Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Cristina se pôs surpresa.
E Ted que escutava a conversa se pôs surpreso ao mesmo tempo.
Dulce mirou Maite, não se importando em nada com o fato de que Cristina e Ted saberiam de sua história.
Dulce: Há quanto tempo sabe disso, Maite?
Maite: Desde que chegou, que entrou pela aquela porta.
Dulce assentiu, sentindo-se profundamente magoada pela amiga de confiança não lhe ter contado antes esse fato, e Maite percebeu isso.
Maite: Quando comprei essa lanchonete. Eu ainda dirigia luxuosos Buffets na Capital. E por incrível que pareça, eu estava servindo aquela noite à festa na Madison Laqué. – Dulce a olhou surpresa, ciente de que talvez estivesse ali por um favor, não por... – Nem ouse pensar nisso, está aqui porque trabalha duro, porque gosto de você e das suas responsabilidades.

Dulce assentiu, aceitando a mão que Cristina lhe dava de consolo.

Dulce: E como soube que Christopher era o pai de Isabella?
Maite: Não foi muito difícil... – abriu um triste sorriso – Já olhou Isabella, Dulce? È toda Christopher.
Dulce também não pode deixar de sorrir.
Realmente era toda bela, como Christopher. Os traços, alguns gestos, maneira de olhar, de a tocar no meio da noite, lhe alisando o rosto, as bochechas.
Cristina: Olha querida, não sei de toda história, nem sei o que te trouxe aqui...Mas talvez esteja na hora de você procura-lo...De dizer que tem uma filha.
Dulce voltou a chorar, segurando com mais força a mão de Cristina, em quanto negava com a cabeça.
Dulce: Não posso Cristina...Vim para cá para começar minha vida. Encontrar Christopher é o mesmo que regressar, me machucar...Ele iria me ferir.
Maite: O que sabe sobre esse homem agora? – perguntou Maite com a voz mais elevada – Não o conhece, talvez nunca o tenha conhecido.

Cristina: Não faça por ti, Dulce... – completou Cristina.- Faça por Isabella.
Maite mirou Cristina e discretamente lhe piscou, Cristina com um sorriso quase imperceptível mirou Dulce, esperando por uma resposta.

Dulce: Não posso encontrar esse homem nem o deixar que se aproxime de minha menina, se causará um estrago a mim, detonará Isabella que é tão frágil...

Maite: E quem foi que lhe disse que quando se trata dele você é forte? Olhe para essa pintura Dulce, olhe e leia o que claramente ele está te dizendo...
Dulce: EU NÃO QUERO SABER O QUE ELE ESTÁ ME DIZENDO. – Gritou e logo depois se arrependeu, pois cerca de 4 clientes entravam na lanchonete.
Dulce: Desculpe...- Murmurou logo depois, levantando-se atordoada, caminhando em direção a cozinha aonde iria se recompor.

Ela não tinha forças, nem alma, nem coração para voltar a batalhar com Christopher.

Maite apareceu na porta da cozinha.
Maite: Pegue suas coisas e vá para casa, hoje tem o dia de folga.
Dulce franziu a testa confusa, estendendo a mão pega por Maite que lhe depositou ali um envelope.
Maite: Abra esse envelope quando chegar em casa, olhar sua filha, e decidir o que vai fazer. – Dulce não disse nada, seus olhos permaneceram molhados observando Maite, sempre tão franca lhe depositar um envelope sobre a mão. Tão rápido como ela entrou, saiu.

Dulce mirou Ted...
Podendo ver o quanto ele sentia por toda aquela situação.

Ted: Um passado não define quem você é, Dulce. O presente define. Não te julgues a mesma de antes seja quem for que você era. Conhecemos a Dulce de hoje, e a Dulce de hoje faria o que fosse preciso por Isabella.

Dulce: Não sei se quero que ele conheça minha filha, Ted... Se ele não gostar do que vê, um olhar sobre ela e ele a machucará como me machucava.
Ted: Sabe? – Aproximou-se de Dulce após ler os pedidos que Cristina havia deixado em cima do balcão. – Ás vezes você possui tanto medo de que ele volte a te machucar que não pensa na hipótese de que ele pode não machucar Isabella. Mas você é a mãe dela. È você quem não dorme nem 4 horas por noite para dar o melhor a ela, é você que tem dois empregos, que faz faculdade e ainda arranja tempo para ser atenciosa ao máximo com aquela menina. Você certamente sabe o que é melhor para você, o que é melhor para ela. E nem eu, nem Maite e Cristina podemos opinar.

Dulce voltou a baixar a cabeça, vendo novamente a perfeita imagem de Christopher no jornal.
Dulce: Não posso perder meu coração Ted, ele pertence a minha filha.
Ted: Ele pertence a você Dulce, e talvez seja hora de você começar a escuta-lo.

Dulce tocou a campainha do apartamento de Diana, sendo recebida pelo sorriso da jovem vizinha que lhe cumprimentou com um afetuoso abraço, logo lhe dizendo que Isabella já havia adormecido, e que também havia tomado banho.
Diana: Só não lhe alimentei com a mamadeira porque sei que ela não permite que ninguém além de ti o faça. – Dulce assentiu, agradecendo imensamente a jovem, lhe dando uma pequena quantia em dinheiro que necessitada para os estudos, Diana aceitou.

Dulce sentou-se na cama onde Isabella estava adormecida. Com os dedos lhe acariciou a boquinha, as sobrancelhas, lhe afastando a franjinha dos olhos tão perfeitos e adormecidos.

Havia sido um longo dia. Uma longa tarde, uma longa noite.

Diana: Foi muito quietinha hoje, não brincou como costuma fazer, e nem tagarelou! – Dulce sorriu, para a idade que tinha, Isabella falava muito bem.
Dulce: Ela está tristonha. – Beijou sua criança na testa, logo depois na bochecha, a venerando com os olhos que só uma mãe poderia ter. – Bem, já vamos indo, agradeço Diana. Consegui adiantar muitas coisas na faculdade.
Diana: E como anda os estudos? Logo teremos uma grande Chef? Prometa que quando abrir seu restaurante, serei eu sempre a convidada de honra.
Dulce sorriu, tanto pelo modo engraçado que Diana falava, tanto pela idéia absurda de que algum dia teria dinheiro para abrir um restaurante.
Dulce: Quem sabe um dia Diana. Bem, Boa noite.
Diana: Boa noite, Dulce.
Dulce tomou Isabella em seu colo, caminhando com ela até seu apartamento que foi aberto por Diana, agradeceu mais uma vez a jovem lhe dando boa noite.
Fechou a porta de sua casa, caminhando pelo pequeno corredor, deixando sua bolsa cair no chão, colocando Isabella no berço, a cobrindo com carinho.
Deixou o quarto caminhando até a cozinha e olhou o relógio.
Não era tão tarde.
Preparou a mamadeira reforçada de sua filha com a cabeça longe.
Os sentimentos longe.
Será que estava sendo egoísta com sua menina por medo de se machucar?
Será que estava se colocando a frente de Isabella?
Será que não estava sendo uma boa Mama?

Sentou-se na única cadeira da apertada cozinha, levando as mãos preocupadas á testa. Mordendo os lábios trêmulos pelas lágrimas que já queriam escapar.
Escutou o fino chorinho e Isabella e rapidamente se levantou, levando consigo a mamadeira.
Bella: Mama? – Ela lhe chamava assustada, erguendo os bracinhos gordinhos para que Dulce a pegasse em seus braços.
E Dulce o fez, acolhendo contra o calor de seus seios, fechando os olhos a abraçando carinhosamente.
Dulce: Mama está aqui querida, não sinta medo... – Bella com um biquinho assentiu, descansando a mãozinha sobre o seio direito de Dulce. – Teve pesadelos? – Dulce perguntou a ajeitando em seus braços lhe dando a mamadeira, Bella voltou a assentir, com os olhos centrados no rosto de Dulce, que podia ver que sua criança sentia medo.
Bella: Bella so-nhou que mo-sntu feio pe-gava Mama...
Dulce então se calou, com suas narinas ardendo pelas lágrimas que começavam a surgir...Alisou os cabelos de Isabella, lhe jogando a franjinha para trás.
Dulce: Não tem monstro feio. Está vendo? Mama está aqui, e continuará aqui.
Bella lhe tocou o rosto, limpando com os dedinhos as lágrimas que por um deslize Dulce havia deixado e escorrer.
Bella: Não chora Mama... – ela lhe disse com uma voizinha terna e baixa, assim como sua mãe fazia quando ela mesma chorava. Dulce franziu a testa sorrindo, com as lágrimas ainda por escorrerem de seus olhos, mirando Bella deitada em seus braços.
Dulce: Amanha iremos viajar. – Murmurou e Bella sorriu em expectativa.
Bella: Viajar? Bella e Mama? - Dulce assentiu.
Dulce: Iremos ver o papa

Mas tarde, quando Isabella dormia para valer, e Dulce já havia tomado um banho relaxante, recolheu sua bolsa, pegando de lá o caderninho de finanças, imaginando o que ela poderia fazer para conseguir o dinheiro da viagem...
Por um descuido sua bolsa caiu novamente ao chão, esparramando tudo que lá continha. Murmurou uma praga, abaixou-se recolhendo.
Franziu a testa vendo o esquecido envelope de Maite.
O pegou esquecendo-se das coisas ainda ao chão, com cuidado o abriu, e seus olhos arregalaram-se ao ver tanta nota de dinheiro junta.
Ali deveria ter quase 1000 reais.
Levou a mão de encontrou aos lábios, pensando em imediatamente ligar para Maite dizendo que não podia aceitar aquela quantia.

Então parou...

Respirando fundo, sabendo que suas finanças não lhe permitiriam uma viagem ao sul com o conforto que Isabella necessitava. Não por ela, ela iria andando se fosse necessário.
Não podia recusar aquele dinheiro dado com tanta consideração por sua amiga.
Iria usa-lo, e trabalharia em dobro para pagar sua divida com Maite.
Do chão, pegou a folha de jornal que tinha metido em sua bolsa antes de sair.
Anotou em seu caderno o endereço da galeria.
Levantou-se com rapidez.
Precisava arrumar as malas...