Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Estava preso em suas sensações que de tão intensas lhe poderiam fazer algum dano. Seus joelhos lhe faltaram como os dela, ajoelharam-se ambos sobre o tapete, com os braços trêmulos e amarelados pela força no qual se abraçavam.
A respiração lhes faltava, o controle e a coerência também não estavam presentes.

Ele voltou a mirar nos olhos, então de pronto a devorou com os lábios.
Com o desespero evidente nos movimentos alucinados que ambos os lábios faziam, encontrando suas línguas, encontrando aquele sabor há tanto tempo ausente, mas jamais esquecido. O choro dificultava o beijo. Mas nem por isso ele deixava de ser como Dulce se lembrava...
Intenso, longo, profundo, quente...
Um beijo de Christopher, um beijo do homem que apenas com o olhar lhe trazia a tormenta, e com apenas um toque, lhe devolvia a calma..
Chris: Por onde estava? Deus, olhe para mim, fale comigo, toque minha pele, deixe-me sentir seu calor... Eu pensei que estava enlouquecendo Dulce! – A beijou rapidamente nos lábios – Eu estou enlouquecido! – Voltou a beijar nos lábios, no pescoço, na bochecha... – Diga que trouxe de volta minha alma, meu corpo, meu coração...Que trouxe de volta que levou contigo.
- Mama?
Os olhos de Christopher voltaram para a anjinha ao sofá.
Não, ele não havia delirado, realmente havia ali uma criança.
Uma criança que...
Oh Céus...ele murmurou.
Afastando-se de Dulce, a vendo controlar o choro que era impossível de ser contido.
Mirou a pequena tão assustada e chorosa, com um biquinho, estendendo os bracinhos gordinhos para que Dulce a acudisse.

Chris: O que...O que foi que você fez Dulce? – Murmurou confuso, a mirou com a testa e as sobrancelhas franzidas, os olhos bem abertos, incrédulos, passando de Dulce para a garotinha tão assustada ao sofá.

Ela não precisou lhe dizer nada para que ele pudesse ouvir “Eu sinto muito.”
Os olhos dela a denunciavam, o choro, a palidez da pele...

Bella: Mama? – Bella a chamou com a voz mais alta, com seus olhinhos assustados, observando o homem à sua frente.

Chris: O que foi que você fez, Dulce? – Voltou a perguntar com a voz baixa e trêmula, levantando-se, cambaleando para trás, vendo uma copia quase idêntica de si mesmo sentada ao sofá.

Dulce: Mama está aqui querida, não precisa sentir medo...
Bella: Mama... - Isabella gritou alto, fechando os olhinhos para então chorar para valer... - Dulce levantou-se na mesma hora, aproximando-se de Isabella, sentando-se ao sofá a colocando de encontro ao seu corpo, em quanto seus olhos rogavam para que Christopher não olhasse sua filha daquela maneira.

Chris: Não pode ter feito isso comigo... – ele murmurou, negando com a cabeça com veemência. - Não pode, não pode ter feito isso comigo...

Dulce: Pelo amor de Deus... - ela lhe implorou em voz baixa, tapando os ouvidinhos de sua filha. – Me machuque, faço o que quiser de mim, mas não faça isso com minha filha. Por tudo o que te dei Christopher, não faça isso com a minha filha...
Os olhos de Christopher permaneciam incrédulos.
Chris: Não me deu nada... – Cobriu o rosto com as mãos. – Me tirou tudo...Privou-me de ti, privou-me...- Escutou o chorinho tão assustado da garotinha que buscava consolo e segurança nos braços de Dulce.

Estava realmente assustada, avermelhada.
Tirou as mãos do rosto e por tudo o que era mais sagrado tentou se acalmar!
Mas sua cabeça girava e seu estomago estupidamente se embrulhava.
Sentia-se trêmulo, fraco, indefeso...
Olhou mãe e filha.
Dulce chorava exatamente como da última vez que a via.

Dulce?
Voltou a fechar os olhos.
O que havia acontecido com aquela mulher?

Virou-se de costas engolindo a saliva, limpando com fúria as lágrimas, mirando o céu, como se aquele simples gesto pudesse lhe trazer a calma.
Por fim Dulce conseguiu acalmar a menina.
Com doces palavras, a voz chorosa porém tão terna como ele jamais havia visto.
Podia sentir, e seu corpo arrepiava-se com o amor tão claro e puro que Dulce demonstrava com aquela criança.
Chris: Suba para um dos quartos.... – Ele lhe disse e Dulce imediatamente assentiu, levando Bella consigo, deixando ali na sala um homem que finalmente havia encontrado sua paz, sabendo que todo o tormento havia sido em vão.

Quanto tempo se passou ele não sabia dizer...
Pois continuava ali, de pé, mirando o céu, pedindo para que uma única vez alguém lhe ouvisse, lhe acudisse.
Não precisou se virar para saber que ela havia voltado para a sala.

Dulce: Nada de gritos, conversaremos como adultos, não somos mais aquele casal inconseqüente, Christopher. – Ele se virou a mirando, e Dulce desejou que ele continuasse de costas.

Ali estava aquele olhar que em menos de cinco minutos destruiria com ela.

Chris: Quer que eu fique calmo? – Perguntou incrédulo. – Eu estou desesperado! Meu corpo está fora de controle, minhas mãos queimam por te tocar. Quer que eu fique calmo? Não consigo pensar em nada além do que perdi de ti e daquela menina durante esses anos.
Dulce: Isabella... – Dulce murmurou, voltando a sentar-se no sofá – O nome dela é Isabella.
Chris: E é minha...