Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

Do quê? – Fechei meus olhos respirando calmamente.

Deixa pra lá. – O vi ir até seu guarda-roupa pegar uma toalha. – Vai tomar banho, depois eu vou. – Ele jogou a toalha em cima de mim e depois saiu do quarto.

Sem dizer nada, me levantei e fui tomar banho. Não muito longo, embora quisesse ficar morando ali debaixo daquela ducha quentinha. Depois de um tempo, saí do banheiro e fui me vestir no quarto dele. Não o encontrei, mas não me importei. Me vesti e logo comecei a pentear meu cabelo, sentada na cama, olhando para o espelho que tinha no guarda-roupa. Dei um pequeno salto ao sentir algo ser jogado próximo a mim.

Onde estava? – Olhei com os olhos arregalados para ele.

Fui comprar isso. – Ele apontou uma sacola perto de mim.

O que é?

Um teste de gravidez. – Arregalei mais meus olhos.

Pra quê? – Perguntei assustada.

Pra gente brincar. – Ele revirou os olhos. – Pra você fazer Dulce.

Eu não estou grávida, e não vou fazer isso. – Dei de ombros voltando a pentear meu cabelo.

Como pode ter certeza? – Ele continuava parado na porta.

Sei lá. Só tenho. – Terminei de me pentear e coloquei minha touca. – Não vai arrumar?

Vou. – Ele suspirou. – Faz, por favor.

Eu não estou grávida Pablo. Todas as vezes nos protegemos.

Nem todas. – Ele coçou a nuca.

Como não? – Fiquei de boca aberta. – Claro que nos protegemos. Não me lembro de ter esquecido.

Mas eu lembro. – Ele se limitou.

E só agora você vem me dizer isso Pablo? – Alterei minha voz mas logo parei. – Se bem que. – Coloquei meu dedo no queixo pensando. – Isso seria legal por um lado.

Ter um bebê? – Ele arregalou os olhos.

Sim. Assim ele não poderia me tirar daqui.

E vamos sustentar umacriança como?

A gente se vira. – Sorri sapeca olhando a cara de assustado dele. – Brincadeira Pablo. Eu não estou grávida e posso te garantir isso.

Pelo menos faz o teste. Por que se você estiver, espero estar com você quando descobrir.

Pablo. – Me levantei e fui até ele. – Eu não estou, e se eu tivesse um pingo de dúvida sobre isso já teria te falado, ou pelo menos já teria ido ao médico. – Roubei-lhe um selinho. – Agora vai tomar banho, enquanto termino de arrumar. – Forcei um sorriso.

Tudo bem. – Ele bufou e saiu dali.

Assim que terminamos de arrumar fomos até o local combinado, pedimos o jantar e ficamos conversando enquanto esperávamos. Bom, meus amigo ficaram conversando. Eu parecia estar em outro mundo e de certa forma estava. Aliás, em poucas horas já não estaria mais ali. Via-os conversarem e rirem como se nada estivesse para acontecer, e isso não me deixava triste. Pelo contrário, me deixava feliz saber que eles ficariam bem. Alguns minutos se passaram, e o jantar já estava em nossa mesa. Eu observava-os comerem e conversarem. Às vezes respondia algo, ou apenas dava um sorriso concordando. Minha mente se distanciava do presente aos poucos, e todas os momentos de minha vida passavam na minha frente. Era como se tudo estivesse passando como um filme. Apeas me dei conta de que já estava chorando quando me despertaram de meus pensamentos. À essa altura eu já soluçava feito uma criança. Senti meus amigos me abraçarem naquele momento, e chorei ainda mais.

Dul, não chora. – Ouvi Ivalú falar baixo próximo ao meu ouvido. – A gente vai se ver de novo, um ano passa rápido.

É Dulce. Você vai voltar logo pra gente aprontar muito ainda. – Dessa vez fora Fuzz a se pronunciar e eu se quer conseguia me manifestar. Tinha vontade de sumir até que aquele cara se esquecesse de minha existência, mas nem forças para isso eu tinha. Senti que naquele momento todos os olhos daquele ambiente se voltavam para nós, e isso me deixava um pouco constrangida, já que eu nunca fui de chamar atenção. Suspirei fundo e me pronunciei.

Eu vou ficar bem. – Enxuguei minhas lagrimas tentando evitar que elas caíssem novamente. – Vocês mesmo disseram que vai passar rápido e já tenho que ir para o aeroporto, antes que aquele cara coloca a polícia atrás de mim né?! – Forcei um sorriso sem graça. – É melhor a gente ir.

Você nem tocou na comida Dulce. – Pablo me fez o mirar.

Não tenho fome, me deixa. – Suspirei. – Vamos logo. - Me levantei e saí dali em direção à rua. Não demorou muito e meus amigos já estavam perto de mim. Entramos no carro de fomos em silêncio até o aeroporto. Estacionamos e fomos fazer o Check In onde meu pai... ou melhor, Fernando já me esperava.

Pensei que não viria mais. – Aquele senhor se pronunciou e eu se quer me dei o trabalho de responder. Entreguei meu passaporte que estava em minha bolsa a ele e me afastei.

Acho que vou ao banheiro. – Me recostei a uma cadeira ali perto.

Está tudo bem? – Pedro perguntou, talvez preocupado com minha cara.

Sim. Já volto. – Me retirei e procurei pela placa informando onde se localizava o WC. Acreditoter demorado uns 5 minutos até encontrá-la já que eu estava um pouco for de mim. Fora apenas o tempo de entrar no banheiro e começar a vomitar. Não sei se era a tensão do momento, ou se havia comido algo estragado, mas meu estômago não estava nada bem. Me sentia um pouco fraca mas acho que dava pra suportar. Acho que vomitei tudo o que havia comido naquele dia e nos dias anteriores. Senti uma mão me segurar pela cintura quando minhas pernas ameaçaram falhar.

Dulce. – Conhecia bem aquela voz. – O que você tem amiga? – Tentei responder mas logo voltei a vomitar. – Eu vou chamar alguém isso não é normal.

Não. – Falei com dificuldade. – Eu estou bem.

Nem em pé está aguentando ficar Maria. – Ivalú respondeu preocupada. – Comeu alguma coisa estragada? – Apenas neguei com a cabeça sem conseguir a olhar. – Dulce você não está.