Fanfic: Trezentos e Sessenta e Cinco Dias (FINALIZADA) | Tema: Vondy

Ei. - Vi uma imagem borrada tomar forma. - Até que em fim acordou mocinha.
Luna. - Sussurrei.
Ela vai ficar bem, não se preocupe.
Cadê meu pai? Cadê meus amigos?
O Fernando foi leva-los para a casa. Estavam cansados. Você está dormindo há quase vinte horas Dul.
O quê? - Arregalei os olhos. - Poncho, eu.. eu quero ver a Luna.
Entendo, mas não será possivel agora.
Porque?
Você está bem fraca, precisa descansar.
Como ela está? Como ela é? Com quem ela se parece?
Calma. - Ele sorriu. - Ela é bem pequena ainda. Não deu pra ver direito sabe. Colocaram uma venda nela. A enfermeira me disse que ela ainda é muito sensível à luz. E bom, não acho que devo esconder de você, mas ela está na entubadora Dul. Nasceu muito frágil e está com dificuldades para respirar. Mas isso vai passar logo, logo.
Eu imaginei. Ouvi quando o medico dissenque ela estava se sufocando e que precisavam entubá-la. Tem alguém com ela?
Minha mãe. - O encarei surpresa. Alexandra nunca se interessou por Luna - A velha se desmanchou quando a viu. Nunca a vi tão boba na minha vida.
Pensei que ela nunca iria aceitá-la.
E que coração não amolece ao ver uma coisinha daquela? Tão pequena e tão frágil.
Todos já viram?
Seus amigos e a Annie não. Só permitiram a família lá, mesmo assim só uma pessoa pode ficar lá com ela. Tentei fazer a Annie entrar sendo minha namorada, mas mesmo assim nõ consegui.
E o Christopher?
Está lá no quarto dele emburrado. Ele até que tentou ir ficar com ela, mas pelo fato de ele ainda ser paciente, ele não tem autorização. Está tentando convencer o medico dele de lhe dar alta. Você não viu o escândalo que ele fez quando soube que você estava ganhando bebê. Ele ficou preocupado com vocês.
Com a Luna você quer dizer né? Ele me odeia.
Ele não te odeia.
Ah, imagina. Apenas deseja que eu exploda em zilhões de pedacinhos.
Claro que não.
Quanto tempo tem que ele acordou mesmo? Dois meses? Tres? Ele não quis me ver. Apenas foi na sala de parto pela Luna.
Não pense assim. Ele está se fazendo de durão, mas sabemos os verdadeiros sentimentos dele por você.
Até parece. - Dei de ombros. - Queria tanto poder vê-la. - Mudei de assunto
Logo você poderá vê-la.
Você deve estar cansado.

Um pouco, mas eu aguento. Tirei um bom cochilo lá na sala de espera. Me diz, como está se sentindo? - Ele se sentou na beirada da maca me olhando.

Como se um caminhão tivesse passado em cima de mim. Meu corpo está pesado.

Imagino. - Sorriu.

E estou com fome. Parece que não como há semanas.

Você comeu faz mais de vinte e quatro horas, me impressionaria se dissesse que não está com fome. Espera aqui. - Ele desceu novamente da maca.

Onde vai? Não quero ficar sozinha.

Já volto. Vou só pedir para trazerem algo pra você comer. - Ele beijou minha testa e se retirou. Quando ele voltou estava acompanhado de um médico. Eu não conhecia esse.

Olá senhorita Saviñon. - ele me cumprimentou. - Como se sente?

Cansada. É normal?

Bom, sim. Pelo que o seu médico contou você teve bastante dificuldade durnte o parto, mas logo vai passar. Preciso apenas ver como anda sua pressão e sua pupila. Pode por favor olhar para o meu dedo? - Ele esticou um dedo de um lado e do outro ligou uma mini lanterna. - Parece bem. - Ele desligou a anterna e a guardou no bolso depois pegou o estetoscópio e o esfigmomanômetro e mediu a minha pressão. - Parece que está tudo em ordem. Logo trarão algo para você comer, tudo bem?

Ok. Doutor, o que me diz sobre minha filha?

Ela vai ficar bem.

Isso seu sei. - Falei certa. - Mas como ela está agora? Quando ela vai poder ir pra casa?

Não sei lhe dizer nesse momento, mas ela vai ficar bem logo, logo.

Eu não quero deixá-la sozinha aqui.

Não estará sozinha. Há uma equipe de medicos e enfermeiros cuidando dela e você poderá vir visitá-la todos os dias.

Eu não posso ficar aqui?

Infelizmente não Dulce. Você está se recuperando e por tanto permanece frágil, os riscos de você pegar uma infecção hospitalar é muito grande, e isso é muito perigoso.

Entendi. Humm. Doutor, eu tenho uma dúvida.

Me diga.

Eu vou poder amamentar minha filha?

Ía mesmo lhe falar sobre isso. - Ele se encostou na maca. - Sua filha... Luna o nome não é?

É sim.

Ela é bem pequena e por enquanto está se alimentando por sonda. Enquanto isso haverá um profissional para lhe instruir a estimular seu leite, porque é mais difícil o leite se produzido prematuramente, porém por outro lado, o leite que produzir será mais fortificado nas vitaminas e minerais que ela precisa. E depois iremos ensiná-la a sugar o leite.

E se eu não conseguir?

Você vai conseguir, pense positivo. - Ele, Alfonso e eu olhamos em direção à porta quando ela se abriu. Uma enfermeira trazia um carrinho com comida. - Agora coma e descanse. Creio que até amanhã à tarde você já vai ter alta.

Poderei ver minha filha antes de ir pra casa não é?

Poderá sim, agora se me permite, tenho outros pacientes para tratar.

Obrigada. - Sorri enquanto ele se retirava.

Comi tudo que havia na mesinha, e pela primeira vez eu consegui gostar de uma comida de hospital.

Depois de um tempo bateram novamente na porta. Pensei ser meu pai, mas era Christopher. Me sentei com um pouco de dificuldade o olhando.

Poncho, será que poder nos deixar sozinhos?

Christopher, agora não é hora. Ela precisa descansar e não pode se estressar.

Só vamos conversar. - Ele insistiu.

Sei bem como vocês conversam. - Ele revirou os olhos.

Está tudo bem Poncho. - Falei.

Estarei ali no corredor, qualquer coisa me grite. - Ele saiu fechando a porta.

Oi.

Oi.

Como está?

Bem. - Dei de ombros. - O que faz aqui? Deveria estar no seu quarto.

Consegui alta. Só assim poderei ficar próximo da nossa filha, não queriam me...

O Poncho já me disse. - O interrompi.

Ele tem se saído um bom guarda costas.

Ele é meu irmão.

Eu já sei. Isso é estranho.

Não para mim. Não mais. É bom saber que alguém se importou comigo todo esse tempo, que alguém cuidou de mim e da minha filha.

Não começa Dulce.

Não começa Christopher? Não começa. - Ele falou impaciente.

Por quê? Só me diga o porque.

Eu não tenho que te dar explicações, a vida é minha.

Você... aposto que é aquela garota escrota.

De quem está falando?

Ah, jura que não sabe? - Revirei os olhos. - A sua ex namorada... ou atual. Aposto como ela não tem saído do seu lado.

Dulce.

Olha, quer saber, vai embora. Eu não quero falar com você, foi você quem escolheu não me ver então saia daqui.

Du...

Sai Christopher. - Gritei, mas minha voz falhou. Tentei não olhá-lo. Ele olhou para o chão, depois saiu caminhando com a ajuda de suas muletas.

Alfonso entrou assim que Christopher saiu e logo eu comecei a chorar. - Está tudo bem. - Ele veio até mim e me abraçou.

Ele está com ela não está? - Ele se manteve calado. - Me responde.

Eu não sei, eu juro. Sei que ela veio visitar ele quase todos os dias, mas não sei se estão juntos.

Porquê ele nunca me falou dela?

Não foi nada sério Dulce, e ela foi embora sem falar com ninguém.

E agora volta do nada pra atormentar a minha vida? Ela já é ruim o bastante, não preciso que ninguém ajude a piorá-la.

O problema é que ambos estão muito chateados, e vai ficar difícil vocês se reconciliarem se um dos dois não resolverem deixar o orgulho de lado. Eu sei o quanto você gosta dele, e sei o quanto ele gosta de você, mas nesse momento vocês dois têm que pensar na filha de vocês que está lá dentro em uma encubadora precisando da força e do amor dos pais. - Ele me soltou e enxugou meu rosto. - Você é só uma menina Dulce. Mas está na hora de virar uma mulher e tomar decisões sensatas. Você e o Ucker não podem viver em pé de guerra o resto da vida com a Luna crescendo no meio da luta. Não é isso que você quer pra ela, é?

Claro que não. Mas também não posso me permitir viver com isso sabendo que ele me odeia.

Ele não te odeia, apenas está chateado.

Ele deveria me entender. Eu tentei evitar tudo isso, mas deu errado.

Eu sei disso, dê tempo a ele.

Eu não posso dar mais nenhum tempo, estou cansada de esperar, esperar e esperar. Pelo que estou vendo o melhor que eu faço e ir embora dessa cidade, desse estado. Pra bem longe daqui.

Ele colocaria o FBI atrás de você. Jamais deixaria você tirar a Luna de perto dele.

É o que veremos. Eu sou a mãe, eu a gerei e a trouxe ao mundo e eu decido onde devo ficar com a minha filha. - Voltei a me deitar. Como ele pode? Pablo foi embora porque eu estava à espera de Christopher e ele me apronta uma dessas. Mas tudo bem, se ele q uer assim, então assim será. Só espero que depois ele não se arrependa.