Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

Chris. - O chamei preocupada. - Está tudo bem?

Não. Não está tudo bem. - Ele se levantou e depois se sentou na beirada da cama de costas para mim.

O que houve? Está se sentindo bem?

Não. Eu não estou me sentindo bem. Isso não está certo. Você não quer isso, só está fazendo por pura pressão psicológica.

Não Chris. Não é verdade. - Me ajoelhei atrás dele e acariciei-lhe os ombros.

Não diga que não é, porque você sabe que sim Dulce. - Ele tirou minhas mãos dos ombros dele. - Eu... Eu vou dar uma volta. - Ele pegou a blusa dele no chão e a vestiu. - Pode ficar aí se quiser. - Ele saiu sem se quer me olhar.

Chris espera. - Fui até a porta mas ele a fechou antes que eu pudesse alcançá-lo.

Chorei por alguns longos minutos. Sabia que no fundo ele tinha razão. Christopher e eu nunca poderíamos dar certo. Me vesti novamente, e fui para o meu quarto. Juntei todas as minhas coisas, peguei o telefone e disquei.

Papai? - Perguntei antes que pudessem responder. Minha voz me condenava. Ainda estava falha e um pouco alta.

Dulce? O que foi?

Eu quero ir embora.

O que aconteceu? Está tudo bem?

Não. Não está tudo bem. Eu quero ir embora daqui.

Dulce, o vôo é só pra amanhã.

Não interessa, eu não quero ficar aqui, por favor.

Filha, é só mais um dia. - ele suspirou.

Por favor. Eu faço o que você quiser, mas por favor, eu quero ir embora.

O que aconteceu? Me diz. Está me deixando preocupado.

O fato de eu quase ter morrido ontem é o suficiente pra você? - Perguntei alterada. Era a única forma que encontrei rapidamente em meu cérebro.

O quê? Do que está falando?

Quase fomos engolidos por um caminhão, com sorte ainda teria algo para velar amanhã.

Dulce, não brinca com uma coisa dessas.

Não estou brincando. Pergunte ao Christopher.

Tudo bem. - Soltou um suspiro ainda maior. - Ele está aí?

Não. Não sei onde ele está?

Vocês estão no hotel?

Sim.

Eu vou ligar para o telefone dele. Fica tranquila ok? Eu vou dar um jeito.

Tá. - Desliguei o telefone e me encohi na cama.

Cerca de umas duas horas depois Christopher apareceu no quarto. Primeiro ficou me olhando de longe em silêncio, depois veio e se sentou na beirada da cama.

Vamos? - Ele perguntou com a voz falha. Seus olhos estavam avermelhados.

Pra casa? - Ele assentiu. - Ok. - Me sentei e enxuguei meu rosto.

Depois a gente conversa sobre o que aconteceu. - Ele beijou minha testa. - Te espero lá na recepção. Precisa de ajuda?

Não. - Me limitei enquanto me levantava e ia até o banheiro lavar o rosto.

Longa, tensa e cansativa. Essas palavras resumiam todo o trajeto de volta pra casa. Desde antes de sair do hotel até o momento que chegamos em casa. Eu não conseguia olhar para a cara dele, e ele se quer fazia algo que puedesse chamar minha atenção. Tomei um banho e logo depois fui dormir.

Acordei no dia seguinte com o sol forte batendo em meu rosto. Tomei novamente um banho para me livrar do suor da madrugada. Os dias estavam ficando quentes com a chegada do verão. Desci para o andar de baixo e fui até a cozinha onde Christopher e meu pai conversavam. Christopher me olhou e logo em seguida se retirou sem falar nada.

Oi filha. - Meu pai se levantou e veio até mim. - Como está?

Cansada. - Suspirei. - Obrigada. - O abracei forte enquanto agradecia com a voz falha.

Já passou meu amor. - Ele beijou minha cabeça. - Está tudo bem agora.

Eu sei.

O importante é que não te aconteceu nada. Nem a você e nem ao Christopher.

É. - Apartei-me dele mirando o chão.

O que está acontecendo entre vocês dois? Por que ele não falou com você?

Não sei. Deve estar chateado por eu ter estragado tudo, como sempre. - Suspirei. - Acho melhor eu comer alguma coisa.

Faça isso. Eu vou estar lá dentro, qualquer coisa me chame.

Tá. - Me sentei na cadeira as montanhas pela janela.

No dia seguinte Christopher continuava sem falar comigo. Fui para a escola pela manhã quase sendo carregada. Era sacrifício de mais ter que ir à escola apenas uma dia da semana, principalmente por esse dia ser a sexta-feira.

Dulce. - Ouvi aquele grito rouco e fino de Anahí há uns 10 metros de distância. - Olha quem apareceu. - Ela pulou em mim quase me jogando no chão. - Como foi a viagem? Meu Deus, o que aconteceu com sua perna? Você viaja pra California e volta toda quebrada? E esse braço machucado?

Anahí, dá pra falar mais baixo por favor? - A interrompi. - Deixa de ser curiosa ok. - Fechei o meu armário.

Me conta tudo. O que aconteceu? Por que está com essa cara triste?

Quer mesmo que eu faça um resumo do que foi minha viagem? - Ela assentiu?

Então vamos pra aula que eu te conto no caminho. - Ajeitei a mochila no ombro. - Que aula é agora?

Educação Física. - A olhei. - Duas seguidas.

Que bom. Talvêz a sexta feira não seja tão ruim assim.

Principalmente pelo fato de que amanhã teremos uma festa para vir.

Teremos, quem? - Ergui uma sobrancelha.

Você, eu, a escola e mais um convidado cada um de nós.

Seria uma pena se eu não viesse.

Ai, deixa de ser chata. Você vai vir sim.

Anahí, olha pra mim e me responde se tenho condições de frequentar uma festa.

Não vai ser nada de mais, só uns comes e bebes e umas apresentações de alguns alunos. - Ela revirou os olhos. - Te espero aqui às oito da noite. - Ela disse decidida. - Agora me conte o que aconteceu por você estar nesse estado.

Aconteceu que a morte resolveu me desafiar duas vezes nesses dias.

Como assim?

É.- Suspirei. - Uma eu fui atropelada, e na outra eu quase fui morta.

Como assim? - Ela começou a rir. - Atropelada pelo quê?

Por um carro. Por isso estou toda quebrada.

Que azarada você. Essa foi a melhor maneira de conhecer Los Angeles. - Ela disse irônica. - E agora, porque quase foi morta?

Você viu o noticiário do acidente na rodovia que liga Los Angeles a São Francisco? - Ela assentiu. - Pois é. O número de mortos por pouco seria seis, e não apenas quatro. - Senti um arrepio e Anahi ficou boquiaberta. - Christopher foi esperto o bastante para desviar do caminhão, mas o carro de trás não teve tanta sorte.

Espera, o que vocês estavam fazendo nessa rodovia?

Cortesia do senhor Fernando. - revirei os olhos. - Iamos passar dois dias em São Francisco, mas aí eu quis vir embora.

Dulce Maria, está dizendo que estava indo ficar dois dias em São Francisco com Christopher Von Uckermann e quis vir embora? - Ela gritou e algumas pessoas olharam.

Fala baixo Anahí. - A repreendi. - É isso mesmo. A gente quase... Você sabe.

Por que quase? Não foram até o final?

Não. Eu não queria, mas eu pulei fora tantas vezes que fiquei constrangida e resolvi ceder. Mas na hora quem desistiu foi ele, com o papo de que não estava certo, que eu só havia cedido por que estava sendo pressionada, e então ele se foi. - Abaixei a cabeça.

Ai Dul. Sabe que ele está certo né?

Sei. O pior é que eu sei. Estou chateada comigo mesma por isso. Mas poxa, ele não precisava ter me deixado daquela forma.

Olha, dê um tempo pra vocês.

A gente não pode ficar junto, e não vamos. Não está certo isso. Ele merece uma pessoa melhor.

Ai, já vem você com esse papo. Olha, se não quer ficar com ele de verdade, abre o jogo. Mas se gosta dele, não deixa ele escapar não. Você sabe que ele é um garoto maravilhoso.

Eu sei disso. - Suspirei.

Sabe o que eu acho?

O quê? - Paramos na entrada do vestiário.

Que você deveria sair com outro cara, e só assim vai ter certeza desse sentimento pelo Christopher.

Outro cara?

Sim. Olha, tem uns meninos bonitos aqui. E aposto que virão uns gatinhos na festa manhã.

Eu não sei Annie. Não sei se quero isso.

Pois devia viu. Se ver que não vai rolar por causa do Christopher, é só cair fora.

Chris. - Sussurrei.

Você gosta dele. - Ela revirou os olhos. - Ou caga, ou sai da moita Dulce. - Ela entrou no vestiário e eu fiquei encostada na porta.

Anahí trocou de roupa e depois seguimos juntas para a educação física. Entreguei o atestado de que eu não poderia participar da aula e fiuei da arquibancada vendo a turma se aquecer.

Olá. - Meu professor se sentou ao meu lado. - Como está?

Um pouco quebrada, e o senhor?

Bem. Parece que não teve uma boa viagem a Los Angeles né?

É... - Mordi o lábio inferior que ainda ardia.

Vai vir à festa amanhã?

Eu não sei. Ainda estou decidindo. - Continuava com os olhos fixos nos alunos. Era como se eu olhasse para o lado e visse o que eu não deveria.

Deveria vir, quem sabe não conhece novas pessoas?

Quem sabe. Até amanhã eu decido se venho ou não. - Me encolhi sentindo um olhar estranho sobre mim.

Ok. Vou dar minha aula. Qualquer coisa me chame.

Tá. - Dei de ombros enquanto ele saía. Um alívio percorreu meu corpo.

Passei toda a aula lendo um livro que tinha em minha mochila. Quase duas horas se passaram e por fim fomos para o primeiro intervalo. Esperei Anahí tomar banho e depois fomos para o pátio principal.

O que o professor queria com você?

Sei lá. Só perguntou se eu estava bem e se viria à festa manhã. Foi estranho, porque ele nunca falou comigo.

Ele é estranho. Fique longe dele quando estiver sozinha.

Por quê?

Boatos correm pelo colégio Dulce. - Ela tomou um pouco de suco.

Que tipo de boatos? - Me encolhi.

Aliás, ele não parou de olhar pra você a aula inteira. Eu fiquei de olho nele.

Anahi me responde.

Fica longe dele, é só o que tenho a dizer. - Ela deu de ombros.

Às vezes tenho vontade de te das uns tapas sabia? - Bufei e tomei um pouco do meu suco.

Eu tenho nojo dele. Aliás, ele é super feio, credo.

Não acho o professor Guilhermo tão feio assim.

Eu acho, e se fosse você também acharia.

Por um acaso ele anda seduzindo alunas? - Ergui uma sobrancelha e ela assentiu. - É sério?

Sim. Mas não quero falar sobre isso.

Ele não fez nada com você, né?