Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Lola: As coisas não funcionam assim.. Por Deus Dulce...Está virando uma adolescente inconseqüente, que nem sua própria mãe respeita mais! Céus aonde esse mundo foi parar?

Lola era mulher que aparentava seus 45 anos. Seus cabelos morenos bem escuros realçavam seu belo par de olhos castanhos claros...Sua pele era branca como leite...Muito bonita e conservada, entrava em pânico a cada discussão com sua filha mais nova... – Você está me matando menina. Está me matando! O que está havendo com você minha filha ? Diga-me para que eu possa ajuda-la... – Aproximou-se da menina a sua frente colocando as mãos com grande ternura no rosto tão diferente do qual se recordava.
Dulce: Porque não vê que o problema não é em mim? Lola você é inconseqüente da história...Que merda mãe...Quero que tudo e todos vão para o inferno, o quinto do inferno! Não vou tirar minhas roupas rasgadas da cor preta como gosto e nem vou deixar de beijar e me amassar atrás de um carro com o primeiro garoto gostoso que eu desejar...Minha maquiagem continuará borrada por toda a minha cara como você diz...E meus cabelos...Quando eu quiser os pentearei ! Pare de controlar minha vida ! Parece até mesmo uma velha quando age assim...

Lola: Seu respeito foi enterrado com o seu pai sua desbocada... - Os cabelos elegantes já estavam despenteados conforme de sua garganta saiam berros que toda a vizinhança poderia estar ouvindo.
Dulce andava de um lado para o outro, com o cabelo metade preso metade solto, as unhas curtas e pretas borradas, no braço milhares de correntes, uma calça jeans clara toda rasgada e manchada por ela própria de vermelho. A maquiagem pelo rosto preta como a noite e com alguns borrados feitos pela própria garota...Seus lábios levavam a cor do preto da mesma forma que seus olhos...
Olhos que exaltavam a fera que havia dentro de si...
Olhos que diziam mais do que as poucas palavras que atingiam sua mãe, poderiam dizer...
Com um blusão todo rasgado e pichado em vermelho se cobriu do frio naquela época do México....
Dulce: Talvez seja mesmo. – Cuspiu aquelas palavras na cara de Lola, com seus olhos brilhantes transmitindo a dor contida e ódio que a amargurava de maneira desconcertante. - Quer saber... Você e o Téo que se fodam...Que vão para o quinto dos infernos...
Lola: Não ouse falar assim comigo sua criança mal educada... - A pegou pelos braços sacudindo com força, com os olhos ressaltados pelo nervoso, com o coração arrasado pela dor...

Dulce: Você nunca me aceitou...Nunca me viu do jeito que eu realmente sou...Não sou como Téo, mais também nunca serei como você!
Lola: Te envergonhas tanto ter uma mãe como eu? - Seu ar era de puro ressentimento e mágoa, deixando para trás toda a agressividade de antes -
Dulce: Me envergonha sua falta de coragem quando meu pai tirava de você o que não tinha... Envergonha-me a sua falta de coragem por não ter partido com dois filhos nos braços antes que seu marido lhe enfiasse a mão na cara...
Tudo o que pode sentir fora os dedos de sua mãe contra seu rosto...
O estalo foi alto, assim como a força que Lola havia posto na mão...
De rápido a ardência juntamente com a marca vermelha se espalhou pela face de Dulce, que naquele instante mirou o rosto de Lola....
Parecia atormentada e arrependida...
Lola tentou toca-la novamente mais Dulce reagiu de forma tão agressiva que quase pode ver Lola caída no chão...
Dulce: Estamos na miséria mamãe...Ele deu tudo a vagabunda que dormia em quanto à senhora se preocupava em agrada-lo com a nova fragrância vinda de Paris... – Puxou a manga do moletom deixando seus ombros tatuados a tinta aparecendo. - QUE ELE E PARIS VÃO PARA QUE O DIABO O CARREGUE... – Gritou com ferocidade animal, deixando que seus olhos turvos pela dor e pela vergonha demonstrassem para Lola como realmente se sentia. Deu um passo para trás com total desleixe jogando para trás o pedaço de cabelo que insistia cair sobre seus olhos...

Lola:  Eu fiz tudo por vocês...Tudo por você sua ingrata...SUA INGRATA!
Com o choro na garganta Lola não pode deixar de derrubar uma lágrima na qual Dulce se sentiu amargamente arrependida. Deveria ter se calado, com sempre havia feito...
Dulce: Se liga no que vou te dizer mãe... Eu vou sair agora para o quinto do inferno, seja lá onde for...E quando eu voltar entrarei e pedirei desculpas a senhora...Mais não agora... – Negou com a cabeça com veemência, sem nenhuma delicadeza limpando as malditas fugitivas lágrimas que deslizavam pelo seu rosto - Não em quanto seu tapa arder em meu rosto...
Mirou bem os olhos mergulhados em lágrimas de Lola antes de virar as costas, saindo sem destino como sempre fazia...
Ouviu o grito de Lola ecoar pelo corredor, o grito de quem lhe chamava com desespero...
Encontrou com Téo no corredor, como sempre, um exemplo perfeito do que era um filho nada ingrato, nada sujo nada ‘borrado’...
Percebendo os gritos de Lola segurou Dulce com força pelo braço.
Dulce sabia, ele não a deixaria partir...
Téo: O que aconteceu dessa vez? O que foi que esfregaram uma na cara da outra?
Téo seu irmão, era parecido muito mais com seu pai...
Os cabelos eram castanhos claros, os olhos de cor escura, o nariz fino era bonito assim como seu rosto... Um belo e atraente jovem.
Dulce: Solte Téo... - O agrediu com o olhar repleto de mágoa e ódio - E faça algo para consola-la... - Téo a solto de imediato, e Dulce sentiu-se surpresa pois ela jamais o fazia, talvez ele tivesse entendido bem o que seu olhar queria dizer...
O mais rápido possível pode sair daquela casa...