Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

“Acidente na rodovia que liga Los Angeles a São Francisco deixa quatro mortos e um ferido.”

A primeira coisa que ouvi pela manhã. Abri meus olhos e vi Christopher sentado de mal jeito em uma poltrona vendo TV. Haviamos chegado tarde em São Francisco devido ao incidente ocorrido durante o caminho.

Quatro mortos? - Perguntei ainda em choque.

Sim. Pelo que dizem o motorista do caminhão faleceu a caminho do hospital. - Ele se ajeitou e me olhou.

Foi melhor assim. - Abracei o travesseiro no qual ele havia dormido.

Melhor assim?- Ele franziu o cenho me olhando.

É.

Ele matou três pessoas e quase nos matou Dulce. Não vai acontecer nada com ele, porque ele morreu. Ele não vai pagar pelo crime que cometeu.

Christopher. - O repreendei. - Você não sabe o que aconteceu, não o julgue. Acha que ele simplesmente levantou decidido a atropelar pessoas? Já pensou que ele poderia ter uma família? Ter filhos pra cuidar?

Ele morreu, e quem vai pagar por isso?

Ninguém Christopher. Ninguém vai. - Me levantei segurando as lágrimas e fui para o banheiro. - Minha mãe morreu Christopher. Ela morreu e levou sete. Sete pessoas com ela, sem contar o bebê que ainda nem tinha nascido. - Me olhei no espelho. Eu estava horrível. - Tenho certeza que muitos a julgaram e ainda a julgam por isso, mas poucos sabem que ela já estava morta antes do acidente. Ela deveria estar viva pra pagar pela vida de sete pessoas? Ou melhor, oito pessoas? Se ela estivesse viva depois do acidente, o que seria dela hoje? Estaria presa, condenada à prisão perpétua ou à morte por isso?

Não é assim Dulce. - Ele veio até o banheiro. - É diferente.

Não Christopher. Não é diferente. - Me virei já alterada para ele.

Tudo bem. Desculpa, eu não devia ter falado isso. Eu só estou chateado por ter feito você reviver tudo isso de novo. Você teve pesadelos a noite inteira Dulce, e ver você chorar e se debater na cama me deixou totalmente irado.

Então se acostume. Foi pior quando minha mãe morreu. Eu gritava Christopher. Todas as noites, por meses, eu tive pesadelos. E foi horrível, porque nada fazia parar. Eu tinha medo de dormir sozinha, medo de vê-la morrer todos os dias, de ouví-la pedir socorro e não poder fazer exatamente nada.

Desculpa Dulce. - Ele me abraçou. - Eu não queria te deixar assim, eu juro. - Ele pressionou os lábios contra os meus e fechei meus olhos.

Senti um ardor quando ele sugou meu lábio inferior e me afastei rapidamente. - Ai. - Coloquei a mão sobre a boca.

O que foi?

Acho que me machuquei. - Voltei a olhar novamente para o espelho analisando o interior do meu lábio. Estava cortado, provavelmente eu o mordi com tanta força a ponto de fazer isso.

Porque fez isso?

Foi a única forma que encontrei de me controlar enquanto o carro derrapava Christopher.

Você não teve reação alguma, pensei que iria gritar.

Eu estava paralisada, e foi tudo muito rápido. Talvêz se eu tivesse acordada antes eu teria gritado. E muito. - O olhei através do espelho. - Devíamos tentar esquecer isso.

Vou tentar. - Suspirei. - Estou com fome.

Vamos descer pra comer alguma coisa então. Eu estava esperando você acordar pra gente ir. - Senti os braços dele envolverem miha cintura por trás e os lábios dele tocarem meu ombro esquerdo.

Chris. - Sussurrei fechando os olhos. - É melhor a gente ir.

Tudo bem.

Desculpa.

Não. Eu quem devo me desculpar Baixinha. Tanta coisa acontecendo com você e eu te pressionando.

Eu estou matando você não é mesmo? - Mordi levemente o lábio inferior sentindo um leve ardor.

Mais ou menos. Me mata mais quando veste seus pijamas super curtos. - Ele deu um sorriso. - Aí sim sou obrigado a tomar um banho frio ou acalmar meu amiguinho aqui.

Safado.

Pense pelo lado bom. Eu não preciso de nenhuma revista masculina. - Ele mordeu a ponta da minha orelha.

Talvêz isso não demore Chris. Eu sei que você é homem e é mais difícil pra você do que pra mim, mas espera mais um pouquinho.

Eu esperarei o que for preciso, desde que eu tenha certeza de que você não será de mais ninguém, nunca mais. Nem mesmo daquele seu amiguinho lá de Nova York.

O Pablo? - Sorri e ele assentiu.

Sabe, eu até tenho uma certa inveja dele.

Chris, ele e eu somos amigos, nada mais.

Você disse que eram namorados.

Não era nada sério. Embora ele tenha ficado péssimo depois que vim embora. Mas já passou. Ele deve estar naquela vida de galinhagem dele de novo. - Revirei os olhos. - Mas chega de falar nisso. Vou tirar esse meu pijama super sexy, vestir uma roupa menos sexy e nós vamos descer pra tomar café da manhã ok?

Ok tentação. - Ele me puxou contra o corpo dele e mordeu meu pescoço. - Vou te esperar lá no quarto.

Ok, mas tira aquele jornal porque ninguém merece acordar com uma notícia daquela.

Você quem manda. Vou assistir Scoob Doo.

Vai lá neném. - Dei um sorriso imaginando a cena.

Terminei de me arrumar e juntos fomos até o restaurante do hotel tomar café da manhã. Uma mesa repleta de frutas tropicais, pães, sucos, café, chás, torradas, biscoitos, ovos mechidos, bacon e muito mais. Meu paiestava caprichando no requísito me fazer bem. Sinto até um frio na barriga em lembrar que disse coisas horríveis para ele enquanto ele já tinha preparado tudo isso pra mim.

Tomamos café juntos e depois fomos dar uma volta pela cidade com o TourBus já que eu me recusava a entrar novamente dentro do carro que eu quase morri na noite anterior.