Fanfic: Quentes Como o Desejo (DyC) | Tema: Vondy

Isabella o fez, de nada assustada!
Com aquele jeito gracioso pediu colo a Christopher, dando um beijo estalado e molhadinho no rostinho de Daves, que fascinado lhe beijo a mãozinha.
Bella - Olá!
Daves – Olá, bonequinha.– Respondeu emocionado, lançando um olhar agradecido para Dulce.
Bella – Porque está chorando? Mama, vovô está chorando! – Voltou a mirar Daves, e com os dedinhos pequenos e gordinhos limpou as lágrimas de Daves. – Não precisa chorar! Te daremos Waffles, né Mama?
Dul – Sim querida, daremos sim!

Christopher sentou Isabella na cadeira e ajudou Daves a sentar-se na outra.
Dulce limpou a mesa de farinha e com a ajuda de Christopher serviu os pratos de Waffles quentinhos e recheados.
Sentaram-se os dois, um do lado do outro, de frente para Daves e Isabella.
Daves – É uma bela menina Dulce.
Dul – Sim, eu sei que é.

A mão de Christopher encontrou a mão de Dulce por debaixo da mesa.
A apertou contra a sua, sentindo como ela entrelaçava os dedos com os seus, respirando com mais tranqüilidade.

Bella – Não tem vovô da mamãe! Vovô da mamãe está o céu com os anjinhos.

Dulce sorriu, assentindo orgulhosa.

Dul – Quis dizer que por minha parte ela não tem vovô, só tem vovô da parte do papai agora.
Daves – Por onde andou Dulce? Procurei-te por todos os lugares...
Chris – Daves.
Daves – Fique preocupado, poderia ter acontecido algo e..
Chris - Daves, por favor.
Dul – Está tudo bem, Christopher...Bella? Porque não leva seu prato contigo, e assiste os desenhos que estão passando na televisão da sala?
Isabella de pronto concordou, com a ajuda de Christopher, desceu da mesa pegando seu pratinho, caminhando até o tapete da sala onde se sentou assistindo aos desenhos.

Dul- Não quero que fale sobre qualquer coisa ligada ao passado perto de minha filha, Daves. É esperta demais para a idade que tem, e fiz de todo o possível para que ela jamais sentisse o peso que esse assunto ou lembranças pode trazer.

Daves – Desculpe... – Murmurou de imediato, atingindo Dulce em cheio com sua debilidade. – Eu só...

Desde quando Daves pedia desculpas?

Chris – Não te altere Daves. Quer algo, uma água, alguma coisa?
Daves – Não, não quero nada...
Dul – O que acontece? – perguntou para Christopher, notando a preocupação que sentia em relação a Daves.
Daves – Conte a ela que esse velho terrível está batendo as botas!
Christopher pode ver a surpresa contida ns olhos de Dulce, ela engoliu a saliva, disfarçando muito bem.
Dul – Eu sinto muito...
Daves – Não quero sua pena nem piedade. Cada um paga aqui pelo que faz, minha cruz não poderia ser mais leve! – Quantos anos têm a pequena?
Dul – Fará quatro.
Daves – Conseguiu a manter longe de nós por quatro anos? – Soltou uma baixa e triste risada.– E porque não faria, não é mesmo? Deveria te olhar no espelho Christopher, tem de volta aquele brilho de quando era adolescente, belo, forte, perseguido pelas mais belas garotas.
Chris - Os tempos mudam Daves...
Daves – Ohh eu sei, confesso que ainda me faltam as pernas. Vim para encontrar a ti e sou recebido por Dulce e sua filha. Está muito bela, menina.
Dul – Obrigada Daves.
Chris – E Joan e Willian, como estão?
Daves – Acredito que estão bem...Joan ás vezes vem me fazer uma visita, me deixa um bolo. Seguem levando a vida de casados que foi adiada. Moram em uma bonita casa ao centro. Aliás, receio que tenham lhe mandado lembranças.

Christopher assentiu, não aprofundando o assunto, sentindo a mão de Dulce apertar sua mão ainda mais.

Daves– Estão juntos? – Perguntou a Christopher, que negou com a cabeça tentando mais uma vez manter a calma.
Chris- Não, Dulce veio trazer-me Isabella....
Daves – Bobeira! – murmurou comendo outro pedaço de Waffle, com suas mãos mais trêmulas do que o normal. – De longe eu sabia que não poderiam tirar as mãos um do outro, e isso ainda segue vivo, deixe de te enganar menino.

Dul – Há algum tratamento para sua doença?

Daves – Não te preocupe Christopher... já vou indo embora.
Chris – Pode ficar... – Novamente se pôs surpreso com sua atitude – Se Dulce concordar, podemos levar Isabella ao parque da cidade....pode passar o dia com ela. –Dulce em silêncio concordou, entendendo que era importante não só para ela, mas também para Christopher que esse perdão fosse concedido.
Daves – Eu agradeço... – respondeu somente, tomado mais uma vez pela emoção. – Não causarei mau a menina, eu apenas...

Dul – Eu sei que não Daves...a leve na balança, ela gosta de balança.

Chris – Você não vai? - Dulce negou-se com a cabeça levantando-se da mesa.
Dul – Não, o passeio é seu e de Daves.
Christopher a agradeceu com o olhar pela confiança.

Daves – Não a verei mais, não é mesmo?
Dulce assentiu, dizendo que sim, que essa havia sido realmente a última vez que estava a vendo.

Dul – Adeus, Daves. – Disse de simples, o mirando nos olhos se despedindo pela última vez daquele homem que um dia tão forte, era tão mais fraco e indefeso do que Isabella. – E se lhe serve de algo...Não levo nada de ti em mim...não o culpo ou detesto. Não o amo, e já não me causa mais danos.

O silêncio reinou no ambiente.
Com a cabeça erguida, o corpo ereto e a alma livre de qualquer fantasma, Dulce saiu da cozinha, pegando em seu colo sua filha a levando para um banho.

Daves – Não permita que ela saia novamente de sua vida.

Christopher assentiu, ouvindo de Daves, o que dizia a si mesmo cada vez que os olhos de Dulce pesavam sobre os seus.
Daves – Eu sinto muito, filho... – Christopher engoliu a emoção e qualquer forma de orgulho, de frente para Daves o abraçou com força.
Chris – Eu também sinto, pai.

A quarta feira chegou quase que imperceptível.

Os momentos eram tão repletos de ocupação, animação e descobertas, que quando amanheceu, Christopher havia se esquecido de que era o dia que Dulce e sua filha voltariam para a casa.

Isabella havia lhe ocupado uma parte completa do coração.
Seu jeito, seu rostinho, seu modo gracioso de lhe falar era uma parte dele, da qual ele não poderia se separar.
Podia dizer que a amava, Oh Deus, é claro que poderia dizer !

Isabella era o perdão, era a graça, era a cura de todas as feridas.
O alívio de todos os pecados, a salvação de almas que haviam se perdido em um longo e doloroso caminho até aquele dia.

Era sua filha, seu elo mais sagrado e abençoado com a mulher que passaria o resto de sua vida. Com a mulher que agora poderia começar a traçar um rosto refletido ao espelho.

Deus, como poderia em um homem como ele existir um sentimento tão intenso e puro? Porque, por todos os Deuses, se não era amor o que ele sentia por ela, não era nenhuma outra coisa!

A sensação de suas pernas trêmulas, de seu corpo ardendo em expectativa!
Era cômico, mas ele gaguejava quando ela lhe mirava no fundo dos olhos.
Agia como um adolescente à beira do primeiro encontro, do primeiro beijo.
Oh sim...o primeiro beijo já havia sido roubado.
A realidade era que tudo havia sido roubado.
De forma inconsciente Dulce o tinha por inteiro em suas mãos, corpo, alma e coração. Ela havia lhe dado o caminho livre para que fosse reconquistada.
Apresentava-se, contava seus gostos, dizia manias e graciosamente deixa com que Christopher visse seus defeitos...que eram tão poucos em vista de suas qualidades. Que eram tão poucos e insignificantes comparados ao desejo de amar e ser amado que sentia em relação a ela.

A queria por inteira, com tudo, tudo que tivesse a lhe oferecer.
Mas para isso precisava ir devagar, precisava respeitar os limites de um primeiro amor, de um primeiro contato.
E que o passado ficasse para trás, guardado naquela caixa com a chave lançada rumo ao infinito.
E que o passado ficasse para trás e que nele se fosse todos os sentimentos despertados de forma egoísta, vingativa, dolorosa.
E que o passado ficasse para trás...Pois o que vinha agora era seu presente, seu próximo e amado futuro.

Oh boy...que o passado ficasse para trás.

Mirou Dulce descendo suas malas, segurando com a mão livre a mãozinha de Isabella, que sonolenta rapidamente pediu o colo de seu pai, descansando a cabeça contra o ombro de Christopher.

Chris –Tem a certeza que precisa partir?
Dul – Sim, preciso...
Christopher as levaria de volta para a casa.
Chris – Logo é o Natal. Quero estar com vocês duas. A realidade é que me decidi hoje pela madrugada, que me mudarei daqui...
Dulce arregalou os olhos, negando imediatamente com a cabeça.
Dul – Não pode abandonar sua vida, sua galeria.
Chris – Posso viajar todos os dias para a galeria. E minha vida não é aqui, minha vida é ao lado de Isabella...- calou-se, não completando a frase. – Além do mais, poderei ficar com ela durante as férias, não te preocuparia tanto com a segurança dela, poderia estudar mais para as provas.
Dul – Não acredito que fará isso...Onde irá morar, onde...
Chris – Verei uma casa grande... – lhe sorriu – Um bom quintal, bastante verde, essas coisas que crianças gostam.

Dulce suspirou.

Dul – Será importante que fiquemos próximos, tomemos as decisões...Eu realmente não poderia vir para cá.
Chris – Eu sei que não... – Notou Isabella adormecida em seus braços. – Não tenho nada aqui Dulce. Nunca tive...Além do mais, como poderia marcar encontros com um mulher se moro a 2 horas e meia de distância dela?

Seus olhares divertidos se cruzaram, e ali, promessas ocultas foram lançadas.

Chris – Hey? – Ele perguntou, a tocando nos lábios. – Quer namorar comigo?

Dulce sorriu divertida, cobriu o rosto com as mãos, completamente sem graça.
Voltou a o mirar nos olhos.

Dul – Tenho uma filha!
Chris – Não há problema, também tenho uma!
Ela voltou a sorrir, cobrindo a mão dele que lhe alisava o rosto.

Chris - Diga que temos uma chance. Deixe que eu te conquiste, que te traga de volta para mim. Sei que deveria ter mandado rosas, chocolate, mas me conhece, costumo pular algumas partes.

Ela tornou-se séria, o mirando diretamente nos olhos, estendendo a mão para o alisar na testa, lhe colocando os cabelos para trás.

Dul – Iremos com calma...não suportaria que se machucasse ou que me machucasse. –ele concordou, agora cobrindo com sua mão a mão dela.
Chris – Eu prometo jamais lhe machucar...
Ela se emocionou, lembrando-se dos filmes de romance que costumava assistir na adolescência.

Porque ele era tão belo?
Porque se sentia como uma adolescente radiante, ouvindo pela primeira vez um pedido de namoro do carinha mais popular e charmoso do colégio?

Dul – Prefiro rosas brancas... – murmurou e Christopher entendeu que aquilo era um sim, sorriram no mesmo instante. – Aliás, eu só gosto de chocolate se estiver em seus lábios.

Christopher aproximou-se, colando os lábios aos dela.
Chris – Irei me lembrar disso.