Fanfic: Fora de Controle (Vondy) | Tema: Vondy
Passei o restante daquele dia vagando sem rumo pela cidade. De carro, a pé, de ônibus, metrô... Tudo o que eu não queria era estar em casa, tudo o que eu não queria era estar pensando nela e no fato de que ela havia ido embora e que provavelmente jamais olharia na cara de qualquer Uckermann.
Já era noite quando eu parei em um restaurante e jantei sozinho. Fiquei na mesa observando as pessoas que entravam e saiam. Os casais, as famílias... Era inevitável! Não havia nada que eu olhasse que não me lembrasse ela. Cansado daquilo eu fui para casa, sem paciência nenhuma para escutar quem quer que fosse quando eu chegasse lá.
No entanto assim que abri a porta dei de cara com Poncho sentado no sofá com uma garrafa de vodka na mesa de centro e um copo em suas mãos. Pelo seu estado ele já deveria estar bêbado. Não completamente, mas o bastante para não saber o que iria fazer. Ao me ver ele largou o copo em cima da mesinha e se levantou do sofá.
— Vai ser sempre assim, não é? — ele perguntou — Você sempre vai ficar com o que é meu.
Suspirei cansado e passei as mãos pelo rosto. Não estava a fim de discutir com ele bêbado no meio da sala.
— Ela nunca foi sua... Nem minha... Ela nunca pertenceu a alguém. Você sabe disso. Além do mais, você não perderia para mim se fosse mais esperto. — respondi tirando o casaco — Boa noite.
Assim que virei de costas Poncho me virou acertando meu olho direito em cheio. Como estava bêbado foi fácil devolver o soco em seu estomago fazendo-o cair com as costas no chão.
— Acho melhor você curar essa bebedeira e ir cuidar da sua vida! Lembra-se? Anahí e seu filho. Ou alguém pode te passar a perna. De novo. Deixe de ser estúpido e comece a dar valor para o que você tem... Foi exatamente por isso que você perdeu tudo para mim! — fui subir as escadas, mas me virei uma vez mais — E não me venha dizer que eu a tirei de você. Puxe da memória... Você a deu para mim.
Mais um mês havia se passado e eu não sabia nada de Dulce. Tentei tocar minha vida normalmente, era difícil, mas à medida que o tempo ia se passando era fácil me concentrar em algo que não fosse à lembrança de seu rosto. Poncho e eu não nos falávamos desde a briga e praticamente não nos víamos, pois ele já não parava mais em casa.
Estava sentado na mesada cozinha em um sábado à tarde quando minha mãe apareceu. Sentou-se ao em minha frente e deslizou um pequeno pedaço de papel pela mesa até mim.
— O que é isso? — perguntei sem tocar no papel.
— O seu destino. — ela respondeu simplesmente, levantando-se, afagando meus cabelos e saindo da cozinha.
Abri o que papel e me deparei com um endereço. Não precisei ler o nome ao final para saber de que se tratava. “Nova Jersey” era o suficiente para que eu entendesse o que ela quisera dizer com aquilo.
Dobrei o papel novamente o colocando dentro do bolso do casaco sentindo-o queimar ali. Eu simplesmente não sabia o que fazer com aquilo. Tentar aparecer e levar mais um não, arriscar, dizer o que eu estava sentindo... Eu não poderia fazer aquilo comigo e muito menos poderia fazer aquilo com ela! Eu não sabia como ela estava. Talvez ela já estivesse bem, recuperada, vivendo a vida dela... E se eu aparecesse e estragasse tudo? Se a fizesse sofrer? De uma coisa eu sabia. Eu não suportaria vê-la chorar mais uma vez.
Talvez fosse melhor ficar e tentar esquecer.
Eu havia prometido a mim mesmo que não iria atrás de Dulce e que deixaria tudo para trás. Mas, certo dia voltando do escritório de meu pai abri o porta-luvas do carro para procurar um CD e acabei pegando o pedaço de papel com o endereço de onde Dulce estava. Ele parecia queimar em minhas mãos enquanto eu o apertava contra o volante.
“O amor pode ser louco e podem levar as pessoas a loucura. Não acha?”
“Não sei. Nunca amei ninguém.”
O sol começou a sumir a medida em que eu dirigia de volta para casa e uma chuva forte começou a cair causando trafego na estrada. Liguei o rádio e encostei-me ao banco olhando para o papel em minhas mãos, lendo e relendo cada linha. Cada número. Não sabia o que fazer, não sabia até que ponto era correto seguir o que eu estava sentindo, ser guiado pelas emoções ou pelas razões dos fatos?
“Você o ama?”
“Que tipo de pergunta é essa?”
“Uma pergunta fácil. Com uma resposta que exige apenas três letras. Sim ou Não. ”
E ela não o amava. Ela jamais o amou... Mas ela não o amar não queria dizer que ela correspondesse aos meus sentimentos, que o que ela sentia fosse recíproco.
Respirei fundo socando as mãos no volante. Observei um adesivo na traseira do carro a minha frente com uma frase de Shakespeare: Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.
No segundo seguinte os carros começaram a andar e eu continuei parado. Escutei as buzinas atrás de mim e decidi tomar uma atitude. Eu encararia aquela maldita frase daquele maldito adesivo como um maldito sinal. Dei a partida no carro e comecei a fazer o caminho até Nova Jersey.
Não havia nada a perder menos, a não ser trinta ou quarenta minutos do meu tempo... Tempo que eu gastaria pensando no que eu deveria ter feito se fosse para casa.
Exatamente quarenta e cinco minutos depois eu estava na rua em que o papel indicava procurando pelo numero da casa. 298. Estacionei o carro em frente à casa simples, como todas as outras daquela rua eram, e saí do carro. Era grande, pintada em um tom de creme, sem portão e com um grande jardim na frente iluminado por algumas luzes em volta. Nada ostentosa como a minha.
Rolei a chave do carro entre os dedos encostando-me nele enquanto pensava duas vezes antes de caminhar até a porta. A luz do cômodo da frente estava acesa e a de um cômodo no segundo andar também. Eu via as sombras das pessoas transitando pela casa através da cortina fina das janelas... Eu não faria aquilo. Eu não podia invadir sua privacidade daquela forma, chegar daquela maneira sem avisar.
Desencostei do carro para voltar, mas antes vi a janela do cômodo do andar de cima ser aberta e Dulce colocar a cabeça para fora. Primeiro ela parecia confusa e então abriu um belo sorriso e fechou a janela. Logo em seguida a luz havia sido apagada.
Autor(a): alanis.sa
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A porta da frente abriu-se de repente e Dulce caminhou em passos apressados até mim. Ela estava linda, ainda mais linda, como se fosse possível. Seus cabelos haviam abandonado o vermelho e aderido a um castanho escuro, ela trajava uma calça de abrigo rosa, um moletom cinza e pantufas.— Chris... — disse ela surpresa ao chegar perto de mim. Sor ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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candy_telles Postado em 25/10/2014 - 23:35:36
Amei, emocionante!
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anne_vondy Postado em 29/09/2014 - 13:13:01
Essa fic é linda <3
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gabivondy Postado em 09/09/2014 - 12:12:58
foi lindo <3
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ChrisVondy Postado em 09/09/2014 - 00:58:14
Bom, oficialmente, eu sou a Primeira leitora!!! *-* (pelo site, rs) Menina, 10 capítulos, e neles, eu gargalhei, eu 'chorei', eu vibrei com o hot, e fiquei triste pelo Ucker!!! Agora estou em duvida... uso :( ou :) no comentário?? kkkkk Posta Maisssss!!! *-*