Fanfic: Quando Tudo Mudou | Tema: Amor, colégio interno, amizade e hot

Os portões se abriram, eu olhei para trás e o carro já havia partido, eu não teria para onde ir a não ser entrar por aqui e seguir em frente. Foi o que eu fiz.

    Já havia estudado em muitas escolas antes, mas nunca em um internato, o que me fazia temer em não me adaptar.

Quando estava andando por um trilho que levava até a porta de entrada consegui atrair muitos olhares para mim, e caras de reprovação. Como nunca todos gostaram de mim, pelo fato de eu ser muito metida e mandona, já havia certo costume quando eu chegava a uma escola nova.

Mais alguns passos eu estaria dentro do prédio, se não fosse escutar meu nome.

- Cornelia – a voz de um garoto gritava.

Imediatamente virei para trás e vi Drake. Ele era meu amigo quando estava no 5° ano, não sei como me reconheceu, isso fazia anos para ser sincera.

- Drake – eu dei um leve sorriso, não aquele tipo de sorriso quando a gente encontra alguém que quer realmente encontrar.

- O que faz aqui? – ele perguntou como se não soubesse.

“Noticias correm. Meu bem, na cidade onde moramos é impossível não saber. Desculpe se você se isolou do mundo e não sabíamos onde você estava”.

- Bem, meu pai me mandou para cá, ver se eu me torno alguém melhor e se estudo mais. – eu falava melancolicamente como se meu mundo fosse acabar.

“E não acabou?”.

- Que chato, me mandaram para cá no 8° ano, tudo por que acabei com um garoto que se meteu com minha namorada – ele falava como se aquilo fosse algo glorioso.

“A gente já sabe, meu bem, da briguinha que rolou, não queremos falar mais sobre isso”.

Eu realmente não queria saber por que ele estava aqui, então daria um jeito de entrar logo, pegar a chave do meu quarto e ir dormir um pouco.

- Hum... Eu já vou indo preciso ainda ver umas coisas, mais tarde a gente se vê. – eu disse tentando parecer educada com ele. Além de tudo ele foi legal em vir falar comigo, ele bem que podia fingir que não me conhecia.

- Tudo bem, até mais tarde Nelia. – ele falou seguindo pelos trilhos, entrando por um corredor na lateral.

“O que ele faz lá será? Curiosidade matou o gato, mas nunca matara alguém como eu, se não já estaria morta”.

Eu entrei dentro da escola, era um lugar que passava uma energia boa. Paredes claras, móveis escuros, nenhum armário nas paredes e sim cheia de salas e escadas. O lugar parecia tranqüilo demais, isso me confortava um pouco. Cheguei em frente a uma sala que dizia “Diretoria”, eu resolvi entrar ali. Havia uma secretaria de cabelos ruivos, óculos pretos e um vestido bem colorido de Oscar de la Renta.

- Olá, sou Cornelia Le Blanc, gostaria de pegar meus horários de aulas e minha chave do quarto. – eu disse com um sorriso simpático para moça, ela parecia ser legal.

- Bom dia, querida. Estamos felizes em recebê-la aqui. Seus horários e a chave.- ela me entregou e eu peguei.

- Obrigada, tenha um bom dia. – eu sorri e fui saindo da sala.

- Boa sorte – ela disse acenando para mim.

Acho que não é tão ruim aqui, pensei comigo.

Segui meu caminho por onde o mapa que ela entregou junto dizia. Logo achei meu quarto, eu só queria me deitar um pouco, abri a porta e vi que tinha uma colega de quarto, o lado do quarto dela era totalmente rosa, o que era aquilo não sei, mas meu lado era perolado. Havia uma cama bem fofa que possuía uma enorme colcha off-White, um criado mudo com detalhes em dourado com um abajur branco ao lado, tinha duas gavetas no criado, um enorme armário branco com puxadores dourados em ondas. Aquele quarto havia sido feito perfeitamente do meu jeito, não sei como parecia que meu universo começava a ficar ao meu favor.

Eu larguei minhas coisas na cômoda e toquei a mala no armário, me atirei na cama e cai num bom de um sono.

Quando acordei já estava no final da tarde, exatamente cinco e meia. Na hora que eu olhei para o relógio, me veio à cabeça que eu dormi por muito tempo e perdi um dia. Me levantei e fui até a janela, luzes acesas pelas trilhas, bancos iluminados, e pessoas por todos os lados, um vento refrescante de verão batia sobe mim, não sabia se aquilo era bom ou ruim, mas sentia que este ano ia ser muito bom.

Eu escutei um barulho em quanto estava na janela então uma voz fina e enjoada falou:

- Olá, prazer sou Sophia, sua colega de quarto. – ela sorriu como se aquilo fosse feliz.

Ela estava mais para uma coisa cor de rosa, ela fazia o estilo patricinha. Loira com cabelos ondulados, olhos azuis, era magra e baixinha, tinha o nariz bem arrebitado. Ainda por cima muito animadinha, parecia aquelas chefes de torcida. Sophia seria como minhas antigas inimigas, mas poderíamos nos dar bem até.

- Prazer Cornelia... Bem que legal, que horas é servido o jantar por aqui? – eu perguntei friamente, não ia dar chance de a Senhorita Animadinha ser minha amiga no primeiro dia.

- O jantar é às sete horas. – ela falou com uma cara de tipo “para o que quer saber disso?”.

- Obrigada. – eu respondi, peguei meu cardigã e sai pela porta, deixei a garota lá sem mais nem menos, mas ela vai se acostumar.

Eu andava pelos corredores do dormitório indo até o jardim. Quando cheguei lá sentei em um banco, o jardim era lindo, super bem cuidado, com varias flores coloridas. As minhas favoritas estavam ali, rosas brancas, cada uma delicadamente de sua maneira. A maioria das flores estavam se fechando pela entrada do inverno que estava quase chegando, as gramas eram bem verdes, parecia um jardim de conto de fadas, aos quais eu lia quando criança. Mas eu estava ali para apenas observar as pessoas que andavam por lá, fiquei ali sentada horas simplesmente pensando em todos os motivos para estar ali e não fugir neste momento. De repente uma brisa leve passou trazendo com ela um lindo garoto.

Aquele garoto não tinha muito de especial em minha visão, só não sei por que de fato eu olhei para ele, mas o mesmo parecia misterioso o que de fato despertava uma curiosidade de minha parte. Ele não fazia aquele tipo de garoto que tinha na minha cidade, riquinhos e mimados, ele tinha algo de especial com certeza, só que eu sou muito desligada para perceber. Só por ter dispersado meu pensamento e visão, com certeza fazia ele alguém bem especial. Enfim, ele era alto, bem atlético até, tinha olhos cinzentos esverdeados, cabelo loiro escuro, bem penteadinho. Ele era todo arrumado, parecia impecável, mas não era o meu tipo de garoto, continuei olhando para ele, vi que ele tinha um sorriso fofo e que parecia boa pessoa de longe pelo menos.

Não sei o porquê, mas acho que ele notou que eu estava o olhando e deu um sorriso sarcástico como indireta para mim, e saiu andando. Tentei não ligar para isso, apenas continuei ali sentada no jardim, no meio de flores, apreciando a linda vista e a brisa que vinha sobe mim.