Fanfic: Novo Mundo-Puros | Tema: Ação, Suspense, Ficção Científica, Romance.
Seguidores da Nova Ordem acham que o Novo Mundo é o mundo perfeito, que Caleb é um líder transparente. Mas não é bem assim, ninguém da população, sabe que a Câmara do Pensamento. Apenas os membros da Nova Ordem e os Guardiões sabem que existimos. Não faço ideia de que horas são, como não temos nada que possa nos orientar sobre o tempo, não dormimos direito. Conto os segundos enquanto olho para a porta, 1200 segundos depois, um Guardião aparece. Ele está trazendo mais um rebelde que, provavelmente será morto por Caleb. Caleb não gosta que rebeldes vivam em paz em suas Câmaras que só serão abertas para três coisas:Ducha, Comida e Recolhimento. O recolhimento acontece apenas quando alguém das Câmaras morre, o lugar é esterilizado para que, um novo infeliz venha a viver nessas Câmaras. 100 segundos depois, o mesmo Guardião aparece e para em frente a porta. Eu congelo, estou sentada no chão. Os olhos verdes do Guardião que parece ter 30 anos fitam os meus e então, ele fala com alguém que provavelmente não é eu.
-Abrir, Câmara 2-34. -E a porta se abriu. O Guardião pega a sua arma e aponta para mim. -Levante-se. -E eu obedeço. Não estou assustada nem nada, mas sei o que virá a seguir. Ele pega algo no cinto e depois mostra para mim. É uma algema digital, estico os braços e observo enquanto o objeto que pareçe uma caneta roxa fluorescente se transforma em algemas ainda fluorescentes. As algemas envolvem os meus pulsos e entao o Guardião me puxa pelo braço para fora da Câmara. Os meus pés descalços tocam o frio gélido. Como nunca saímos, não temos sapatos. E, as nossas únicas vestes são blusa de manga comprida e calça branca. Parece que todos vestem isso, exceto os Guardiões e Caleb, que vestem preto.
Sou guiada pelos corredores em silêncio, outra regra da Nova Ordem é que prisioneiros não podem se comunicar com Guardiões e a população, assim como os Guardiões não podem se comunicar com a população. Paramos em frente de uma porta de aço, a porta se abre e eu fito o local escuro que conheço tão bem. O Guardião me puxa para dentro e a porta se fecha atrás de nós. O barulho chama a atenção de outros cinco Guardiões. Uma pontada de medo alfineta o meu coração sabendo o que irá acontecer. Sou empurrada para cima de uma rampa, onde fica um hexágono com piso azul neon. Ele está molhado, foi usado recentemente. Os Guardiões e eu trocamos olhares. Sei o que eles querem, mas não tenho opção de escolher se eu quero também. Tiro a blusa e logo meus seios pendem sobre o meu corpo magro e esquelético. Em seguida, tiro a calça e então estou nua.
Os Guardiões se movem, agitados. Um barulho vem de cima da estrutura e logo uma chuva de água fria cai sobre mim. Uma esponja e um sabonete pequeno e já usado são jogados aos meus pés. Eu os pego, sem fitar os Guardiões que me comem com os olhos. Eu me lavo de costas para eles, se concentrando na espuma que se forma nas minhas mãos. O cabelo molhado se espalha pelas minhas costas, desde que entrei no Novo Mundo, não cortei o cabelo. Estou quase terminando quando sinto alguém atrás de mim, me viro e o Guardião de olhos verdes está me fitando. Ele me olha por demorados segundos que pareçem não acabar mais. Ele absorve cada detalhe do meu corpo. E então, ele volta a olhar para o meu rosto. Eu congelo e fecho os olhos. E então sinto o meu corpo sendo derrubado no chão. A água já parou de cair e agora estou deitada numa poça de água com sabão. Ouço o barulho de um zíper se abrindo mas não olho para o Guardião, olho para o teto. O que acontece nas Câmaras ficam nas Câmaras, nem Caleb sabe disso. E então, fecho os olhos, me concentrando na dor. Não é a primeira vez, nem será a última, mas mesmo assim, aquilo não só dói no meu físico, mas na minha alma também. Por um momento, abro os olhos e fito outro Guardião que está afastado. Os olhos castanhos dele me fitam como se aquilo não fosse nada, parecia até que estava gostando. Mas ele estava...Em silêncio. Diferente dos outros que gargalhavam assistindo ao espetáculo. Até que, o Guardião de olhos castanhos corre em minha direção e tira o outro Guardião de cima de mim. Ele voa como uma boneca de pano e escorrega pelo chão. Eu fito seus olhos mas nem eu nem ele falamos nada. Mas, foi apenas aqueles segundos que fez o Guardião que antes estava em cima de mim pulou em cima do que me salvou e o derrubou.
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