Fanfic: Fora de Controle (Vondy) | Tema: Vondy

Após subir as escadas praticamente voando entrei com Dulce no último quarto. Completamente escuro. Fechei a porta de uma maneira nada sutil e a prensei ali mesmo grudando minha boca na sua quase com desespero. Língua contra língua, pele contra pele. Suas mãos passeavam livremente por meus cabelos enquanto eu apertava sua cintura. Desgrudei nossas bocas ao me sentir completamente sem fôlego e acariciei a pele nua e macia de seus ombros.

Dulce não abrira os olhos. Desci meus lábios por seu queixo, pescoço, ombros e cheguei com as mãos no fecho do vestido, abrindo-o devagar sentindo a pele dela se arrepiar por onde minhas mãos a tocavam. Antes de descê-lo acariciei seu rosto fazendo-a abrir os olhos cristalinos pelas lágrimas. Tirei com cuidado os grampos que prendiam seus cabelos e os soltei. Ela os balançou fazendo-os cair sobre as costas e a franja roçar em seus olhos como uma cortina negra.
E então ela sorriu. Seu sorriso de anjo, puro, ingênuo, mas que me levava a lugares que eu jamais havia imaginado.
Sorri de volta acariciando a maçã de seu rosto fazendo-a fechar os olhos novamente. Sua mão cobriu a minha levando-a a sua boca e beijando a palma. Aquilo bastou para que eu voltasse a beijá-la, com calma, mas de maneira intensa, pois eu precisava daquilo, meu corpo pedia aquilo.

Devagar minhas mãos desceram seu vestido deixando-a coberta apenas pela parte intima de baixo. Suas pequenas mãos começaram o trabalho de retirar meu smoking e desabotoar calmamente os botões da camisa social que logo trataram de fazer companhia ao seu vestido. Quando nossos corpos se colaram um no outro senti todos os pêlos do meu corpo eriçarem. Seus seios completamente rijos estavam encostados ao meu peito febril, e seu corpo tremia. Talvez de frio pela janela aberta, talvez de medo.

Conduzi-a pela cintura até a cama e deitei meu corpo por cima do seu. Brinquei com seus cabelos, espalhando-os sob a cama e voltei a beijar seus lábios superficialmente enquanto acariciava suas coxas subindo até o cós de sua calcinha.
O que estava prestes a acontecer ali mudaria tudo mesmo que não mudasse nada.
Não houve palavras quando lentamente nos desfizemos das ultimas peças de roupas de nossos corpos. Não houve palavras quando nos tornamos um só. Não houve palavras quando minhas mãos tocaram seu corpo e quando as dela tocaram o meu.

Não houve palavra alguma quando juntamos nossos corpos suados e cansados e adormecemos juntos.

Não houve e jamais haveria palavra no mundo que pudesse descrever o que havia acontecido naquele quarto. Naquela noite. Aquilo era nosso e de mais ninguém.

Como uma estrela atravessando o meu céu. Como um anjo fora da página você apareceu em minha vida...

Acabei despertando ao sentir Dulce escapar de meus braços. Olhei em volta do quarto e notei que ainda era noite. Mirei o relógio em meu pulso que marcavam três horas da manhã e então a vi sentada na beira cama já com seu vestido enquanto calçava os sapatos. Quando se levantou Dulce viu que eu estava a olhando enquanto se arrumava.

Ela chorava, silenciosamente, mas eu a via engolir os soluços. Me levantei indo até ela e tentei segurá-la pelos braços, mas ela se afastou como se levasse um choque.

— Foi um erro. — sussurrou ela — Isso... Isso não está certo!

Dulce começou a caminhar nervosamente de um lado para o outro passando as mãos pelos cabelos.

— Onde eu estava com a cabeça?! — perguntou mais para si mesma do que para mim — Christopher... Isso... Isso não poderia ter acontecido! Eu vou me casar com seu irmão! — ela sussurrou enquanto tremia.
— Mas não foi o nome dele que você gemeu há pouco. Não foi ele que esteve aqui quando você precisava de companhia! Ele a larga no meio de um lugar estranho, com pessoas que você não conhece para atender um telefonema, pelo amor de Deus! Você não vê? Está sempre em segundo plano! Já imaginou no dia do casamento? Se o celular toca na hora do sim? — ela revirou os olhos com indignação e ajeitou a franja.

— Como se você fosse melhor! Acha que eu não sei que todas as namoradas de Alfonso transaram com você e foram substituídas no dia seguinte? Pelo amor de Deus Christopher!

— Mas com você é diferente Dul! — sussurrei caminhando até ela e a segurando pelos braços — Eu não consigo pensar em qualquer outra coisa que não seja você! É frustrante, é louco, eu sei! Mas está aqui, está em mim e eu não posso ignorar isso! E eu sei, eu sei que está em você também! Não tente dizer que não! — minha testa estava colada na sua, nossas respirações se misturavam abaladas, quentes, ofegantes.

Grudei meus lábios nos seus em um beijo sôfrego enquanto a sentia se afastar e não resistir ao mesmo tempo até que seus braços se soltaram e como um raio ela disparou porta a fora. Sentei-me na cama completamente derrotado. E estranhamente eu não me sentia culpado.