Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy
Papai, me escuta.
Tudo bem. Fala antes que eu desça lá e acabe com a raça dele.
Ai, não exagera. - Rolei os olhos e me arrumei na dama. - Toda essa conversa de que só deixaria o Rodrigo me tocar depois do casamento era apenas uma forma de mantê-lo longe de mim.
Como assim?
O negócio é que eu odeio o Rodrigo com todas as minhas forças e só estou com ele porque era a única forma de manter o Christopher seguro. - Ele me olhava confuso. - Christopher e eu ficamos por algumas vezes, mas um dia discutimos e eu aceitei o pedido do Rodrigo de sairmos. Saímos algumas vezes, mas quando o Christopher descobriu ele ficou possesso, e foi aí que ele me fez aquilo.
Aquilo o quê?
Aquela vez que você me pegou com uma marca no braço.
Está dizendo, que o Christopher te bateu? - Ele cerrou os punhos. Consegui imaginar a cena dele batendo em Christopher por isso.
Não. Ele não me bateu. Apenas me segurou pelo braço, e os outros “hematomas” - gesticulei com os dedos em formas de aspas – não eram bem hematomas, se é que você me entende.- Senti minhas bochechas arderem como fogo, mas eu tinha que explicar tudo. - Eu fiquei mal sim, mas porque ele me disse para esquecê-lo. Depois que me recuperei um pouco fui conversar com o Rodrigo, pedir para ele não me procurar mais, mas quando o encontrei, ele já estava louco. Disse que eu não poderia deixá-lo, e que queria me ver longe do Christopher, pois caso contrário ele não iria responder por si. E assim foram, ameaças pós ameaças. Tive que assumir um namoro com ele praticamente obrigada. - Senti uma lágirma traçar meu rosto. - Toda vez que ele me beijava era um odio a mais que eu sentia dele, mas o que eu podia fazer? Ele poderia fazer algo contra o Christopher a qualquer instante. Mas, mesmo com tudo isso, houve alguns encontros meu e de Christopher acabaram virando algo mais intenso e em um deles eu acabei engravidando.
Dulce, sinceramente, eu não sei o que dizer. Porque você só me contou agora?
Porque eu preciso de ajuda. Porque eu estou com medo do que ele possa fazer agora não só ao Christopher mas ao meu bebê. - Coloquei a mão sob meu ventre e desabei.
E o que o Christopher pensa disso?
Ele nem sonha com isso. Ele nem imagina que só estou com o Rodrigo para protegê-lo e nem imagina que estou esperando um filho dele.
Você gosta do Christopher?
Se eu gosto dele? Eu o amo papai. Desde a primeira vez que o vi e sei que ele também me ama.
Você precisa contar a ele.
Está ficando louco? Ele não pode saber disso enquanto eu não der um jeito de acabar com essa história com o Rodrigo. Eu já cometi besteiras de mais nessa minha vida e está na hora de tentar mudar isso.
Tudo bem. - Ele se levantou e veio até mim. - Eu estou aqui, e vou mover o que for necessário para proteger vocês.- Ele se abaixou na minha frente. - Vai ficar tudo bem, eu prometo.
E quanto ao meu filho? O que você vai fazer?
O que vou fazer Dulce? - Ele sorriu. - Irei amá-lo com todo meu ser. Aliás, eu já o amo. Não tenho direito algum de falar de irresponsabilidade com você depois de ter engravidado a sua mãe. Mas olha, quando essa criança nascer você vai voltar aos estudos, mesmo que eu tenha que cuidar eu mesmo dela enquanto você estuda. E mais, eu vou pagar a faculdade de Christopher para que ele possa dar um futuro para você e meu neto.
Isso é sério?
Sim. Muito sério. - Ele sorriu enxugando meu rosto. - Posso fazer uma pergunta?
Claro.
De quanto tempo você está?
Seis semanas e meia. Um mês e meio pode-se dizer.
E há quanto tempo sabe disso?
Eu já desconfiava mas só hoje tive a confirmação.
É por isso que foram na cidade hoje?
Sim. Daqui há 15 dias tenho uma consulta com o obstetra.
Que ótimo, vou adorar te acompanhar em todos os seus pré-natais. Ah, e já temos que começar a arrumar o quarto do bebê. Será que é menino ou menina? Já escolheu os nomes? - O olhei rindo do desespero dele. - Oh meu Deus, será que ele vai gostar de me ter como avô?
Papai para. -Dei uma gargalhada animada. - Ainda é muito cedo, vamos com calma.
Perdão. Eu fiquei exatamente assim quando sua mãe me disse que estava grávida.
Sério?
Sim. Mas me diz, o que você está sentindo com tudo isso?
Além do medo? Não dá bem pra definir. É uma mistura de amor, odio, carinho, compaixão.
Espero poder eliminar o ódio de vez dessa sua lista de sentimentos. Vai ficar tudo bem ok. - Ele se levantou e me abraçou.
Origada.
Não tem que me agradecer meu amor.
Me diz uma coisa? - Ele se afastou e me olhou.
O que é?
Você não vai afastar meu neto de mim, ou vai?
Papai. - Mordi o lábio inferior. - Eu não sei se posso ter uma vida aqui.
Acho que já entendi.
Sabe o que eu acho?
O quê?
Que deveríamos todos ir viver em uma outra cidade. Você, o Christoper, eu, meu filho.
Eu não sei se sou capaz de viver fora daqui.
Você viveu fora daqui por alguns anos que sei.
Quando fiz faculdade, mas como sabe disso?
O passarinho verde me contou.
Ok, mas digamos que eu aceite futuramente essa sua proposta, o que iriamos fazer com todas essas terras? Essa casa.
Nada. Ela ficaria aqui para podermos vir aqui sempre.
Não sei se sou capaz de viver na cidade grande. Já estou ficando velho Dulce.
Não fala assim. - Fechei a cara na mesma hora.
Ok. Mas vamos pensar melhor nisso. Temos muitos problemas pra resolver agora. - Ele se levantou e beijou minha testa. - Quer comer alguma coisa?
Agora não. - Dei meio sorriso. - Acho que vou dormir um pouco.
Está bem. Se precisar de alguma coisa estarei lá em baixo. - Ele caminhou até a porta.
Papai. - O olhei.
Diga.
Obrigada.
Não há de quê meu amor. - Ele deu um sorriso e se retirou fechando a porta.
Em fim, a primeira faze eu já havia passado. Agora era pensar em uma forma de dispensar o Rodrigo sem que ele faça mau a Chris, e o pior, a meu filho. Eu não me importava de que ele fizesse algo a mim, desde que ele não encostasse um dedo nas razões da minha vida. Um filho. Meu Deus, quem poderia imaginar que nesses ultimos meses tão turbulentos eu iria receber um presente tão gratificante assim. Um bebê, um anjo. Alguém que iria me amar incondicionalmente, alguém que eu já amo incondicionalmente. Fiquei por horas imaginando como ele seria. Se seria menino ou menina, com quem ele iria parecer, a cor dos olhos, dos cabelos. Apesar do sono eu não consegui dormir. Talvêz eu precisasse relaxar um pouco. Tantas preocupações talvêz iriam me deixar louca.
No dia seguinte, acordei já tarde devido ao fato de não ter conseguido dormir nem pela tarde, e demorado a dormir pela noite. Fiquei deitada na cama curtindo preguiça. Aliás, há alguns dias eu já sentia uma mudança considerável no meu corpo. Sono em excesso, inchasso leve nos seios, fome em excesso, vontade de ir ao banheiro toda hora, sem contar os enjôos. Esses sim, ninguém os merece. Ouvi alguém bater na porta interrompendo meus pensamentos que vagavam longe.
Quem é? - Perguntei mirando a porta do outro lado do quarto.
Sou eu filha. Posso entrar?
Pode. - Fiquei olhando a porta enquanto ele entrava com um monte de sacolas nas mãos.
Boa tarde preguicinha. - Ele veio até mim e deu um beijo em minha testa. - Como passou a noite?
Um pouco cansativa. - Dei meio sorriso.
Hum. - Ele se sentou colocando as sacolas sob minha cama. - O primeiro trimestre é assim mesmo.
O pior é que eu tenho sono, mas não consigo dormir.
É assim mesmo meu amor. Mas tenha paciência que isso vai passar.
Eu sei.
Já comeu?
Não. Estou um pouco enjoada.
Entendi. Mas não pode ficar sem comer viu mocinha.
Depois como alguma coisa. E você? Onde estava e porque tantas sacolas?
Ah! Já ia me esquecendo.Fui comprar algumas coisinhas para meu neto, ou neta. Não sei ainda o que vai ser, mas de qualquer jeito comprei umas coisinhas. Olha. - Ele começou a abrir as sacolas e me mostrar algumas coisas como toquinhas, meias, macacãozinhos, chupetas, luvas. O que mais me encantou foram os sapatinhos. Tem coisa mais fofa que sapatos de bebês? Aquelas coisinhas meio arredondadas, tão frageis e pequenininhas. E o mais engraçado é que eles eram de bichinhos. Pareciam pantufas.
Papai, você não exagerou?
Exagerei? - Assenti.
Olha, é tudo muito lindo, mas ainda é muito cedo. E olha só. Até vestidos você comprou. Nem sabemos o sexo do bebê ainda.
Ah filha. Eu quero comprar tudo que meu neto ou neta tenha direito. E se for menino, a gente troca, ou doa para alguém. Não sei. Assim como se for menina, a gente faz o mesmo com as roupinhas de menino.
Você está muito empolgado.
Pra falar a verdade, eu mau dormi essa noite pensando nele. - Ele pos a mão sob minha barriga.
Sinceramente, eu não sei se mereço nada disso.
Claro que merece. Você é minha filha e merece tudo de bom. Você já sofreu muito Dulce. Acho que está na hora de mudar essa história. Me responde uma coisa?
O quê?
Você realmente não pretende contar ao Christopher agora?
Não. Eu tenho medo dele tentar fazer algo e só tentar piorar a situação.
Eu sei dos seus medos filha. Mas talvêz se ele ficar siente de tudo, ele possa tomar mais cuidado. E mais, tenho a certeza de que ele te protegeria.
Ah claro. Depois de matar o Rodrigo e ir parar na cadeia, quero só ver o que vai arrumar.
Em que você foi se meter hein.
Papai, eu estive pensando. E se eu fosse embora?
Embora filha?
É, só por um tempo. Talvêz ele pudesse esquecer que eu existo, me deixar em paz. E também, o Chris poderia ir. E quando tudo se acalmasse a gente voltava.
Olha, até que não é má ideia mas não quero ficar longe de você, principalmente agora. Quero acompanhar todo o desenvolvimento do bebê.
Tudo bem. - Suspirei. - Papai, por um acaso a Alexandra conversou com você?
Não. Por quê?
Nada. Só curiosidade mesmo.
Sei.
É sério. - Mordi o labio inferior. - Tenho fome.
Então vamos comer. O que você quer comer? Alguma coisa em especial?
Papai. - Ri. Era engraçado tudo isso, bom, não é engraçado estar grávida aos 17 anos, mas sim o fato de Fernando estar agindo assim. Talvêz fosse esse o Fernando por quem minha mãe se apaixonou há 18 anos.
Vamos guardar isso aqui antes que alugém veja.
A Ale vai ver se guardarmos aqui. Ela meche em tudo pra guardar as roupas.
Verdade.
Acha que ela vai ficar brava?
Por que ficaria?
Ela já disse que não era certo eu e o Chris ficarmos juntos porque somos de classes sociais diferentes.
Como se eu tivesse sido rico minha vida inteira. - Ele revirou os olhos. - Filha, eu tenho tudo isso, mas dinheiro não compra felicidade, não compra amor. Pode comprar remédios, mas não compra saúde. Pode pagar uma faculdade mas não pode comprar sabedoria.
Eu sei papai. Se o Christopher é rico ou não, isso não me importa. O que me importa é saber que ele é um cara honesto e trabalhador, que luta para conseguir alcançar seus objetivos.
E tem mais, como eu poderia dizr algo contra o relacionamento de vocês dois? Eu gosto muito do Christopher e do Poncho. E outra, eu me casei com sua mãe Dulce, e nós dois sabemos que ela não era rica.
É... - Desviei o olhar. Apesar de tudo, não queria falar nisso.
Quinze dias depois foi minha primeira consulta. O primeiro pré-nata de muitos. Meu pai estava mais ansioso do que eu para a consulta. Ele me pesou, mediu minha barriga e minha pressão arterial e falou tanta coisa que chegou a me deixar tonta. Falei sobre não estar conseguindo dormir bem, embora tenha tido muito sono. Falei dos enjôos que eu continuava tendo mesmo com aquela pastilha anti enjôo que ele havia me passado. Falou sobre o cuidado em dobro que devo ter devido à minha diabetes e isso me preocupou bastante. Em fim, acabamos a consulta com uma série de pedidos de exame. Eu já estava exausta só de imaginar.
Depois da consulta, passamos na farmácia, compramos os medicamentos que ele receitou e de lá fomos fazer compras. Não para o bebê, e sim para mim. Precisava de roupas mais largas e mais confortáveis. Principalmente por que minha barriga estava com um certo volume, e minhas blusas com certeza deixariam transparecer minha gravidêz. Comemos em uma lanchonete, e depois fomos para a casa. Eu estava exausta. Minhas pernas e coluna doíam. Fui direto para o quarto, joguei as sacolas em cima da cadeira e fui tomar um banho.
Autor(a): LaPersefone
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 135
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LaPersefone Postado em 12/12/2015 - 15:00:39
Lêh, milly_vondy e vondyforever180, passando só pra agradecer vocês :0 Fico contente por terem gostado. Um bj
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vondyforever180 Postado em 11/12/2015 - 17:39:57
Uaaaal ,Li Sua Web Terminei Hoje Owwn Amei <3 Parabens
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milly_vondy Postado em 09/12/2015 - 13:52:56
Perfeita, adorei! Parabéns!!!!!
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Lêh Postado em 24/11/2015 - 11:58:24
Menos de 3 dias pra ler, passou rapido.. amei a historia uma pena não ter acompanhado, pelomenos não sentii... VELE MUITO A PENA LAR
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stellabarcelos Postado em 29/09/2015 - 21:03:10
Amei muito essa fanfic envolvente, não dá pra parar de ler!! Você escreve muito bem! Parabéns!
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jucinairaespozani Postado em 14/09/2015 - 00:29:29
Amei parabéns a fic foi maravilhosa, não gostei da Dulce ter pedido pra ele ficar mas enfim, sua fic foi incrível
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aamanda_as Postado em 11/09/2015 - 12:42:04
Parabéns Pela Fanfic , Muita Linda, Até Que Enfim Christopher Esqueceu Essa Ideia De Ir Embora Amei o final Luna esperta sapequinha e baby ponny , noivos vondy, amei amei , todos felizes no final
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anny_freitas Postado em 10/09/2015 - 22:35:50
Perfeito o final amei demais.Essa fic foi perfeita . Parabéns!
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sabrina_sassoto Postado em 10/09/2015 - 21:58:35
Aquele momento que bate um vazio por ter acabado uma das fics que eu mais amo. Dani esse final ficou maravilhoso, finalmente a Dul é feliz. Essa fic foi perfeita do começo ao fim. Parabéns!
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LaPersefone Postado em 10/09/2015 - 20:36:58
Pessoal, a fic chegou ao fim. Demorou mas chegou rsrs... Gostaria de agradecer todos os leitores. Os que comentaram pelo site, os que comentaram pelo facebook e até mesmo os que não comentaram. Espero vê-los em alguma de minhas outras fanfics... De início deixo o link de Meu Guarda Costas aqui. Se alguém quiser, dá uma passadinha lá. Beijos e foi um prazer ter vocês por aqui. E se alguem quiser, pode me seguir no meu twitter. É @LaPersefone LINK: http://fanfics.com.br/fanfic/49002/meu-guarda-costas-vondy