Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

Fiquei sentada na cama por vários minutos até tentar entender o que estava acontecendo. Depois de um tempo fui até meu quarto e tomei um banho.

Desci para o andar debaixo onde provavelmente todos estariam. Antes mesmo de chegar à sala, pude ouvir Pablo conversar com meus amigos. “Eu não vou aguentar isso mais, eu preciso ir embora.” Percebi que sua voz estava falha, e isso me doeu tanto. “Ela precisa de você.” Agora era Fuzz. “Eu não posso cuidar dela o resto da minha vida, não dessa forma. Doeu vê-la partir, doeu esperá-la em Nova York e ela simplesmente não querer voltar, e dói agora, muito mais vendo-a sofrer com tudo isso.Dói muito vê-la todos os dias com a barriga crescendo e sabendo que o filho que ela espera é de outro. Eu não posso mais aguentar isso. Ela terá que entender.””Acima de tudo ela é sua amiga Pablo, não deixa isso estragar a amizade de vocês, da gente. Não vai ser fácil pra ela, nem pra você e nem para nós. Nós todos somos amigos, e não vai ser legal saber que vocês dois estão brigados. Ela não tem culpa de ter se apaixonado por outro, e nem você de ter se apaixonado por ela.” “Eu não a culpa, jamais culparia, mas também não posso me obrigar a passar por isso. Vê-la todos os dias nesse estado, sem uma mínima esperança é de mais pra mim.”

Isso doeu tanto, não por mim, mas por ele. Ele tinha razão, e era egoísmo de mais da minha parte prendê-lo aqui. Assim que dei o primeiro passo para ir até lá e dizer o que eu pensava, a porta de entrada se abriu e por ela entrou Anahí e Alfonso, ambos com uma cara um tanto preocupante. Senti um arrepio dos pés à cabeça quando eles me encararam.

Oi Dul. - Anahí disse completamente sem graça. - Não esperávamos encontrar você aqui no corredor.

O que houve? Porque é que estão com essa cara?

Alfonso desviou o olhar, parecia preocupado. - A gente pode conversar?

É o Christopher não é? - Perguntei temerosa.Alguma coisa tinha acontecido.

Sim. - Ele suspirou.- Vamos lá no seu quarto. - Ele atravessou o corredor, me puxou pela mão escada acima. Anahí veio logo atrás.

Ele nem começou a dizer o que houve, mas em minha cabeça já passavam milhões de coisas. O pior é que eu se quer conseguir dizer algo ou chorar. Tinha certeza que o pior havia acontecido. Entramos no meu quarto e eu e sentei já trêmula na beirada da cama. Ele pegou a minha cadeira, puxou-a até a minha frente e se sentou.

Ele... ele... - Agora a primeira lágrima traçou meu rosto.

Calma Dul. - Anahí se sentou ao meu lado e massageou meu ombro.

Não me peçam calma. - Gritei.

Ele está vivo Dulce. - Alfonso disse e na mesma hora senti um alívio.

De verdade?

Sim.

Então porque toda essa cerimônia, porque essa cara de vocês? Por que é que não falam logo?

Essa madrugada seu pai recebeu um telefonema.

Eu me lembro. - Desviei o olhar.- Ele saiu preocuppado.

Agitado eu diria. - Ele molhou os lábios com a língua e depois continuou: - Ele me levou com ele. Passou lá em casa e me levou junto com minha mãe. O médico apenas havia dito que comparecêssemos ao hospital urgente. Ficamos apavorados, mas então quando chegamos lá, ele disse que o Ucker havia acordado.

Ele... ele acordou? - Arregalei meus olhos o máximo que pude e ele assentiu dando um sorriso. Os olhos mareados, sintilantes. - Ai meu Deus, ai meu Deus. - Me levantei andando pelo quarto. - Isso é sério? - Perguntei mais uma vez e ele voltou a confirmar. - Eu... eu preciso vê-lo. Eu vou lá, me leva? Eu tenho que vê-lo.

Só há um problema. - Ele encarou Anahí que se mantinha calada e depois me olhou.

O que foi? Ele não se lembra? - Perguntei. Era óbvio, é super normal pessoas acordarem do coma sem se lembrar de algumas coisas.

Não. - Ele passou as mãos pelo rosto e bufou. - Eu não posso levar você lá.

Do que é que está falando? Por quê? Eu estou bem, então não vejo problema algum.

Ele não quer te ver Dulce. - Ele falou baixo. Tão baixo que eu quase não escutei. Senti como se tivessem enfiado uma faca em meu peito.