Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Christopher sentado no sofá avistou Joan subindo com o vestido precioso na cor azul escuro que Dulce vestiria naquela noite. Viu nos olhos da empregada o olhar de reprovação, baixou a cabeça arrepiando-se, estava com os nervos à flor da pele! Levantou-se, desaparecendo pelas escadas rumo ao seu quarto.
No corredor ouviu o barulho de algo se partir no quarto de Dulce, seguido por outro barulho ainda mais intenso de algo se espatifando contra o chão ou contra a parede. Franziu a testa caminhando até mais perto da porta, pronto para bater.
Chris: Dulce? Tem a certeza que está tudo bem aí dentro?
Não obteve resposta, seus punhos se fecharam e com mais força bateu contra a porta.

Chris: Dulce? Está me ouvindo?

Do outro lado da porta, com as costas grudadas na mesma e a aquelas, milhares folhas de papel em suas mãos e outras jogadas pelo chão, Dulce segurou o soluço enorme que escaparia de sua garanta.
Sem forças seus joelhos cederam e deslizou pela porta até cair sentada ao chão, com os olhos em um vermelho vivo pelo choro descontrolado e sofrido. Levou a mão contra os lábios, se contorcendo pela dor do silêncio que ainda tinha que ser mantido.
Respirou fundo, com o grito por escapar de sua garganta.

Por Deus, sentia tanta dor...

Dulce: Estou bem! Apenas meu perfume caiu...- Gritou, e se parabenizou mais uma vez pela excelente atriz que era. – Essa porcaria escorregou da minha mão, é isso o que dá comprar coisa barata! Eu disse a Daves para comprar do mais caro! O mais caro sempre é o melhor!
Christopher franziu a testa negando com a cabeça.
Oh sim, ali estava Dulce Danyclifes.
Sem dizer uma palavra caminhou pelo corredor rumo ao seu quarto.
Bateu a porta com força.
E desistiu de qualquer tentativa de voltar atrás no que havia feito.
Como havia sido estúpido por imaginar por alguns segundos,que ela não era a ordinária mercenária com quem ele havia se preparado para lidar?

Dulce deixou que um soluço alto escapasse por seus lábios.
Engatinhou pelo chão recolhendo os diversos papéis e fotos que ali havia jogado. Fechou os olhos com força deixando que seu corpo caísse sentando em quanto mais uma vez o choro compulsivo e descontrolado lhe invadia as entranhas.
Ali estavam, ali estavam todos os segredos e ela não conseguia pensar em outra coisa a não ser liberar todos aqueles sentimentos que por tanto tempo havia guardado desde a morte de Téo e sua mãe. Queria gritar com força, queria chorar até que nada mais lhe restasse, queria limpar sua alma de toda aquelas malditas mentiras e perversidades, queria partir, queria ferir...
Abriu os olhos novamente relendo o parágrafo que lhe informava o mandante do assassinato de Lola e Téo.

Releu o parágrafo que relatava quem era Willian...
Releu o parágrafo que lhe dizia quem era Daves...
Levou a mão sobre o coração e um gemido escapou de seus lábios, seus olhos tão vermelhos e inchados se fecharam contra sua vontade.
Tudo girava, tudo estava tão confuso.
Desejou gritar por ajuda, e então se calou...

Naquela maldita casa não havia ninguém que poderia lhe ajudar...

Não tinha forças...
Precisava chamar a polícia, precisava apresentar as provas que tinha.
Precisava ver Daves, o olhar nos olhos...
Precisava...
Dulce: Oh Deus, se nunca te pedi nada rogo para que me ajude nesse momento.
Voltou a engatinhar até a porta encostando suas costas contra a mesma,tentando normalizar sua respiração.
Precisava de alguém que a tirasse dali e não levantasse suspeita.
Precisava ir até a polícia, precisava pegar suas coisas, precisava partir!
Cobriu com as mãos seus olhos, e mais uma vez o choro lhe invadiu...

Estava sozinha ali no meio daquele covil.

Estivera sempre sozinha, dormindo no meio de monstros famintos, dormindo com um monstro faminto.

Mas agora não era hora de chorar...