Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

Passei o restante da tarde dormindo. Acordei por volta de dezoito horas e desci até a cozinha para comer algo. Minha cabeça ainda doía e meu corpo estava fraco. Fui até a geladeira, peguei uma de minhas insulinas e apliquei. Não me lembrava a ultima vez que havia tomado aquela coisa. Sentei-me na cadeira, apoiei minha cabeça sob meus braços em cima da mesa fechei meus olhos e apenas esperei com que fizesse efeito. Ouvi o barulho da porta se abrindo e levantei minha cabeça. Christopher estava parado na porta me olhando. Seu olhar era de preocupação. Eu provavelmente estaria com uma aparência horrível.

Está tudo bem. - Disse antes mesmo de ele perguntar.

É a diabetes? - Assenti. - Vou preparar algo pra você comer. Já tomou a insulina?

Já tomei Christopher, não precisa fazer nada, eu sei me virar. - Voltei a abaixar minha cabeça.

Ouvi o som de alguns objetos pela cozinha. Portas de armário abrindo e fechando. Geladeira. Embalagens plásticas.

Eu já disse que não precisa Christopher. - Levantei um pouco alterada. - Eu sei me virar. - Ele me ignorou e continuou a fazer o que estava fazendo. - Christopher. - Gritei e senti tudo ao meu redor girar. Apoiei-me na mesa.

Estou vendo que sabe se virar. - Ele veio até mim e me segurou.

Me solta. - Gritei e minha voz saiu falha. - Você... Você não tem direito de fazer isso Christopher.

Fazer o quê?

Me ignorar por dias e depois vir cuidar de mim como se nada tivesse acontecido. Eu tenho sentimentos Christopher.

Não começa Dulce.

Não começa, Christopher? Não começa? O que você acha que eu sou? Um fantoche? É assim que você quer que eu tenha certeza de meus sentimentos por você?

Dulce. - Ele suspirou. - Eu...

Você nada Christopher. - Passei as mãos pelos olhos impedindo que a lágrima caísse. - Por que não volta lá pra sua casa e continua fingindo que eu não existo. Não continua fingindo que nunca aconteceu nada entre nós dois. Ou melhor, porque não vai procurar aquela sua amiguinha lá da escola, hein?

Você viu? - Ele arregalou os olhos. Se antes eu não tinha certeza do que havia rolado, agora ele acabara de se entregar. - Dulce, foi só... - O interrompi levando minha mão a seu rosto que provavelmente ficara ardendo. - Desculpa. - Ele pronunciou de olhos fechados.

Sai daqui. Vai embora Christopher.

Mari.

Não tem Mari, não tem nada. - Alterei ainda mais a voz. - Fique longe de mim ok? Longe.

Tudo bem. - Ele suspirou. - Só coma alguma coisa e fique bem. - Ele me soltou e caminhou em direção à porta. - Só pra você saber, eu...

Cala a boca. - Gritei. Eu não queria ouvi-lo. Aquela voz que tanto me arrepiava e me fazia perder o sentido agora me dava náuseas.

Assim que ele saiu eu voltei a me sentar. Eu não queria chorar. Eu não ía chorar. Estava cansada de chorar.

Devo ter ficado uns quarenta minutos na mesma posição, fitando um ponto qualquer no horizonte através da vidraça.

Não acredito que aguentaria por muito tempo essa vida. A única pessoa que poderia ser capaz de me fazer mudar de ideia havia me traído. Traído. Traição. Meu estômago embrulhara só de imaginá-lo com outra. Aos beijos com outra. Ou pior, na cama com outra.

Soltei um soluço alto e dolorido. Doeu ter sido deixada semi nua na cama mas nada dói mais ainda saber que o que ele não encontrou em mim, ele encontrou em outra. Eu não queria chorar, mas fora incontrolável.

Dulce? - Aquela voz fina e meio rouca atrás de mim adentrou por meus ouvidos. Enxuguei meu rosto rapidamente na esperança de que Anahí não percebesse que eu estava chorando.

Você por aqui? - Me encolhi ainda sem olhá-la.

É. Queria vir te ver um pouco. Saber se ficou tudo bem depois de ontem.

Ah, está tudo bem. Não aconteceu nada né. - Mordi o lábio inferior enquanto ela se sentava na cadeira ao lado.

Nossa, você está péssima. O que aconteceu?

Não foi nada.

É por causa do Guilhermo?

Não. Nem estava lembrando dele. - Dei de ombros.

Christopher? - Assenti.

O que aconteceu? Você brigaram?

Ele ficou com a menina na festa ontem Anny.

Não brinca. Que estúpido! - Ela exclamou. - Nunca pensei que o Christopher fosse desses. Sério. - Ela suspirou frustrada. - E eu que pensei que isso iria se resolver logo.

Quero ir para o meu quarto.

Então vamos. Eu te faço compania. - Ela tirou o cabelo do meu rosto. - Se você quiser, é claro.

Preciso comer alguma coisa. Minha diabetes está atacada. - Bufei cruzando os braços.

Já tomou sua insulina?

Já sim. Desde que vim pra cá tenho me descuidado bastante, preciso voltar a regular minha alimentação, ou pode se agravar.

Então comece a regulá-la. Saúde é coisa séria dona Dulce.

Eu sei. Mas sabe quando você começa a parar de se importar com você? É como se morrer agora ou amanhã não fizesse diferença.

Ai, para de falar assim. - Ela deu três batidas com a mão fechada na mesa. - Falando assim parece que você está numa depressão sem volta. - Me mantive em silêncio. Pensando. Talvêz a morte fosse minha única saída. A única maneira de todo esse pesadelo que é a minha vida acabar. Ela já bateu na minha porta quando eu era criança duas vezes. A primeira vez quando fui parar no hospital por causa da diabetes (que eu ainda nem sabia que tinha). A segunda quando ela veio buscar minha mãe. A terceira quando ela levou minha avó. A quarta e a quinta nos acidentes que sofri há poucos dias. E a diferença é que três de cinco vezes, ela voltara para casa de mãos vazias. Tenho a leve impressão que a Senhora Morte só me deixará em paz quando levar tudo de mim, ou quando levar a mim. Acho que prefiro a segunda opção.

Eu não descobri a cura do câncer, não sou nenhuma atleta que coloque o nome do país ao allto. Não fiz nada nessa vida que vá de alguma forma fazer com que sintam minha falta. Estou aqui de passagem, mas sem objetivo algum.

Dulce. - Anahí estalou os dedos na minha frente. Dei algumas piscadas para me livrar desse pensamento estranho. - Você está precisando de ajuda, sério. Isso não é normal para uma menina de 17 anos.

Me diz que tipo de ajuda vai trazer meus pais de volta, ou mudar o fato de que o Christopher ficou com aquela garota? Acho que nenhuma. - Me levantei um tanto quanto brava. - Eu estou cansada dessa vida sabia? Ela é uma droga. Eu... Eu nem sei porque eu estou aqui. Minha mãe me deixou. Minha avó me deixou. Me tiraram dos meus melhores amigos. Tiraram a minha vida, e isso é pior que morrer. - Peguei o copo que estava sob a mesa e o atirei contra a porta, fazendo-o partir-se em milhões de pedaços e a porta trincar de ponta a ponta. Eu iria levar uma bronca por isso, mas o que importa?

Anahí me olhava assustada. Tive a impressão de que ela queria sair correndo. Vi o olhar dela desviar-se para a porta atrás de mim. Dei alguns passos para o lado e me escorei com as costas na parede. Deixei meu corpo escorregar até o chão e me encolhi abraçando minhas pernas. Chorando e me movimentando freneticamente para frente e para trás. 

Sah louca você? kkkkk Acho que já estou acostumada com esse fandom kkkkk Sou super normal mas me acostumo com pessoas loucas :P Na verdade "Quebrando a Rotina" tem um final... "Uma Nova Rotina" é uma mini web que conta o que aconteceu depois, como ficou depois de todos os acontecimentos, e tals...  Ela não é muito grande porem tenho que terminar. Acredito que termine em uns 4 ou 5 capitulos mais, o problema é criar coragem pra continuar a escrever aposiaosu Naufragos tem bastantes erros ortográficos, palavras em espanhol (meu corretor é espanhol então muda as palavras) Estou tentanto criar coragem pra mudar a forma de escrita mas sem mudar o enredo, e escrever tipo essa daqui. Tanto que os ultimos capitulos eu escrevo igual escrevo essa. Mais formal sabe... E porque fazer outro TT? É só arrumr. Mudar user, header, icon e apagar os tweets... Pelo menos continua com os seguidores aiosuaoisu  Mas em fim, mais um capitulo aí pra você.. :*