Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

O que foi Dulce? – Ele me segurou pela cintura. – O que está sentindo?

Eu não sei. Está tudo rodando. - Tentei buscar os olhos dele mas tudo que vi foi o ambiete escurecer aos poucos.

Dulce. Dulce! – Ouvi a voz dele preocupada me chamar. - Fala comigo. – Senti meu corpo perder a força e algumas pessoas virem em minha direção e minhas vistas escurecerem totalmente.

Acordei depois de um tempo. Parecia estar em um hospital. Christopher estava sentado ao meu lado e meu pai conversava com um médico na porta.

O que houve? – Perguntei a Christopher antes que ele pudesse se pronunciar.

Você apagou Dulce. – Ele se levantou da cadeira onde estava e ficou em pé ao meu lado. – Como se sente?

Bem. Mas o que aconteceu?

Sua diabetes. Quanto tempo tem que você não toma sua insulina?

Nem sei. – Me sentei na maca.

Não pode ficar tanto tempo Dulce. Se isso acontece quando você estivesse sozinha?

Desculpa.

Já te aconteceu antes?

Já sim.

Oi filha. – Fernando se aproximou. – Está melhor?

Sim. Posso ir pra casa?

O medico disse que é melhor você passar essa noite aqui. Se quiser ir pra casa pode ir Christopher. Eu fico com ela.

De modo algum Fernando. Não é confortável para o senhor passar a noite aqui. Eu fico e amanhã levo a Dulce embora. – Ouvi o celular dele tocar. Cachorro, o meu ele não quis deixar eu trazer! – Espera. – Ele tirou o celular do bolso e atendeu. – Oi Poncho? Não! Desculpa, esqueci de te avisar. A Dulce passou mal e tive que trazê-la ao hospital, mas não é nada muito grave. – O olhei. Como assim ele não avisou aos dois que eu estava no hospital. – Ok! Vou pedir ao Fernando que passe aí e te pegue. Até mais. – Desligou o celular. – Era o Poncho. Fernando pega ele na festa?

Claro. É naquela casa que passei em frente?

Sim.

Ok! Vou indo então. Fica bem filha. – Ele depositou um beijo em minha cabeça. – Qualquer coisa me liguem.- Disse enquanto se retirava.

Ainda estou com fome, e pior. Agora estou com uma vontade gigantesca de comer massa. – Deixei meu corpo cair me deitando de novo.

Vou ver se o médico deixa eu pedir pra você. Espera aqui tá bom? – Assenti.

Chris. – Ele me olhou. – Esquece. Vai lá.

Fiquei preocupado com você.

Desculpa. Eu não queria.

Eu sei que não ok. – Ele selou meus lábios. – Espera aqui, não fuja.

Mão fugirei. - Sorri vendo-o se retirar.

Cinco, dez, quinze minutos e nada dele voltar. Comecei a entrar em desespero. Odiava hospital com todas as minhas forças. Quando criei coragem pra sair da maca a porta se abriu.

Voltei baixinha. - Ele trazia consigo uma sacola.

Demorou.

Desculpa, fui direto lá comprar sua comida. - Ele veio até mim e beijou minha bochecha. - Está tudo bem?

Odeio hospitais. Não quero passar a noite aqui.

Ninguém gosta. Olha trouxe sua comida. - Ele abriu a sacola na mesa ao lado da maca.

Chris... - Mordi o lábio inferior.

O que foi?

Posso te fazer uma pergunta?

Claro. Todas que quiser. - Ele sorriu terno.

Porque você me trata assim?

Assim como?

Assim.Desde que cheguei, você está sempre comigo.

Não sei. Gosto de passar o tempo com você. - Ele pincelou meu nariz. - Agora come. - Ele pegou a comida que vinha em um recipiente de alumínio.

Massa. - Gritei e ele riu. Sim, eu era apaixonada por massas.

Não grita. Parece criança, credo.

Eu sou uma criança Chris. Uma eterna criança. - Peguei o recipiente e comecei a comer.

Ah é? - ele se sentou na beirada da maca me olhando.

Sim. - Respondi de boca cheia.

Eca. - Fez uma careta e eu ri.

Desculpa. - Tapei a boca.

Doidinha. Está gostoso?

Está uma delícia. Quer?

Não. Pode comer tudo. - Ele me olhava enquanto eu comia, e isso era constrangedor.

O que foi?

Nada?

Então para de me olhar assim.

Não!

Chato.

Chata!

Estou com sono.

Então dorme. Amanhã cedo vamos pra casa.