Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Dulce: Desde quando pergunta se pode ou não entrar Daves? – Viu no rosto de Daves um suspiro, franziu a testa, não sabendo se esse suspiro era de tristeza ou nervosismo. – O que quer?
Daves: Saber se está bem, ficou calada o caminho inteiro.
Dulce deu um passo para frente e calada mirou, na realidade analisou Daves, ele realmente estava falando sério?
Dulce: Desde quando se importa se estou ou não bem...
Mais um suspiro da parte de Daves...
Daves: Esqueça... – ele disse – O jantar será servido ás 21:00 esteja pronta, sem atrasos Dulce.
Dulce assentiu e sem se importar se Daves estava ou não no quarto, pegou seu roupão virou as costas e entrou no banheiro.
Daves engoliu a saliva e deixou que um palavrão escapasse por seus lábios.
Dulce conseguia ser pior do que Lola, seu temperamento era tão explosivo quando o da mãe. Deu alguns passos pelo quarto analisando aquele casúlo de forma mais detalhada.
Não havia nada que recordasse quem Dulce era.
Não havia nenhuma fotografia, nenhuma lembrança ou objeto que recordasse de onde ela vinha, quem era sua família.
Lançou um último olhar pelo cômodo e optou por sair daquele quarto antes que Dulce saísse do banheiro.

Dulce desceu as escadas, perfeitamente arrumada como sempre fazia em todos os jantares. Era uma regra de Daves, e não a entendia em absoluto.
Agradeceu Will quando o mesmo lhe puxou a cadeira para que se sentasse, retribuiu o tímido sorriso que Joan lhe enviara no momento em que começara a servir o prato de entrada, mirou Daves e percebeu os olhos dele por completo em seu rosto.

Dulce: Há algo de errado Daves? – perguntou com irônia, estava extremamente irritada e o relógio parecia avançar como a velocidade da luz.
Daves: Não posso olhar minha esposa?
Dulce: Não sou sua esposa.
Daves suspirou com força, pedindo por controle em quanto naturalmente como se nenhuma pequena discussão tivesse ocorrido, Dulce se colocava a mastigar a apetitosa salada.
Daves: E Christopher, disse alguma coisa sobre vir jantar Will?
William que enchia as taças de vinho mirou Dulce, e rapidamente desviou o olhar para seu patrão.
Will: Eu já iria avisa-lo senhor, o menino ligou, e disse que não viria jantar, e que dormiria na casa da namorada.
Dulce observou o semblante surpreso de Daves.
Daves: Disse algo mais ?
Will: Não, não disse nada mais senhor Daves.
Com um aceno de cabeça que indicava o fim do assunto e uma breve agradecimento Daves voltou a mirar Dulce.
Daves:  Gostei de Sophie, parece ser uma boa moça.
Dulce: Sim, uma maravilhosa moça.
Daves: Espero que tenha gostado de ser referência para outras jovens mulheres.
Dulce: Realmente Daves? Acha que elas gostariam de ser como eu? Acha que se sentiriam feliz de levar a vida que eu levo?

Daves: Sim, eu acho...
Dulce: É claro que acha, é tão hipócrita e mesquinho como elas...
Daves: Jantaremos em paz...
Dulce: Não, eu não jantarei contigo... – Levantou-se com tanta pressa e nervosismo que o copo de vinho caiu espatifando-se na mesa e no prato manchando tudo do mais profundo e escuro vermelho. – É impossível manter a paz com você ! Provoca-me e me atiça a cada segundo, se te mantesse calado seria mais suportável vivermos nessa casa!
Daves: Sente aí mocinha, termine o jantar... – Dulce engoliu a saliva sem passar despercebido o tom de Daves, um tom de alerta, um tom que soava como um pedido mais era a mais clara das ordens.
Respirou fundo, engolindo sua raiva e orgulho voltou a sentar-se. Não podia vacilar, não podia deixar que seu corpo em chamas atrapalhasse o firme controle que havia adquirido para lidar com Daves.
Daves: O que a deixa tão nervosa? – Perguntou Daves a olhando nos olhos. – Há algo que ocorre e eu não estou sabendo? – Dulce levantou a cabeça orgulhosamente, retribuindo o olhar que Daves lhe lançava.
Ele fazia uma pergunta, apenas para confirmar a resposta que já sabia.
Dulce: Desculpe, sinto uma leve dor de cabeça. – Respondeu entre os dentes, tentando parecer o mais calma e arrependida possível.
Daves: Te levante, agora pode sair da mesa. - Ele lhe respondeu sem romper o contato de seus olhos – Estou de olho em você Dulce, nunca se esqueça disso.
Dulce: É uma ameaça?
Daves: Não, é um aviso.

Christopher estacionou na frente do tal hotel Dallins.
Sem dúvidas haviam 2 hotéis com o mesmo nome de diferentes estrelas.
Aquele hotel não era em nada parecido com o hotel Dallins do centro da cidade.
Negou com a cabeça abrindo um sorriso irônico.
Era claro que Dulce não marcaria um encontro no mais luxuoso hotel da cidade.
Na certa, já havia conhecido essa versão barata e escondida do hotel Dallins.
Uma versão que seu querido papai, jamais imaginaria encontrar sua esposa.
Optou por deixar a Ferrari mais escondida, procurou uma rua atrás do hotel, e em passos firmes, com a cabeça bem erguida caminhou até a precária recepção do hotel. Mirou o relógio, faltavam 20 minutos para as duas, ela já estava no quarto, ela realmente viria?
Chris: Quarto 7... – Informou a recepcionista que de nada parecia estar ali com sua própria vontade. Ao contrário, com alta má vontade ela virou-se, deixando de assistir algo na televisão que sem dúvidas era mais interessante do que ganhar dinheiro. A viu pegar a chave do quarto 7, coisa que fez com Christopher murmurasse uma praga, Dulce ainda não havia chegado.
- O pagamento tem que ser adiantado patrão...
Disse a mulher, com sua fala arrastada, nem se quer o mirando para saber quem recebia em seu hotel.
Chris: Qual é o valor? – Ela apontou para uma precária tabela de preços em cima do balcão, virou-se voltou a assistir a pequenina televisão, como se Christopher ali não se encontrasse. Sem muita vontade e paciência tirou um bolo de notas do bolso e jogou no colo da mulher, que bufou e logo mudou sua expressão quando viu a quantia que se encontrava ali.

Chris: Por sua discrição... – ele murmurou, e como para bom entendedor, meia palavra basta à mulher assentiu, guardando o bolo de notas em algum lugar do sutiã. Christopher pegou a chave, subiu os lances de escada até que chegasse ao quarto 7, um quarto simples, porém para seu enorme alívio limpo.
Tirou o paletó e a gravata de uma única vez, arrancou a camisa e o cinto, deixando que sua calça descesse confortavelmente até a altura que estava habituado a usar, olhou o relógio...
Onde ela estava?
Abriu a janela com muito custo e conseguiu deixar que o ar da noite penetrasse em seus poros...
Oh Deus, murmurou, estava ardendo, estava ardendo por ela...
Seu corpo se encontrava em um grau tão perigoso de quente, que a qualquer momento poderia entrar em ebulição, uma gota de suor escorreu por suas costas, outra percorreu seu peito nu até se perder no elástico de sua cueca.
Apertou os olhos com força, tragando o ar com ainda mais força.
Onde ela estava?
Havia dito que não haveria nenhum encontro, mas não...
Ela não seria capaz, queria, queria tanto quanto ele essa noite...
Mirou o relógio mais uma vez e contatou que eram 2 horas em ponto.
Deu longos passos pelo quarto, sem poder evitar sentir o calor adentrar em seu corpo de forma dobrada, faziam 60 graus e ele não sabia?
Sentou-se, levantou-se, agindo exatamente como um animal enjaulado na espera de que seu dono chegasse e o levasse para um passeio.
Mirou o relógio, duas e dez...
Caminhou até a janela e o vento começava a se fazer mais forte, e em poucos minutos aquela repentina e estranha chuva de verão desatou a cair com força, não aliviando em nada o calor, ao contrário, abafando o quarto com ainda mais intensidade.
Debruçou-se na janela e permitiu que algumas gotas lhe caísse sobre o rosto e o peito, apertou bem os olhos, esperando que aquele som da chuva de encontro ao chão lhe acalmasse os ânimos...
O relógio deu duas e vinte, duas e trinta, quarenta...
Ela não viria...