Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

Idiota. - Bufei me virando para ele.

Perdão, não queria te assustar. - Ele deu meio sorriso me mirando.

Mas me assustou. - Cruzei os braços desviando meu olhar do dele.

Não deveria mexer nesses livros.

E porque não?

Seu pai não gosta que mecham nos livros dele.

E daí?

E daí que se eu fosse você deixaria esse livro quietinho no canto dele. Não vai querer estressar ele assim tão rápido.

Cara não tinha pensado nisso mas é uma ótima opção.

Você não vai querer ver ele bravo.

Que se dane. - Descruzei os braços e dei alguns passos até a porta.

Não se lembra de mim não é mesmo? - Mesmo de costas pra ele pude imaginar aquele sorriso quase imperceptível nos lábios dele.

Eu te conheço? - Me virei pra ele que ainda estava de costas.

De certa forma sim Mari. - Ele se virou me olhando.

Mari? - Que intimidade. Pensei sozinha.

É assim que você dizia que gostava de ser chamada.

Desculpa, deve estar me confundindo garoto.

Não estou te confundindo Mari. - Ele falou baixo. - Talvez você fosse muito nova quando foi embora, mas ainda sim me lembro de você dizendo que nunca esqueceria seu Chris e que quando crescesse voltaria.

Chris? Quem é Chris? - Franzi o cenho e o vi abaixar a cabeça. - Do que está falando.

Deixa pra lá. - Ele suspirou. - Vou voltar pra minha casa, se precisar de algo acho que ainda sabe o caminho. - Fiquei parada naquele mesmo lugar e o vi passar por mim deixando apenas seu perfume empreguiçado em meu nariz. Fiquei confusa. Quem era Chris? Eu realmente conhecia Ucker? Muito estranho tudo isso. Olhei o livro em minha mão e fui até a sala de estar, me sentei em um sofá e comecei a ler. Senti um arrepio assim que li a primeira frase e fechei o livro. Ouvi meu celular tocar em algum canto ali mesmo na sala. Olhei algumas coisas procurando por ele e o encontrei. Milhões de chamadas não atendidas. Atendi o mais rápido que pude. - Alô. - Ouvi algumas vozes falando. - Será que podem falar um por um?

Dulce, o Pablo não está nada bem. Ele bebeu demais e agora está no hospital. - Ouvi Pedro falando.

Como assim? - Arregalei meus olhos ao ouvir que Pablo estava no hospital. -  Ele nunca fez isso. - Senti meus olhos arderem. - Por que ele fez isso? - Droga. Mil vezes droga. Não acredito que Pablo tenha feito isso.  Pensei comigo mesma.

Pelo óbvio Maria. Ele não aceitou sua ida.

Como posso falar com ele?  - Senti meu rosto se molhar.

Ele te ligou pela manhã.

Ligou-me? Eu estava dormindo, passei mal a viagem inteira e só consegui dormir quando cheguei aqui. Ele está melhor?

Um pouco. - Pedro falou calmamente. - Continua tomando soro, ele quase entrou em coma alcoólico.

Ah sim. - Suspirei, afinal não poderia fazer nada. - Diga a ele que estou bem, e que depois falo com ele.

Parou de vomitar? - Perguntou Ivalú.

Sim. Já até comi. Desmaiei quando cheguei aqui, mas agora estou bem.

Desmaiou Maria?- Ouvi Fuzz gritar. - Te levaram no médico?

Não Fuzz. Eu estou bem.

Tem certeza?

Sim sua anã. - Revirei meus olhos.

Dulce Maria. - Ouvi Zoraida gritar no fundo.

Zora. - Sorri lembrando-me da cara que ela sempre fazia quando me chamava assim.

Já estou com saudades.

Você nem foi se despedir de mim. - Fiz um biquinho.

Não deu amiga e estou péssima por isso.

Zora, cuida de Pablo pra mim?

Cuido daquele pedaço de mal caminho pra você. - Ela falou em um tom brincalhão. Se tinha uma coisa que eu amava em Zora era que ela conseguia deixar os momentos mais tristes, menos tensos.

Arruma uma garota bem legal pra ele. - Pronunciei receosa. Só de imaginá-lo fazendo as mesmas coisas que fazia comigo com outra garota já me senti estranha, mas o que fazer?! Talvez uma nova garota na vida dele fosse o melhor. Gostava muito dele, mas o suficiente parra querer a felicidade dele.

Isso é sério? - Ela perguntou provavelmente percebendo um tom de insegurança em minha voz.

Sim. - Me limitei sentindo um vento frio percorrer meu corpo.

Olha, não prometo que consigo mas vou tentar.

Obrigada. - Mordi meu lábio inferior.

E você? - Ela perguntou mudando a pergunta. - Como está aí?

Na medida do possível. Acabei de comer uma coisa leve porque meu estômago ainda está um pouco estranho.

Algum garoto?

Zoraida eu mal cheguei aqui, por favor né. - Revirei meus olhos. - Se bem que... - Calei-me pensando em Ucker.

Se bem que? - Ela perguntou curiosa.

Nada. É só um garoto lindo que mora aqui.

Garoto lindo Maria? Como ele é? Qual a cor dos olhos? Do cabelo? Qual o nome dele? Quantos anos.

Zoraida. - A repreendi.

Fala caramba. Ele é bonito?

Digamos que ele é um pedaço de mau caminho. - Sorri lembrando-me do rosto dele. - Tem os olhos castanhos, o cabelo é castanho médio e um pouco enrolado. Não muito alto mas pelo meu tamanho fico uma anã perto dele. Não sei se é esse o nome mas o chamam de Ucker e eu não faço ideia de qual a idade dele. Aparenta ter uns 19, não sei. Tem uma carinha de bebe e um olhar expressivo.

Dulce, você encontrou um homem perfeito. Mande-o pra mim garota. - Ela falou empolgada.

Fique à vontade. - Dei de ombros. - Você não sabe como foi a primeira vez que nos falamos. - Segurei o riso ao lembrar-me do pouco que minha mente guardava.

Como?

Bom, na verdade ele falou comigo. Quando chegamos aqui onde o Fernando mora, ele foi me ajudar a sair do carro. Eu estava mal. Me sentia horrivelmente horrível. Não sei bem o que houve, só me lembro que vomitei tudo o que comi bem nos pés dele.

Que nojo Maria. - Ouvi Pedro gritar do fundo enquanto as meninas gargalhavam - Se você tinha em mente conquistar o novo garanhão perdeu todas as chances.

Pedro vai pro inferno. Eu não quero conquistar ninguém.

Tá Dulce, mas diz o que aconteceu depois?

Não sei. Só me lembro de ver a cara de desespero dele me olhando. Ele falava comigo mas não me lembro de nada.

Desmaiou?

Exatamente.

Ai que romântico. - Fuzz falou irônica.

E você vai junto com o Pedro com a passagem só de ida pro inferno Fuzz. Toco de amarrar jegue.

Olha a suja falando da mal lavada.

Idiota.

Seus amigos? - Ouvi uma voz rouca preencher o ambiente e meu corpo travou por completo. Há quanto tempo ele estaria ali? - Você não escuta é?

Dulce. Quem é? - Ouvi Ivalu falar.

Gente depois ligo. Amo vocês, bye. - Desliguei sem dar tempo deles responderem. - Há quanto tempo está aí? - Perguntei ainda sem me virar para ele.

Já faz um tempo. - Arregalei meus olhos e me virei pra ele.

Seus pais não te ensinaram que é falta de educação ouvir a conversa alheia? - O fitei e ele sorriu. E que sorriso.

Perdão. Eu não queria interromper minha descrição. - Ele caminhou até o sofá que ficava de frente para o sofá que eu estava deitada e se jogou no mesmo olhando pra cima.

Sua o quê? - O olhei assustada.

Gabivondy eu tenho sérios problemas com Ucker galant  e romantico nas minhas fics. `-` Não consigo escrever uma fic se quer que ele seja um cachorro safado sem vergonha como nas outras `-`