Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Acordou já era noite...
Noite do dia seguinte...
Perdida e ainda enjoada, levou a mão sobre os olhos e cabelos, podia imaginar o quão ruim estaria....
Levantou –se em um grande impulso...
Onde estava? Porque estava naquele quarto fechado, trancada, sozinha?
Já começando a gritar novamente o choro se iniciou novamente fechando sua garganta cansada...Batia na parede na porta trancada para que alguém a ouvisse...
Então percebeu que não estava sozinha...
- Vejo que é mesmo uma descontrolada. Exatamente como Lola havia me dito. Pobre infeliz... – Se algo a arrepiou foi o tom maligno na voz daquele desconhecido. Virou–se para mirar o homem que aparentava ter a mesma idade de sua mãe...Um porte magro quase esquelético, os olhos mais negros do que qualquer cor que havia tido o desprazer de ver...Sentiu medo, quem era aquele homem? Sua reação foi se afastar, trazendo a sacola de encontro ao corpo, sua roupas rasgadas já não pareciam aquece-la...
Dulce: Quem é você, o que faz aqui? – murmurou com mais coragem, erguendo orgulhosamente o queixo. - Quero sair... Quero sair agora mesmo....
- Ohh sua marginalzinha metida a besta, trate de diminuir esse tom quando fala comigo...E sairá daqui quando eu desejar...
Dulce franziu a testa desejando arranhar aquele rosto arrogante com suas própria unhas...
Dulce: Seu velho petulante... Pensa que está falando com quem ? Não lhe conheço. E nem imagino quem seja portanto trate de sair já daqui... – aumentou ainda mais o tom de voz, limpando as lágrimas que escapavam de seu rosto assim que a voz trêmula e nervosa de sua mãe ecoava em seus ouvidos...
Procurou o restante de suas roupas aproveitando para dar uma boa olhada no local que se encontrava, sem dúvidas não era um hospital público.
Dulce: Ohh Deus...Téo... Lola...
- Como se você se importasse que um ladrão tenha matado sua mãe e seu irmão...
Dulce o mirou incrédula, era claro que se importava!
Maldito quis gritar, aquele horroroso homem...
Lola era sua mãe, Téo seu irmão, seus únicos familiares vivos...

Dulce: Sai já daqui... Não o conheço portanto não tire conclusões de mim....
- Sei tudo ao seu respeito...Até mesmo o que você não sabe....
Dulce: Eles já foram enterrados ? Ainda estão no IML ? O que se passa... Oh Deus não tenho dinheiro para um funeral descente... – A confusão e a vergonha se apoderaram de seu ser lhe corando o rosto, então a grande e demorada pergunta foi feita - Quem é você? Fale logo quem é você...
- Sou Danyclifes... Daves Danyclifes. Conhecia sua mãe antes de morta...
Antes de morta digeriu Dulce...
Não, não era um pesadelo...
Sua família havia sido cruelmente assassinada...
Sentou-se na cama com seu semblante de uma mulher derrotada...
Seu corpo cansado e a forte dor de cabeça a consumiam em desespero.
Dulce: Onde estou?
Daves: Está no melhor Hospital da região... Pago por mim é claro... E se te agrada sua mãe e seu irmão já foram enterrados no melhor cemitério da cidade e aguardam a sua visita... – Seu tom de deboche alertou Dulce, pondo seus frágeis e brutos nervos em teste...
Dulce: Seu porco... Como ousa debochar de 2 pessoas mortas? Como se atreve? Lola era minha mãe e Téo... Ohh pobre e perfeito Téo...
Daves: Se arrume, sua língua já parece bastante afiada para uma pobre doente... Veja só que ironia quando na verdade é uma imunda perversa...
Dulce: PORQUE ME INSULTA A TODO TEMPO? EU NÃO O CONHEÇO!
Vestida, limpava as lágrimas juntamente com a maquiagem borrada que impregnava em sua face tão pálida...
Daves: É o que merece por ser quem é...Ande logo, não tenho muito tempo a perder...
Dulce: E PORQUE EU DEVERIA IR A ALGUM LUGAR COM VOCÊ ? NÃO O CONHEÇO, NADA DISSO, DESAPAREÇA DA MINHA FRENTE SEU VELHO MALDITO...

Dulce: Então não tenho mais casa ? – Se amaldiçoou pela vulnerabilidade , tratou de erguer ainda mais a cabeça e tornar sua voz ainda mais alta.
Daves: Sozinha... Isso mesmo jovenzinha, sozinha. E cheias de dividas para pagar e com as roupas que tem no corpo... Céus... – ele quase lhe gritou, a olhando com uma cara enorme de nojo. - Já se olhou no espelho? Seu rosto é deplorável !
Dulce já havia ouvido demais...
Com passos rápidos notando que a porta já não mais se encontrava trancada, saiu do hospital. A noite era o dobro de congelante, o céu era o dobro de assustador, uma ventania se fazia constante, arrastando qualquer papel que se encontrasse ao chão...
Dulce vagava pelas ruas frias com o desespero e desgosto no rosto...
Não tinha a onde ir, a quem recorrer!
Pode ouvir a risada de Daves na Limusine luxuosa que quase a atropelou...
Atacou-lhe uma bota ficando descalça e arrependida...
Sem rumo e sem direção...
Seus joelhos fracos a deixaram na mão, caiu sentada no meio da rua...
Não sabia que horas eram nem há quanto tempo havia andado...
Seu corpo já não sentia mais frio, estava entorpecida de mente e alma...
Ela ainda tinha alma?
Recusou-se a responder.