Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Talvez o grande silêncio que se estendeu após as palavras de Dulce, denunciassem que se realmente ela demonstrasse o mínimo de fragilidade ele a esmagaria sem ver por onde...
Dulce: Te engana ao pensar que sei tudo sobre você, não sei nada de você, assim como não sabe nada de mim, e o melhor é que permaneça assim...É tão perigoso como diz que sou Christopher...Seus olhos escondem os mesmos ou mais segredos do que os meus...Eu te desejo, não te preciso...Poderemos viver sem isso...
Chris: E de onde surgiu essa Dulce tão racional? – ele perguntou, com o maxilar cerrado, os punhos fechados em uma expressão que antes tão clara e desejosa se tornava dura e novamente misteriosa. Ele bufou, negou com a cabeça murmurando uma praga antes de virar-se caminhando até a janela. – Você é inacreditável! Imprevisível ! Em um minuto é tão quente! Quente que me queima, que me arde as entranhas...No outro se põe tão fria...Fria a ponto de dizer palavras como se nada nesse quarto estivesse acontecido... E quer saber, vá para o inferno Dulce. Que ir? vai, mais vai com as roupas que te sobraram...
Dulce apertou os olhos com força, pegando novamente o lençol para cobrir seu corpo.
Chris: Tem a razão, não sabe nada de mim...É o melhor seria que não soubesse mesmo...O que faz eu faço em dobro Dulce...Tem razão ao ter medo de mim...
Dulce: Não temo você...

Chris: Teme a Daves? – ele virou-se, caminhando novamente até ela.
Dulce: Está abrindo uma discussão como se fosse algo meu, como se eu fosse ou significasse algo para você... – Levantou-se - Qual é Christopher? Consegue outra em menos de 5 minutos, será o sexo tão fabuloso?
A irônia evidente na voz dela não passou despercebida por Christopher, que por alguns instantes permaneceu em silêncio...
Chris: Sim, o sexo é maravilhoso, não teria outra utilidade para mercenárias como você Dulce.
Era certo que Dulce não esperava aquele tapa na cara...
Dulce: Você tem o poder de transformar qualquer coisa em orgia...
Chris: Você tem o poder que congelar meu corpo tanto quanto o esquenta. Estamos empatados, querida...
Algo em Dulce gritou de forma que a assustou em completo, baixou a cabeça apenas por alguns instantes para depois a subir e encarar Christopher de frente, algo nele também estava gritando, ela podia sentir...
Poderia explicar agora que não lhe importava em nada Daves...
Que não lhe importava em nada as roupas que vestia, os perfumes que usava, os sapatos que calçava, as jóias que brilhavam em seu pescoço...
Poderia explicar para ele, que seu pai era tão ordinário como ele cismava em ser quando algo não saia da forma que queria, poderia explicar que não se importava com nada, além de descobrir o maldito que havia matado sua mãe e seu irmão, e que somente o dinheiro que Daves tinha poderia lhe proporcionar isso...
Poderia explicar...
Não, não poderia explicar nada...
Explicar para que? Porque? O que Christopher significava para ela?

Dulce: Não sabe, não calcula da missa a metade que passei para estar te olhando de frente agora...É egoísta Christopher...E não sou eu a “vadia madrasta” que vai aturar suas infantilidades... Saia, encontre algo para que eu vista, e o mais rápido que eu puder, vou cair fora daqui...
Ele se manteve imóvel por alguns segundos, na certa pensando em uma bela resposta que a atingiria novamente como um soco no estomago...
Burra, quase gritou a si mesma...
Otária, completou...
Sabia, sabia que era perigoso, sabia que se fosse não teria mais volta...
Maldito desejo, maldito desejo que queimava seu corpo e anulava qualquer capacidade que possuía de pensar...
Dulce: Foi você quem implorou... – Ela completou, para o ver fechar os olhos com força e respirar com ainda mais força, necessitava, necessitava arrancar algum tipo de emoção de Christopher...
Chris – E foi você quem estragou tudo...
Tão rápido como havia se despido e arrancado as roupas de Dulce ele se vestiu, saindo do quarto, deixando Dulce a imaginar a onde naquela hora da madrugada ele encontraria alguma peça de roupa que a servisse.
Voltou a deitar-se sobre a cama de lado, de costas para a porta que a levaria a saída da habitação...
Ele tinha ido embora?
Seriamente a deixaria ali?
Apertou os olhos e mais uma vez se amaldiçoou por ter entrado naquele hotel...
Havia corrido tantos riscos para sair de casa como correria para voltar sem que sua presença fosse notada...
Voltou a abrir os olhos e mirar a escuridão, com seu corpo arrepiando-se pela evidente falta de calor...