Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

No dia seguinte vesti o mesmo jeans que usava no dia anterior e Anahí me emprestou uma blusa um piuco justa.

Fomos juntas para o colégio no carro dela e com menos de cinco minutos estávamos lá.

Assim que desci do carro, e antes mesmo de pegar minha mochila no chão e fechar a porta uma mão me puxou pelo braço. Minha primeira reação? Bom, eu não tive reação. Passei metade da noite sem conseguir dormir, e a outra metade dopada por um remédio que a mãe de Anahí me dera. Tiveram que praticamente usar um guincho para me tirarem da cama e só consegui fazer alguma coisa depois de um banho frio. Devo comentar que Anahí me empurrou pra debaixo do chuveiro? Acho que não né? Estou parecenco um monstro. Sem maquiagem, e com olheiras para dez pessoas.

Meu corpo tremeu quando vi de quem se tratava. Era ele. Seus cabelos castanhos e ondulados estavam molhados, sua camisa estava justa o bastante para poder notar seus musculos abdominais e não me atrevi a olhar para baixo. Soltei-me dele quando suguei um pouco de força em meu corpo e recuei uns dois ou três passos para trás.

O que foi? - Ele perguntou em fim. Sua voz rouca fez meu corpo se arrepiar. Arregalei meus olhos. Ele ainda tinha a cara de pau de perguntar o que foi? - A gente precisa conversar.

Eu... eu tenho aula agora. - Gaguejei. - E... e eu não quero falar com você.

Dulce. - O interrompi levando o dedo indicador à frente do rosto dele.

Não temos nada pra conversar Alexander. Você já deixou bem claro o que pensa de mim. Você já me destruiu o suficiente e eu não quero mais ouvir você. Entra nessa droga de carro que te trouxe até aqui, volta pra sua casa e esquece que eu existo. Esquece que algum dia você tocou em mim. Esquece o que eu disse no hospital quando eu acordei. Não que fosse mentira, mas eu posso esquecer. Você. Você é um imbecil. Poderia dizer que é igual a todos os outros homens, mas não. Você é pior e seria uma ofensa comparar você a eles. Eu tenho nojo de você Uckermann.Nojo.

Já terminou? - Ele olhou em volta e tinha um monte de gente nos olhando. Eu estava gritando e nem percebi. Assenti e senti minha bochechas arderem. Virei-me para sair mas ele me puxou e me beijou. De surpresa. Ou tentou. Eu estava com os nervos à flor da pele e minha vontade era estapeá-lo até que ele sentisse a dor que eu estava sentindo. E foi isso que fiz. O empurrei com força, fazendo-o tropeçar na calçada e cair sentado, me joguei em cima dele e comecei a estapeá-lo e xingá-lo de todos os nomes ruins que vinham em minha cabeça. Ele tentou segurar meus punhos mas sem êxito e então apenas tratou d edefender seu rosto.

Dulce para. - Uma voz fina gritou atrás de mim mas eu ignorei. Eu precisava descontar minha dor, minha raiva. - Chega. - A mesma voz agora estava bem próxima. Senti quando duas mãos me agarraram por trás tentando me puxar. Levei um de meus cotovelos por trás e tenho certeza que acertei algum nariz. As mãos de Anahi me soltaram junto com um grito abafado.

Eu te odeio Uckermann. Eu te odeio. Te odeio. - Comecei a gritar feito uma louca e minha voz foi baixando o tom e se misturando com soluços. Por fim eu parei de bater e tapei meu rosto.

Eu não queria olhá-lo. Muito menos encarar a multidão que se formara a nosso redor e pior ainda encarar Anahí provavelmente estaria com o nariz sangrando em algum lugar.

Está mais calma agora? - Ele perguntou ainda tranquilo e eu assenti. - Tudo bem. Nem doeu. - Ele tirou minhas mãos de meu rosto.

Se repetir isso eu juto que eu desconfiguro a sua cara. - Abri meus olhos enquanto ele enxugava meu rosto. Ele estava totalmente marcado. De unhas, tapas e murros.

Tudo bem. Doeu e muito. Você bate bem forte. - Ele deu um sorriso leve. – Vamos pra casa tá bom?

Não vou pra casa. Nunca mais. Eu ter te batido ainda não tira a raiva que estou de você e do Fernando. - Dei de ombros saindo de cima dele. Encarei Anahí que estava sendo “socorrida” por um professor que havia chegado logo no final. Deve ter doído muito.

Uma hora você vai ter que voltar Dulce.

Quem sabe eu não vá direto a uma agência de viagem e compre a primeira passagem de volta pra Nova York? - Me levantei do chão arrumando meu cabelo. - Aliás. Era isso que você queria não era?

Dulce. - Ele passou a mão pelo rosto, talvêz tentando amenizar a dor. - Sequer ficar com raiva de mim fique. Mas do seu pai não. Ele não tem culpa ok?

Christopher, você não precisa dizer. - Anahi interrompeu.

Dizer o quê? - Perguntei sem entender. Do que Anahí sabia que eu não sabia.

Vamos pra casa e eu te explico.

Eu tenho aula. Será que não entendeu ainda?

Faltar um dia a mais não vai fazer tanta falta Dulce.

Eu já faltei de mais não acha? Ou já se esqueceu que eu viajei pra fazer aquela merda de exame e ainda fiquei em coma por dias? Por que eu não me... - Fui interrompida.

A culpa foi minha Dulce.quase matei você. - Um silêncio tomou conta de tudo à minha volta. Do que diabos ele estaria falando?