nos distanciávamos mais e mais do centro e toda a paisagem agora era de arbustos e montanhas cobertas pela neve. Depois de algumas horas no carro, finalmente algum sinal de habitantes. A entrada da cidade onde Fernando vivia tinha uma placa enorme com o nome Williams. Uma pequena cidade no interior da nossa “querida” Califórnia com nada mais de 6.000 habitantes. Eu já havia morado aqui antes, mas era um bebê e portanto não me lembrava de nada. Fui embora acho que com três anos, quando meus pais se separaram. Vi o carro parar e olhei a Fernando que se quer se importou em me dizer algo. O vi sair do carro e depois fechei meus olhos. Não entendi mas não me animei a perguntar nada. Depois de uns minutos vi que o carro fora novamente ligado e que haviam dado partida. Acredito que cochilei por uns 40 minutos, e acordei com alguém me chamando. Abri meus olhos e topei com um homem, bom não tão homem. Aparentava ter uns 22 anos. Ele tinha os olhos acastanhados e não pude ver seu porte físico, já que ele estava agasalhado. O vi dizer algo porém a música não me deixara escutar nada. Tirei meus fones para ouvir o que ele estava dizendo e me arrepiei com aquela voz rouca e grossa ao mesmo tempo entrando por meus ouvidos.

O quê? - Perguntei em sussurro e se quer sabia se ele havia me escutado.

Chegamos Dulce. - Ele me deu um sorriso leve.

Han? - Perguntei grogue. Não sei o que me dera naquele instante, mas nada do que ele pronunciava fazia sentido pra mim.

Está me ouvindo? - Ele perguntou se divertindo provavelmente da cara de retardada que eu estava fazendo. Olhei em volta e vi uma casa coberta de neve, com decorações natalinas. Depois me virei pra ele e o vi estender-me a mão para me ajudar a sair do carro. Sem hesitar sai do carro com a ajuda dele e o encarei. Como ele era lindo. Senti minha mente se virar quando ele me soltou, e minhas pernas bambearem. Tentei pronunciar algo mas não consegui. Mais uma vez vomitei e para melhorar a situação, vomitei nos pés dele. Ele deu alguns passos para trás num impulso, mas ainda pude ouvir lá no fundo ele perguntar se eu estava bem. Perguntava-me várias vezes mas nada mais fazia sentido e eu não conseguia responder. O olhei para ver se ele tinha cara que iria me matar por vomitar nos pés dele mas a única coisa que eu vira fora preocupação estampada nos olhos dele. O vi estender as mãos em minha direção mas logo tudo escureceu.

Senti um ardor entrar por minhas narinas e abri meus olhos. Eu estava deitada em um sofá provavelmente na sala da casa de Fernando. Vi que aquele garoto segurava em sua mão um frasco de perfume, no qual ele havia passado próximo ao meu nariz para me fazer acordar. O olhei e ele ainda tinha cara de preocupado. Atrás dele havia uma mulher loira de olhos claros também com um semblante preocupado. Tentei pronunciar algo, mas não consegui. Estava fraca de mais para dizer algo ou para conseguir me sentar e isso já estava ficando constrangedor.

Dulce, o que você está sentindo? - Aquela voz rouca me perguntou novamente. Tentei respondê-lo mas sem êxito. Procurei minha bolsa em algum canto com os olhos, e ele seguiu meu olhar. De alguma forma ele entendeu o que eu queria dizer e pegou minha bolsa. - O que você quer? Você não consegue falar é isso?

A menina não é muda Ucker. - Agora fora a senhora loira quem se pronunciara. Hum, então esse era o nome do garoto, mas que nome estranho.

Estendi minhas mãos para ele e ele me entregou minha bolsa. Tentei me sentar mas não consegui, então ele se sentou ao meu lado e me ajudou a erguer meu corpo. Suspirei buscando alguma força dentro de mim e abri minha bolsa. Vasculhei alguns bolsos e nada. Olhei assustada para a senhora que ainda me olhava sem entender nada, depois fechei meus olhos e concentrando em dizer algo. Minha voz havia travado de alguma forma e eu não entendi o porquê. Olhei em volta e vi um relógio daqueles antigos na parede e por fim me lembrei de algo que estava comigo o tempo todo. Ergui a manga da minha blusa e mostrei meu relógio no qual eu marcava o tempo em que eu teria que tomar minha insulina. Mostrei a eles e depois de algum tempo eles entenderam.

Ucker! - A senhora exclamou preocupada. - Oh meu Deus, onde está? - Ela me perguntou assustada e eu neguei. - Querida você precisa tomá-la.

Mamãe, onde vamos encontrar uma insulina? A cidade fica a 40 minutos daqui.

COMENTÁRIOS? :( 

Gabivondy, não foi dessa vez aiosuaosiu.