Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Dulce assentiu.
Dulce: Nunca pensou na possibilidade que me tivesse feito um filho? - Levantou-se novamente. - Quantas vezes foram Christopher? Não te recorda? Foram inúmeras...
Chris: E que direito tem de me cobrar quando foi você que me falhou?
Dulce: Não falhei contigo.. – Ela negou com a cabeça, adquirindo uma força que pensou que não teria. – Nos falhamos com nós mesmos.

Chris: Era minha filha... – ele murmurou – Não podia ter feito isso comigo...

Dulce: Era o meu bebê! Eu era por demais inconseqüente, revoltada, rebelde! Deus, eu tinha 20 anos, não tinha onde morar o que comer e estava grávida! Grávida de um filho seu Christopher, um homem que eu jamais voltaria ver em vida! O que queria que eu fizesse? Voltasse para a mansão e dissesse “Christopher amor, cheguei! Estou grávida, é hora de construirmos uma bela e feliz família”
Chris: Não aja como se me conhecesse porque não me conhece. – Disse em alto tom, arrependendo-se depois.
Dulce: Você também não... – ela murmurou – Você também não me conhece, jamais conheceu...

Aquela frase teve um efeito tão devastador em Christopher, que Dulce o viu sentar na poltrona, assumindo sua posição, com os cotovelos apoiados contra o joelho, o rosto mergulhado em suas mãos.

Chris: Eu não sabia... não sabia para onde havia ido.- Começou calmamente, com a voz ligeiramente baixa, dolorida...- È claro que tinha a hipótese de eu ter te feito um filho, mais queria o que Dulce? Que eu fosse até o inferno a sua procura? Você desapareceu! Estava em minha frente e no segundo depois desapareceu... – Aproximou-se dela, lhe lançando um olhar diferente do ódio, da raiva, orgulho. - Deixou tudo... deixou tudo pelo caminho. Droga, eu iria dizer que sabia que estava mentindo, que eu sabia... – Voltou a mirar, negando com a cabeça em quanto mais lágrimas lhe escorriam o rosto tão atormentado.- Eu iria dizer que estava tudo bem, porque eu te amava...

Dulce desviou o olhar do dele, engolindo o choro.

Chris: Está me escutando? Eu iria lhe dizer que....que talvez desse tempo.
Dulce: Pelo amor de Deus não te engane. – Voltou a o mirar – Desde o começo estávamos condenados ao fracasso. Desde o começo tínhamos consciência de que jamais seria como as pessoas que víamos na rua...Os casais da televisão. Eu não tinha nada, o pouco que você tinha era mentira...Não te moleste por isso Christopher...
Chris: Minta novamente e diga que em algum momento você não imaginou que fosse diferente.

Dulce: Sim, quando te colocava dentro de mim e me olhava daquela forma nos olhos, eu imagina que poderia ser diferente... –Voltou a chorar, com novamente sua frase causando um impacto profundo em Christopher conhecia-me de corpo, mas destruía minha alma. Queria tudo de mim, sem ceder nada de ti...
Chris: Eu amei você... – ela voltou a desviar os olhos. – Sabia? Eu sei que sabia, eu sei que naquela tarde, você soube que eu amei você...
Dulce: E de que nos adianta falar sobre isso agora?
Chris: Merda Dulce... – ele murmurou, negando com a cabeça – Eu só quero que você diga que também me amou...É difícil? Seu orgulho não te permite?
Dulce: Não tenho orgulho, até ele você roubou...De que adianta eu lhe dizer que o amo, se os anos não vão voltar? Se minhas feridas não vão cicatrizar? De que adianta falar de sentimentos Christopher, quando botamos os nossos ao fogo, quando permitimos que aquela história se prolongasse?
Chris: Quem é você? Que Dulce é agora? – Franziu novamente a testa, chorando junto a ela que também não controlava as lágrimas.
Dulce: Sou apenas Dulce...E essa não tem como você tirar exatamente nada! Pertence tudo a minha filha, meu coração, minha alma, minha luta...
Chris: Não consegue me olhar nos olhos!
Dulce: Não tenho forças para te olhar nos olhos! – Disse em fim – Me sufoca, me machuca, me queima...- ele baixou a cabeça. – Não teria outro fim Christopher, nos sabíamos do fim, todas as noites nos lembrávamos do fim...O silêncio chegava, nossos corpos esfriavam e a realidade batia á porta...
Chris: Agora pergunte o que eu tive durante esses anos...Pergunte quantas noites dormi, quantas vezes desejei morrer...Pergunte o que foi que você tirou de mim!– apontou para ela. - E depois compare contigo... – soluçou - Depois olhe para a anjinha mais linda que carregou contigo durante esses anos...
Dulce: Não me julgue...

Chris: Não diga que não tínhamos o direito de nos amar...
Dulce: Pare de falar de amor... – implorou, cobrindo os lábios trêmulos. – Eu não vim para isso.
Chris: E veio para quê?- Murmurou, levantando-se, ajoelhando-se na frente dela.
Dulce: Vim para lhe mostrar sua filha... – Suas mãos aproximaram-se do rosto dele, para o tocar, o acariciar, então regressou. – Vim porque, Isabella precisa de você...
Chris: E você? Do que você precisa Dulce? – A tocou nas pernas, levemente, ternamente. – Pelo amor de Deus, diga o que se passa dentro de você uma única vez...– Apoiou sua testa contra os joelhos dela, lhe molhando a calça com as lágrimas, assustando Dulce com soluços tão altos. – Eu preciso ouvir sua voz...preciso ouvir você dizer que sente muito.

Dulce ergueu agora os olhos para o céu, encolhendo-se, tremendo com ele conforme Christopher soluçava intensamente. Suas mãos novamente se estenderam. O tocou nos cabelos, com suas mãos rapidamente cobertas pela dele, que a apertava, lhe entrelaçando os dedos.

Chris: Está doendo... – ele disse entre um soluço. – Está doendo mais do que quando não estava aqui.
Dulce: Christop... – Tentou o impedir que continuasse, mais então ele a abraçou pelos joelhos, não dizendo nada além do que seu choro tão intenso transmitia.
Dulce franziu as sobrancelhas com força, engolindo a saliva, com seus soluços se misturando ao dele, com seus dedos se perdendo com os dele.
Aproximou-se o beijando nos cabelos, na testa.
Voltando a o abraçar quando ele levantou a cabeça a puxando de encontro a ele.

E Dulce entendeu, que poderia finalmente dizer.
Dulce: Eu amei...Amei você.