Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Dulce sentiu a grama de encontro aos seu pés e seus olhos se fecharam mais uma vez. O sol estava quente, o dia claro com um céu azul aberto em uma imensidão maravilhosa.
Voltou a abrir os olhos e mirou Anahí ao seu lado.
Anahí: Tem a certeza que quer vir aqui? Está descalça Dulce e...
Dulce: Não te preocupes, já fez muito por mim ontem à noite.
Anahí: Deixe disso... – Bufou. – Oferecer uma carona e um lugar para dormir não é nada demais.
Dulce: É sim... – sorriu – Acredite, não ter onde dormir não é muito legal!
Anahí: E posso saber para onde vai? Deixe-me ao menos lhe comprar um sapato, te emprestar um dinheiro para que possa se virar! – Dulce relutou, mas ao observar novamente a situação na qual se encontrava acabou aceitando.
Dulce: Eu juro que te pagarei cada centavo, juro que...
Anahí: Não te emociones nem te exaltes por isso, querida.
Dulce: Nunca tive ninguém que...
Anahí: Eu sei...Fique tranqüila Dulce, eu sei.

Dulce lhe sorriu tristemente permitindo que Anahí lhe desse um terno e carinho abraço. A agradeceu mais uma vez e logo depois localizou rapidamente a lápide de sua mãe e seu irmão no denso cemitério privado.
Avançou um passo e Anahí entendeu que ela deveria seguir sozinha.

Anahí: Estarei te esperando no carro.

Dulce assentiu, tirando os cabelos que lhe caiam ao rosto.
Voltou a sentir a grama de encontro aos seus pés, o silêncio interrompido pelo cantar dos pássaros e o balançar das folhas das árvores.
Cheirou as rosas que levava nas mãos e por fim chegou ao túmulo de sua mãe.
Ajoelhou-se, sentando-se sobre os pés, baixando a cabeça, criando coragem para encarar a último sentimento que lhe causava feridas.
Dulce: Oi mãe... – começou, sem poder evitar emocionar-se. – Escute-me bem, porque essa será a última vez que venho aqui ver a senhora e o Téo.
Engoliu a saliva...
Dulce: Perdoa? – Perguntou em um murmúrio, deixando as rosas pelo túmulo, cobrindo os olhos com as mãos. – Eu não queria dizer aquelas coisas, perdoname? Eu sinto muito, mãe você não era covarde, era a pessoa mais forte que eu conhecia, eu estava só tentando chamar sua atenção... Perdoa, Mama? Eu jamais quis lhe fazer chorar, te magoar, te enfrentar...
Soluçou com força, descobrindo os olhos.
Dulce: Eu estava tão assustada, sentia tanto medo...Oh Deus, perdoa mãe... Eu juro que nunca quis te fazer dano. Nem a ti nem a Téo. É a mulher mais linda e especial que tive o prazer de ter como mãe. Desculpe se não te demonstrei devidamente como era grande o meu amor por você, de como eu me orgulhava da maneira que dava a sua cara a tapa para proteger a minha e a de Téo. E agora eu me sinto tão perdida, mãe...
Limpou as lágrimas com as costas da mão...

Dulce: Mãe, eu acho que to grávida... – Sorriu em meio às lágrimas. – Eu sei, eu sei que sou muito nova e que estaria puxando a minha orelha, mas eu acho que quero esse bebê. E seja menino ou menina, cuidarei dele da mesma forma que cuidou de mim... – Suspirou, puxando com força o ar. – Bem mãe, eu estou te dizendo Adeus...estou te dizendo que pode descansar em paz pois eu juro que jamais vou te decepcionar...cuidarei de mim, farei a faculdade que tanto queria, arrumarei um emprego e sustentarei a mim e ao meu filho, não te preocupes!
Voltou a chorar.
Dulce:  Não te preocupes comigo porque eu vou me virar... – Aproximou-se do Túmulo onde o nome de Téo estava escrito. Carinhosamente passou os dedos pelos contornos das elegantes letras.

Dulce: Somente olhe por mim...


CONTINUA...