Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Dulce entrou ventando na lanchonete, o dia havia começado da maneira mais dolorosa possível. Bella estava com algum problema.
Quando acordará pensou em encontrar aquele sorriso cálido e carinho, pensou encontrar aqueles olhinhos castanhos claros lhe sorrindo, a voz fina e infantil lhe dizendo “Bom dia, Mama”. Mas então ela novamente havia acordado chorando, dizendo que havia tido mais pesadelos. Dulce havia tentado a acalmar
não havia nada no mundo de que Dulce não pudesse protege-la...
Sem ter opção Dulce a deixou com Diana, sua vizinha super carinhosa que adorava cuidar de crianças, especialmente de Bella.
Naquela manha Bella não queria ficar Diana, queria ficar com sua Mama.
Só que a Mama tinha que trabalhar e deixar Bella com os olhinhos lacrimejantes e aquele bico que lhe arrasava o coração, havia sido o golpe fatal para os nervos e coração de Dulce que demonstravam grandes sinais de estresse.

Maite a olhou do caixa, contava o caixa do café da manha.

Dulce lhe acenou, entrando direito para dentro da cozinha onde prendeu os cabelos em um coque mal feito, colocou o avental e já separou os cardápios do almoço para colocar junto com os temperos e guardanapos sobre a mesa.
Cristina: Bom dia, Dulce! – Dulce virou-se para Cristina e lhe sorriu tristemente, a amiga chegava com uma bandeja de pequenos recipientes com açúcar e canela.
Dulce: Boa dia Cristina. O movimento foi grande?
Cristina: Sim, foi bastante intenso, houve uma exposição em uma galeria ao sul, e como só tem a nossa lanchonete nesse lado da estrada, várias pessoas que voltavam da viagem pela madrugada, passaram por aqui.
Dulce assentiu, mais para o sul há mais ou menos 2 horas e meia dali, havia o centro, já ouvirá falar dessa tal de galeria.

Saíram as duas para limpar as mesas deixando os temperos e os guardanapos, Dulce mirou Maite, observando como ela a mirava.

Franziu a testa, havia algo que Maite quisesse lhe dizer?

Terminou de passar um pano com Veja na última mesa, recolhendo para trás da orelha os cabelos que insistiam em escapar do coque.
Pensou em Bella novamente.
A verdade é que pensaria em Bella até a hora que voltasse para casa.
Será que estava deixando faltar algo a sua filha?
Seus olhos se encheram de lágrimas e seu coração materno, seu único coração se encolheu. Passou o pano sobre a mesa novamente, vendo que algum adolescente rebelde havia riscado vários nomes ali.
As lágrimas escaparam de seu rosto.
O que estava acontecendo com a sua menina?
Assustou-se ao sentir Maite logo atrás de si, estava séria, com o semblante preocupado, Cristina logo se aproximou e Ted, o cozinheiro, também notou que a caçula da turma não estava com o sorriso e animação própria de Dulce para lutar por mais um dia.
Dulce enfim sentou em um dos estofados que constituíam as mesas laterais da lanchonete, deixou o pano molhado em cima da mesa e cobriu com suas mãos seus olhos.
Maite: O que houve? Bella está bem?
Dulce limpou as lágrimas, não era hora de chorar, ela precisava trabalhar!
Dulce: Bella está bem, só está um pouco triste.
Cristina: Aconteceu alguma coisa?
Dulce: Não sei Cris... – murmurou Dulce – De vez em quanto ela fica assim, mais sempre pensei que era pelo fato de nós duas estarmos cansadas, ontem foi um dia longo, ela teve pesadelos...Mas hoje de manha pensei que ela acordaria feliz, sorridente como sempre acorda, mas então estava chorosa. Não era manha, sei quando Isabella faz manha. Estava triste. – Mirou Maite novamente emocionando-se – Será que estou deixando faltar algo Maite? Eu juro, juro que tento dar de tudo a ela, lhe doou todo meu amor, minha dedicação, é certo que não posso lhe dar todos aqueles brinquedos mas...

Maite: Jamais volte a dizer isso Dulce. – Disse Maite, apoiada por Cristina – Só nós e Deus sabemos como é que vive para dar de tudo a essa menina.
Dulce: Então o que há? Ver minha filha assim é o mesmo que me cortarem o corpo...
Cristina: Já pensou na hipótese de Isabella estar sentindo falta de uma presença...
Maite:  Paterna. – continuou Maite – Sejamos claras Cristina, uma presença paterna. – Dulce mirou Maite e a mesma pode sentir como a expressão dela ficava ainda mais dolorida, ainda mais sofrida com a exaustão se destacando.
Maite: Sabemos bem que seu amor é o suficiente, que ama essa menina mais do que ama a ti mesma. Mas às vezes as crianças precisam sentir-se seguras com outra figura. Isabella sabe que só tem a sua Mama, e por mais novinha que seja entende as responsabilidades que você tem, o que você faz durante os setes dias da semana para a manter alimentada, bem vestida, feliz...
Cristina: Pode ser que ela esteja com medo Dulce. Medo de que algum dia você falte, sabe como são crianças. Na escolinha ela deve ter começado a reparar que crianças como ela possuem mama e papa.
Dulce suspirou dolorosamente, recebendo olhar atento e emocionado de Maite, que se lembrava de quando aquela jovenzinha de cabelos vermelhos havia batido em sua porta, grávida e pálida, pedindo por um emprego.
Dulce: O que posso eu fazer, Maite? – negou com a cabeça – O que posso eu fazer, Meu Deus!
Cristina: Não acha que está na hora de voltar ao passado Dulce? Sempre esteve aqui, jamais perguntamos o que lhe aconteceu, de como veio parar aqui de como...- Dulce novamente mirou Maite, vendo que a mesma pegava um jornal e voltava a se sentar – Escute querida, sabemos que é uma mulher forte...Mas talvez esteja na hora de você falar com o pai de Bella.