Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

As botas grossas e pretas como a de um escoteiro a aqueciam do asfalto gelado... Caminhou 4 quarteirões até por fim encontrar a turma de desordeiros fora da lei com a qual se divertia nas madrugada da semana a fora.
Dulce tinha apenas 19 anos...
O corpo escondido pelas roupas largas e pretas raramente era visto por qualquer pessoa.
Assim que avistou Carlo pulou em seu colo, começando um beijo ardente, totalmente extravagante e imoral...
Gostava disso...
Gostava de chamar a atenção...
De ser uma fora da lei.
Gostava de tudo que contrariasse pessoas como sua mãe e seu irmão...
Ainda tomada pelos braços asquerosos que a pegavam por toda parte sentiu que o corpo de Carlo quase fundido ao dela já estava bem animado...
E assim o fez pior...O beijou com mais ardência na tentativa de o fazer perder o controle e mais uma vez terminarem aonde sempre terminavam: na cama...
Carlo fora seu único amante...
A única pessoa pela qual seu corpo e sua pureza fora entregada... E na frente de qualquer um não se importava no que fazia ou não com ele...
Chamar a atenção...
Tudo o que Dulce amava fazer era chamar a atenção...
Já eram quase 5 da manha quando se vestiu...
Despediu-se dos amigos bebendo o ultimo gole na garrafa de vodka ou qualquer outra coisa bastante alcoólica que havia sobre uma lata ao lado do fogo aceso...
Vestiu seu moletom e saiu em direção a sua casa...

Em uma esquina antes pode ver as sirenes, a movimentação em sua rua...
Dulce: Outro idiota que tentou se matar... - Sorriu pelo comentário maldoso, mas conforme dava mais passos, tinha ainda mais a impressão de que era na sua casa que o movimento se fazia presente...
Sentiu mais frio que o natural, seu estomago se revirou tanto pela bebida tanto por seu corpo que ainda mole sentia os efeitos da nova bebida trazida por Carlo. Quando viu que um corpo lacrado no saco preto saia de sua residência arregalou os olhos correndo...
Com o coração acelerado de forma sobrenatural, com o frio lhe cortando o rosto, bagunçando ainda mais seus malditos cabelos que caiam sobre seus olhos...
Deparou-se com uma multidão de policias e vizinhos...
Apavorou-se de imediato, com os olhos bem abertos e atentos...
Entrou correndo em casa...
Era tudo fotografado. Havia sangue no chão e....
Ohh Céus havia sangue no chão...
Lola, Téo... Onde eles estavam? Que diabos estava acontecendo naquela casa?
Um policial tentou aproximar-se dela, em vão, Dulce corria rapidamente por todos os cômodos, gritando pelo nome de Lola e de Téo.
Na saleta pode se deparar com sua mãe no chão ensangüentada...
Sua visão se tornou turva, levou as mãos á boca do estomago, sentindo que na certa iria vomitar como jamais fizera antes...
Um revolver estava ao lado de uma Lola morta virada de bruços ao chão...
Levou as mãos na boca soltando um grito assustador. Deu dois passos para trás e não pode ouvir nada além de seu nome quando caia desmaiada no chão, com seu corpo tremendo em uma convulsão violenta.

Quando acordou viu que estava deitada na sala...
Com vários polícias que a rodeavam e miravam assim como alguns para-médicos que conversavam entre sussurros...
Não sabia o que fazia ali...
E nem como fora parar ali...
De imediato sua mente ainda entorpecida lembrou-se da ultima cena que vira antes que cair desmaiada, gritou novamente se levantando...
Dulce: Minha mãe... Téo... Ohh Deus ! - Parecia muito atordoada pela quantidade de álcool que havia ingerido...
Policial:  Dulce? Você é Dulce? Filha de Dona Lola Monterio ?
Dulce: Sim...sim, eu sou... O que houve? Minha mãe está bem? Téo.. Onde está Téo ? Minha casa, o que houve? Porque está tudo tão quebrado? – Tremia completamente atordoada, tentando se esconder sobre o moletom que á não escondia coisa nenhuma.
Policial: Por favor Dulce, se acalme e sente...
Dulce: Ora, seu surdo... Não quero me sentar. Quero saber de minha mãe e de Téo, aonde se encontram ? Porque uma mulher no escritório parecia-se muito com Lola e..
Policial: Sua mãe e seu irmão estão mortos Dulce...
Dulce: Mortos? - A palavra ecoava em sua cabeça....
“Estão mortos...Mortos...estão...Mortos...Sua mãe e seu irmão...”
Não sabia direito...
O embaraço em sua cabeça se fazia volumoso e incoerente...
Levou as mãos aos olhos não controlando mais um grito dilacerante de dor...
Aquilo só podia ser um pesadelo, um terrível e asqueroso pesadelo....
Sentindo as pernas moles caiu ajoelhada ao chão, com choro descontrolado e compulsivo inflamando sua garganta, pode sentir, cheirava a álcool, abandono, drogas...

Dulce: Mais como isso? – Sua voz saiu tão baixa que desconfiou que nenhum deles havia lhe escutado – Mortos ? Como mortos? Que os matou? O que houve? – O policial a mirou com os olhos baixos.
Pena.
Dulce concluiu.
Ele sentia pena dela, o que contribuiu para que sua dor e fúria se tornassem ainda maiores...
Policial: Um assassinato... Não sabemos quem foi... Seus vizinhos ouviram disparos e logo em seguida um carro arrancando em alta velocidade. Chamaram a polícia e encontramos a casa assim...Dois corpos que são de Lola Monterio e Téo Monterio...
Dulce: Ohh Céus... - Era como se seus órgãos estivessem sendo fisgados ou arrancados do seu corpo. Sua cabeça girava, não conseguia...
Não conseguia pensar ou raciocinar, levou as mãos aos lábios e não conseguiu controlar a náusea que se apoderou de seu estomago tão machucado pelas fortes bebidas. Jogou o pouco que tinha para fora...
Não conseguia se controlar, era uma sensação horrível...
Foi acolhida por um para-médico e rapidamente começou a se debater...
Que ele não a tocasse !
Não gostava que ninguém além de Carlo a tocasse !
Gritava e se debatia como uma louca...
Dizia palavrões e chorava...chorava descontroladamente, pedindo secretamente por um socorro que ninguém naquele mundo seria capaz de lhe proporcionar...
Sua ultima visão foi o conteúdo branco em uma seringa que foi aplicada em seu braço...