Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Cheirou aqueles cabelos que agora jaziam longos, escuros, envolventes...
Cheirou aquele pescoço, que continuava macio, doce...
A beijou ali, naquele mesmo local, subindo seus lábios macios para as bochechas, para o queixo, lhe sugando as lágrimas quentes e salgadas, a envolvendo com as mãos, mergulhando as mesmas naquele mar de fios lisos e cheirosos.
Procurou seus lábios e Dulce colocou seu dedo entre eles.
Abrindo os olhos, fazendo com que Christopher abrisse os olhos.
Mais calmo ele a viu franzir o cenho e derramar mais um par de lágrimas.
Negou com a cabeça, a beijando na testa, dizendo silenciosamente para que ela não chorasse.
Dulce: Prometa que não terminaremos na cama... – Ela lhe murmurou, o agarrando com força pelo casaco, mergulhando seu rosto no vão entre o ombro e o pescoço de Christopher. – Prometa que não terminaremos na cama. Que seremos fortes... – O beijou no pescoço, com suas mãos a mergulhar naqueles cabelos agora mais cumpridos.– Não posso dormir contigo...Seria a perdição. A nossa perdição, sabe disso, não sabe?

Ele sabia...

Assentiu com veemência, a acolhendo em seus braços como a pouco tempo ela havia feito com Isabella. A beijou na testa novamente, ternamente, docemente, com seu interior por explodir em emoções. Com seu corpo por vibrar de calor.
Levantou-se com Dulce em seus braços.
Com seus olhos em um contanto jamais visto.
Ele queria que se ferrasse qualquer outra coisa!
Ele queria que se ferrasse a cobrança, os julgamentos, os gritos, as explosões que a situação gerava...
Deus...Ele só queria a ter em seus braços!

Ele só queria a sentir em suas mãos, tocar sua pele, lhe beijar os lábios!
Ele só queria se sentir vivo, inteiro.

A apertou em seus braços, colando seu rosto ao dela, sentado-se ao sofá com ela em seus braços, sentada de frente para ele.
Chris: E você não pode imaginar... – Murmurou, com ela lhe limpando as lágrimas, e com ele fazendo o mesmo á ela.
Chris: Não pode imaginar a falta que me fez.

Dulce voltou a colocar o dedo sobre os lábios dele, negando com a cabeça, agora limpando as próprias lágrimas.

Dulce: Não me diga essas coisas, quando eu não posso me permitir a fazer o mesmo. Guarde contigo... – Murmurou – Guarde contigo e não te machuque, não te machuque, Christopher... – Colou suas testas, entrelaçando seus dedos. – Um de nós precisa dizer isso...Não podemos começar de onde paramos. Não sei se ainda posso... – O procurou com os olhos, vendo como ele controlava as lágrimas, com seu olhar viajando, fugindo pela sala. – Olhe para mim... – Dulce pediu, o segurando calidamente pelas bochechas. – Não sei se posso, se ainda tenho forças para amar com eu te amei...

Chris: Não me machuque desse jeito... – Desviou mais uma vez os olhos.
Dulce: OLHE PARA MIM, CHRISTOPHER... – Mordeu os lábios trêmulos – Escute porque pode ser que eu jamais volte a lhe dizer essas coisas... – Fechou os olhos com pesar, tombando levemente a cabeça, erguendo os ombros de forma terna. – Eu não sei se te procuraria se Isabella não necessitasse. A verdade é que eu não podia...Não posso, ouvir seu nome. Compreende o meu lado? Compreende que talvez, eu precise de alguém que me conheça, ao meu lado? De que eu talvez não possa mais lidar com a história que pesa sobre nós?
Chris: Tem alguém te esperando?

Dulce negou com a cabeça imediatamente.

Dulce: Foi o último homem a me tocar, a tocar meu corpo... – Confessou, e pode ver o brilho nos olhos de Christopher. – Mas talvez, eu não suporte que o faça de novo... – Soluçou, baixando o olhar, respirando com pesar. – O que eu quero te dizer, é que ainda me dói amar você do jeito que eu amei...Que ainda me dói seu toque quando tudo o que antes eu queria, era que ele fosse genuíno. Que ainda me dói seu cheiro, seu olhar, seus lábios de encontro aos meus... – Voltou a o olhar nos olhos. – Talvez...Talvez esse seja o nosso verdadeiro fim...
Chris: Dulc...
Dulce: Escuta-me, por favor, deixe-me falar...

As mãos dele a seguraram pela cintura, com força, em um gesto desesperado.

Dulce: Talvez o destino seja esse...Você não era para ser meu, mas sim de minha filha...Que nossas entregas não traziam apenas mentiras...Que estava escrito que me daria um filho. Que me faria mulher, que me faria mãe. E eu gosto de pensar nessa idéia, pois me aquece.... Consola-me, venda-me os olhos de ver que talvez a vida tenha aprontado com nós dois. Que tudo foi em vão. Que no final, são sobraria nada de amor para ti, para mim. – Fechou os olhos, deixando um baixo gemido escapar de seus lábios ao notar que ele aumentava a pressão de seus dedos em sua cintura. Um gesto sem malícia, completamente involuntário e refletor dos sentimentos dele naquele instante. – Talvez era isso o que estava guardado para nós dois... – Voltou a colar suas testas. – Quem sabe, possamos guardar algo de belo, porque temos...Temos algo de belo, você me deu algo de belo, Christopher...E eu lhe serei eternamente grata por isso... – Murmurou com a voz lhe falhando pelas lágrimas. – Deixe Isabella entrar na sua vida...Verá que sua filha é o bem mais precioso que terá. É tão bela, tão parecida contigo. – Sorriu emocionada – Deixe Isabella entrar em sua vida, e peço que me perdoe por tê-lo privado da benção que é nossa filha. Ela aquecerá seu coração... – O alisou com carinho no rosto, sendo surpreendida por seus sentimentos. – Te salvará como salvou a mim. Porque talvez, Christopher...
O tocou no coração, com a mão trêmula e pálida de Christopher cobrindo a sua mão imediatamente.

Dulce: Talvez eu já não possa o amar mais, do que já...
Ele lhe sorriu em meio das lágrimas, com sua mão a segurando por cima de seu peito. – E se eu pudesse voltar... – O acariciou com a mão livre no rosto. – Se eu pudesse voltar... – Parou por alguns instantes, lhe sorrindo como ele lhe sorria entre as lágrimas. – Eu jamais teria mudado o fato que da nossa maneira encontraríamos um jeito de que a dor e a saudade, fizessem nascer um perdão...– Levou sua mão sobre seu próprio coração. - Isabella.

O abraçou, lhe falando de forma bem baixa e carinhosa ao pé do ouvido.

Dulce: Você foi único a me fazer sentir tudo o que senti, foi o único a se mover em mim da mesma forma que movia algo em mim. Foi o único a me fazer mulher, a me fazer mãe. Agora é hora de você ser pai... Eu sinto muito que tudo termine assim Christopher...Eu realmente o sinto. – Fechou os olhos com força, sentindo seu coração batendo forte da mesma forma que o coração dele batia, o beijou no pescoço, então rapidamente levantou-se.

O deixando destruído, porém, novamente vivo no sofá.
Com as mãos ainda na posição que a segurava em seu colo.
Com o cenho franzido, os olhos brilhantes e os lábios trêmulos.
Denunciando a surpresa e emoção que sentirá ao ouvir aquelas últimas palavras.

Dulce pegou a bolsa que tinha em cima do sofá.
Dulce: Irei usar a cozinha. – Murmurou, limpando de uma vez as lágrimas que de qualquer forma precisavam esvaziar e romper aquela corrente de sofrimento e dor que havia em seu corpo. Engoliu a saliva e em passos rápido se perdeu pela cozinha.