Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

Oi Annie. Resolveu aparecer?

É. Pelo visto nem precisava ter vindo não é? - Ela cruzou os braços e nos olhou com um olhar enciumado.

Pensamos que não viria mais. Já estávamos indo embora. - A ignorei.

Porque não vamos almoçar juntos? - Poncho propôs. - Vão indo vocês duas e eu vou na farmácia comprar o necessário.

Pode ser. Estou faminta.

Vão indo vocês duas naquele de sempre. Annie sabe do que gosto, pode pedir pra mim. - Ele deu um selinho nela e se retirou.

Vamos? - Perguntei já a puxando pela mão e seguimos para o restaurante. - Ai Annie, deixa de ciúmes, sabe bem que o Poncho e eu somos apenas amigos e que eu jamais me interessaria por ele, pelo simples fato de sermos amigas.

Não é isso. É que ele estava tão atencioso com você. - Disse enquanto entrávamos no restaurante e escolhíamos uma mesa à sombra. - É bem mais fácil vocês ficarem juntos do que ele ficar comigo.

Claro que não! - Exclamei e tom de repreensão. - Quer que eu te dê alguns motivos pra isso? - Ela se manteve em silêncio. - Pois bem. - Me arrumei de uma maneira mais confortável na cadeira. O primeiro motivo de tudo é que ele te ama e não há miss universo nesse mundo por quem ele te trocaria. O segundo é que eu amo outra pessoa e você sabe muito bem disso. O terceiro é que sim, eu estou realmente grávida do Christopher e nem se ele rejeitar essa criança eu irei deixar outra pessoa fazer-se de pai dela. E por ultimo, não menos importante. - Mordi o lábio inferior. - O Poncho é meu... meu meio irmão.

O quê? - Ela gritou. - Do que está falando Dulce?

Longa história.

Me explica isso direito.

Só se você me prometer que não contará a ele e nem a ninguém.

Mas Dulce, ele não sabe?

Não. Me promete?

Ok! Prometo. - Ela bufou. - Mas me explica isso direito.

Tudo bem. - Olhei em volta para me certificar de que ele não estava chegando. - Há alguns dias atras, a Ale estava revoltada porque o Poncho estava mau por conta de seus pais. Você sabe do que falo. - Ela assentiu. - Foi aí que ela me disse que poderia que por um ponto final nisso e eu fiquei sem entender. Aí ela me disse que ela e meu pai ficaram algumas vezes mas não foi nada sério. Então ela descobriu que estava grávida, e aí ela conheceu o Victor que se apaixonou por ela e disse que cuidaria do bebê, no caso o Poncho como se fosse dele, daria nome e uma vida digna aos dois mas com a condição de que tanto ele como Poncho soubessem de qum ele realmente era filho. Quando meu pai voltou da viagem que ele fez para estudar fora, Poncho já tinha nascido e ele nunca se quer pensou na hipótese de que ele fosse seu filho e o Chris também. Aí ele conheceu a minha mãe e eu nasci. Bom, pelo que eu sei esse é o resumo.

Ok! Mas, nem ele nem o seu pai sabem?

Ainda não. Eu disse a Ale pra contar ao meu pai e a ele. Ele é uma ótima pessoa, tem o direito de saber a verdade. Ele não merece passar por tanto desprezo Annie. Ele é um cara trabalhador, que junta centavo por centavo na esperança de poder fazer uma faculdade e ter um bom emprego para te dar uma boa vida.

Eu sei disso tudo Dulce. Mas não me importa se ele tem ou não dinheiro.

Não importa. Se é esse maldito papel quem vai fazer os seus pais deixarem vocês dois viverem o amor de vocês em paz, que seja. Agora ele é futuro herdeiro de metade das coisas que eu herdarei algum dia. - Suspirei sentindo meu estômago se revirar.

Está tudo bem?

Sim. Só um pouco de anjôo. Acordei meio enjoada hoje.

Ai meu Deus. Desculpa Dulce. Eu aqui com minha crise de ciúmes e esqueci de perguntar como você está se sentindo. Que idiota eu sou.

Tudo bem. - Dei um sorriso fraco.

Me diz como foi lá a consulta.

Um pouco estranha mas nada de mais. Fiz o exame e ficamos esperando o resultado que como eu já disse deu positivo.

E não te dá medo?

Medo? Eu estou apavorada Annie. Um bebê. -Gesticulei com as mãos. - Eu não sei como cuidar de um bebê. E outra, eu tenho medo pelo Chris. O Rodrigo vai querer matá-lo. Aliás acho que meu pai irá ajudá-lo nessa.

Ai deixa disso. E olha, já está mais que na hora de você resolver esse assunto. Por um ponto final nisso. O Ucker te ama Dulce.

Você sabe que eu não tive escolha Annie. Eu não sei do que ele é capaz e eu tinha que protegê-lo.

É, mas agora não é só a vida do Christopher em jogo não. É a do bebê também.

O Rodrigo que pense em fazer algo com meu filho. Eu arranco o fígado dele com minhas próprias unhas. - Coloquei minha mão sob meu ventre como sinal de proteção. - Nem ele, nem ninguém vai fazer mau ao meu filho.

Ui. Assim que se diz Maria. Agora vamos pedir logo a comida.

Fizemos o pedido e pouco depois que Poncho chegou o garçom trouxe nosso almoço. Comemos e logo voltamos para a casa. Já havia ficado longe por tempo demais, e aquele calor insuportável estava me matando. Precisava de um banho para me refrecar. Refrescar meu corpo e minha mente.

Assim que chegamos em casa, fui direto para o banho. Acredito ter demorado mais de 40 minutos no banho – sim eu contriuo muito bem para o fim da água potável no universo. - ironias à parte. Terminei meu banho, me sequei, vesti apenas minha roupa íntima e fui para o espelho onde fiquei observando meu corpo. Fiquei ali parada imaginando como eu ficaria em alguns meses com minha barriga enorme. Sem contar que meu corpo poderia encher-se de estrias e celulites, eu iria engordar, meus seios ficariam ainda maiores e após a amamentação não estariam mais tão perfeitos como Christopher sempre mencionava. Virei-me de lado e pude ver que minha barriga havia sim crescido mesmo que quase inotávelmente. Passei a mão sob a mesma sentindo o pequeno volume. Eu era super magra então logo ela já estaria bem visível. Me perguntei como era possível caber um bebê dentro daquele espaço tão pequeno. Despertei de meu transe quando ouvi alguém bater na porta.

Quem é? - Olhei em direção à porta esperando resposta.

Sou eu filha. - Fernando. Mordi meu lábio inferiore. Talvêz eu já devesse contar pra ele.

Espera um pouco, vou só me vestir e já abro a porta. - Fui até o armário e procurei por um short jeans não muito apertado e uma regata, me vesti e fui abrir a porta logo em seguida.

Boa tarde. - Ele sorriu assim que me viu. - Como foi hoje com o Poncho?

O quê? - Desgraçado, ele contou?

Ucker me disse que vocês saíram pela manhã.

Ah sim. Isso é. - Mordi meu lábio inferior mechendo na maçaneta da porta. - Como está hoje?

Bem e você.

Bem, eu acho.

Acha?

É... - Olhei para o lado. - Será que a gente pode conversar? Tem tempo?

Claro. O tempo que quiser.

Então entra, porque o que quero conversar com você é muito sério.

Ok! - Ele riu. Aliás o que poderia vir de tão sério de alguém como eu não é mesmo? Fechei a porta e o levei para se sentar na minha cama.

Vamos lá. O que a senhorita tem de tão sério para me contar?

Primeiro quero que me prometa que vai me ouvir primeiro antes de dar seu ataque.

Está me assustando.

Eu não sei por onde começar. - Me sentei na poltrona o olhando.

Pelo começo?

Não. Pelo começo não dá. Acho que é melhor eu começar pelo final. Ou melhor, o quase final, eu acho. Que não é bem um final, mas sim o presente.

Dulce, para de enrolar e me diz o que está acontecendo.

Eu estou grávida. - Fechei os olhos esperando ele começar a brigar comigo e o que ele fez? Nada. Abri meus olhos e ele tinha um sorriso retardado no rosto.

Impossível. Isso não é coisa para se brincar Dulce.

Eu não estou brincando. - Peguei o exame que estava sob o criado mudo ao lado da poltrona e o entreguei, trêmula. Ele demorou alguns segundos para associar.

Você está falando sério? -Assenti.

Não vai brigar comigo?

E porque eu faria isso?

Porque é o que os pais fazem não? - Perguntei com um tom de “obvio”.

Mas... Você sempre diz que o Rodrigo nunca tocou em você e que só tocaria quando se casassem. Isso não faz sentido.

Ainda não. Tenho muita coisa para te explicar.

Pois bem, estou esperando. - Ele se arrumou calmamente na cama me olhando.

Eu estou grávida e o pai dessa criaça não é o Rodrigo.

Mas o quê? - Ele arregalou os olhos surpreso.

Isso mesmo.

Se não é o Rodrigo, quem é o pai?

O Christopher. - Falei baixo.

Quem?

O Christopher.

O Christopher?

Sim.

Como você me faz o favor de engravidar aos 17 anos de um garoto e o pior, namorando outro Dulce? - Seu rosto pestava ficando vermelho.