Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

Eu estou bem. - Respondi finalmente ainda meio atordoada, olhando em volta a multidão que havia se formado.

Tem certeza? - Um senhor se abaixou à minha altura. - Vou chamar uma ambulância.

Não! Não precisa. - Respondi rápido, o ultimo lugar que eu queria ir é a um hospital.

Ai meu Deus! - Uma mulher veio rapidamente até mim. Provavelmente seria ela a autora do grande desastre. - Você está bem? Se machucou? Eu vou te levar ao médico.

Já disse que está tudo bem, foram apenas alguns arranhões. - Dei um sorriso fraco.

Tem certeza? Eu posso te levar a um Pronto Socorro. Olha eu juro que tentei parar, mas foi tudo tão rápido. Vocêsurgiu do nada.

Está tudo bem. Olha, a culpa foi minha. Eu que estava com a cabeça em outro planeta e não prestei atenção por onde estava indo. - Me levantei com a ajuda da mesma. - Fica tranquila. Eu vou voltar para o hotel, fica há umas três quadras daqui.

Posso te levar lá?

Não é necessário. Olha, estou quase inteira. Está tudo no lugar, não se preocupe. - Disse já me retirando. Estava no mínimo contrangedor todos ali com a atenção voltada a mim.

Me desculpe. - Ela falou meio alto já devido à pequena distância.

Não tem problema. - Me virei e saí caminhando com certa dificuldade até o hotel. Cheguei até o hotel e lá estava Christopher na recepção, provavelmente perguntando por minha pessoa. Se quer quis perder meu tempo e segui direto para o elevador, mas não sem antes ele me ver e correr até mim.

Dulce o que aconteceu? - Ele perguntou assustado e preocupado.

Nada. -Dei de ombros e entrei no elevador apertando o botão do andar desejado.

Como nada? Está toda machucada.

Jura? Eu nem tinha notado. - Respondi irônica.

Baixinha, me diz o que aconteceu. Estou preocupado. - Ele tirou o a mecha de cabelo que caía sob meu rosto.

Já lhe disse. Não aconteceu nada! E meu nome é Dulce Maria caramba. Me alterei. Finalmente a porta do elevador se abriu e eu segui rumo ao meu quarto. - Faz um favor pra mim. Esquece que eu existo. - Entrei no quarto e bati a porta na cara dele. Não queria ver a cara dele, não queria ouvir a voz dele. Joguei minha bolsa num canto qualquer e fui direto pra cama. Agora sim pude sentir uma dor horrível com uma mistura de queimação. Minha cabeça agora latejava de dor e eu se quer saberia dizer se havia batido a cabeça no acidente. Minhas mãos, braços e pernas estavam todos arranhados e provavelmente alguns arranhões no rosto. Fechei meus olhos e fiquei sentindo o vento entrar pela sacada e refrescar minhas feridas.

Pelo incrível que pareça Christopher não apareceu. Talvez tivesse passado o resto do dia com aquela loira, e se duvidar muito, também passaria a noite.

Fiquei ali deitada naquela cama gigante por horas e horas, agora mal podia me mexer e a dor aumentava a cada hora que se passava. Pensei em me levantar para pegar meu celular e chamar a Christopher, mas o máximo que consegui pegar foi o telefone do hotel no criado mudo ao lado. Disquei o primeiro número que veio à minha cabeça e assim que ouvi a voz do outro lado já comecei a chorar. - Papai. - Disse após algum tempo com a voz falha. - Me ajuda.

Dulce o que houve? - Ele perguntou preocupado. - Por que está chorando? Filha fala comigo. - Não consegui responder. Apenas chorava ouvindo-o implorar para que eu o respondesse. Não demorou muito para que a linha fosse desligada. Mais ou menos uns cinco minutos depois Christopher entrou no quarto preocupado.

Baixinha. - Ele veio até mim e ligou a luz do abajur. - O que você tem? Ele tentou me levantar.

Para. - Gritei.

O que houve?

Está doendo muito.

O que aconteceu baixinha? Seu pai me ligou desesperado. - Ele me olhou. - Me responde. - Não consegui, apenas chorava. - Dulce, se você não me disse o que tem eu não vou poder te ajudar. Por que é que está toda machucada?

Eu fui atropelada Christopher. - Falei baixo.

Foi o quê? - Ele arregalou os olhos. - Como assim? Atropelada de quê?

De carro.

Dulce porque é que não me disse antes? Qual o seu problema? Vou te levar pro hospital já.

Eu não quero ir para o hospital.

Não estou te perguntando. Vem. - Ele me pegou no colo e me levou até o banheiro.

O que vai fazer?

Consegue tomar banho sozinha?

Eu não vou entrar debaixo do chuveiro. Quer me matar de dor?

Então troca de roupa pelo menos.

Eu não estou aguentando nem me mover direito Christopher.

Tudo bem. Eu vou pegar uma roupa pra você e te levo pro hospital. Não chora mais. Eu estou aqui e vou cuidar de você.

Eu quero meu pai.

Ele vai vir pra cá, tá bom? - Assenti.

Assim que o taxi que ele havia pedido chegou, ele me levou para o Pronto Socorro. E se não bastasse a dor que eu estava sentindo, ainda tive que houver sermões do médico.

Passei toda a noite no hospital fazendo mais exames. - como se já não bastasse os que eu fiz e os que eu ainda teria que fazer.

Está melhor? - Christopher me perguntou enquanto me olhava deitada na maca.

Quando ele vai chegar?

Vai demorar um pouco.

Ok. - Dei de ombros.

Porque está agindo assim comigo? O que eu fiz pra você hein?

Além de fazer meu o Pablo ficar com raiva de mim?

Dulce, eu não tenho culpa se ele interpretou mau. E eu nem falei mentira.

Você é um idiota sabia? Podia ter explicado a ele o que realmente aconteceu.

Você não está brava por isto.

Estou sim.

Não está não. Eu conheço bem quando você está diferente. Primeiro você me expulsa do quarto, acorda de mau humor, some e volta toda quebrada pro hotel.

Nem sei porque te preocupa isto. Aliás você foi atrás da primeira menina que encontrou mesmo. Que diferença faz se eu te expulsei ou não do quarto.

Está com ciúmes.