Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Dulce ergueu a vista e entre a luz do abajur e a escuridão da sala, viu Christopher. Como ele havia entrado ela não tinha a mínima idéia, o que ela sabia era que ele estava ali, e ela não o deixaria escapar.

Dulce: Recordações do tempo no qual nada disso era preciso para se viver...Seu eu pudesse voltar, Oh, boy, haveria de fazer tantas coisas distintas...

Ele permaneceu a mirando, parado a poucos metros de distância com um estranho brilho no olhar...
Dulce segurando a taça ao lado do rosto circulou seus lábios com o próprio dedo, em quanto outro sorriso escapava de seus lábios...

Dulce: Me recordei a pouco que já tive um casamento feliz...Casei-me na 7°série com um menino,que agora não recordo o nome, mais recordo que estávamos apaixonados! – Negou com a cabeça – Se mamãe soubesse teria feito uma festa, oh sim teria! – O sorriso se desfez de seus lábios, e seus olhos voltaram a mirar os olhos de Christopher. Encolheu-se ainda mais na poltrona, abraçando os joelhos. – Se minha mãe pudesse me ver agora, certamente não gostaria do que vê... – Abriu um triste sorriso terminando de beber o vinho de uma vez só – Bem, não se pode ter tudo o que se quer nessa vida!

Ela preparou-se para levantar-se...

Chris: Não... – ele lhe disse, continuando estático, Dulce franziu a testa.– Fique onde está, continue falando, sorrindo, eu nunca a vejo sorrir...
Dulce: Não faça esse tipo, não combina contigo Christopher... – Levantou-se, não poderia deixar que sua repentina debilidade viesse à tona, precisava proteger-se, defender-se...
Chris:  Sem armas por hoje? - Dulce deixou de caminhar rumo a cozinha. – Te tenho para mim uma semana inteira, baixemos a guarda, esqueça do que pode ou não sobrar de ti e de mim... Dê-me o que tens e eu te darei o que tenho. Esqueça de quem sou filho que eu esquecerei de quem é esposa, trégua, paz, seja durante uma semana quem realmente o é...
Dulce: Não posso ser quem sou, pois nem eu mesma o sei...

Christopher sentiu um longo arrepiou percorrer seu corpo.
Ela sabia, o quanto ficava linda com os cabelos agora soltos, despenteados, jogados ao rosto? Ela sabia o quanto...
Chris: Eu te ajudo a te encontrar...
Dulce: E se você se perder no caminho?
Christopher entendeu o sentido do qual ela lhe perguntou, entendeu perfeitamente que ela ainda não havia botado as armas de lado.
Chris: Receio que eu já não tenha mais nada a perder, descobri agora que não é raiva que guarda contigo e em seus olhos Dulce, é magoa...
Dulce: Há tantas coisas que não pode saber de mim, há tantas coisas que não posso saber de você...Oh Christopher, como eu desejo que fosse diferente, que no final um de nós dois não saísse machucado...
Ele mais uma vez compreendeu as palavras dela, porque essa era a verdade.
No final, alguém sairia ferido.
Chris: Deixa assim, deixa tudo assim por não entendido, esconda segredos, revele desejos, seja minha durante essa semana...
Dulce: Você promete? – ela murmurou com os olhos lacrimejantes, observando como a temperatura de seu corpo mudava a cada vez que Christopher se aproximava. - Você promete que será justo, que só atacará quando eu puder defender?
Christopher apertou os olhos...
Desejando do mais profundo de sua alma que ela não tivesse lhe feito àquela pergunta..
Não, ela não poderia prometer, porque a melhor hora para atacar o inimigo era quando ele se encontrava com baixas defesas, era por isso que estava ali não era?
Era por isso que como um tolo, ele pedia para que ela fosse dele durante toda a semana, era por isso não era?
Somente por esse fato e nenhum outro não era?
Christopher sentiu um tremor interior, e suas mãos ansiaram por a tocar...
E o fez, e respondeu...
Não, não era, porque em algo ela estava certa.
Ele poderia se perder no caminho.
Por fim tocou seus cabelos, se embriagando pelo hálito quente salpicado de vinho que os lábios entreabertos de Dulce liberavam...

Dulce: Quando olho para os seus olhos me percorre algo que não posso decifrar...
A taça caiu da mão de Dulce, espatifando-se ao chão...

Dulce: És meu poder, meu prazer, minha dor...

Christopher franziu a sobrancelha, engolindo a saliva quando sua garganta fechou-se pelo impacto que aquela frase havia causado nele.
Se ela podia ceder ele também poderia, ao menos por essa semana...

Dulce: E que Deus me perdoe pois te quero e com os pecados que carrego não tenho o direito de querer a ninguém... – suspirou, invadida por um forte sentimento de posse. – Te desejo Christopher, te imploro que te esqueça de quem sou e faça como faz com suas outras mulheres, diferentes mulheres...Dê-me prazer, me acolha, faça de mim o que quiser...Mas eu rogo, rogo que me tire desse inferno...

Algo diferente aconteceu naquele preciso momento.

Era como se as grandes peças do xadrez, como os cavalos, as torres, os bispos e a grande rainha, voltassem para o seu lugar de origem e o rei abandonasse sua espada ao chão por saber que não se encontrava em xeque.

A mão dele tocou a dela, e juntos as ergueram entrelaçando os dedos ao lado de seus rostos.

Agora não havia lobos nem raposas.

Ali havia Christopher, ali havia Dulce...
E um sentimento tão mais indecifrável do que a própria morte.