Fanfic: Fora de Controle (Vondy) | Tema: Vondy

A porta da frente abriu-se de repente e Dulce caminhou em passos apressados até mim. Ela estava linda, ainda mais linda, como se fosse possível. Seus cabelos haviam abandonado o vermelho e aderido a um castanho escuro, ela trajava uma calça de abrigo rosa, um moletom cinza e pantufas.

— Chris... — disse ela surpresa ao chegar perto de mim. Sorriu mais uma vez e deu-me um abraço desajeitado — O que... O que você está fazendo aqui? Como me achou?
— Eu...
— Ai! Entre, venha! Está um gelo aqui fora! — interrompeu-me ela antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, arrastando-me para dentro de casa.
Ao entrarmos e a porta bater todos os rostos que ali estavam viraram-se para nós.

Sentados no sofá estavam uma mulher e um bebê com alguns meses em seu colo enquanto tomava uma mamadeira. No chão, em cima de um tapete peludo estava um menino de uns cinco anos brincando com alguns carrinhos junto com um homem que julguei ser seu pai.

— Quem foi que abriu a porta nesse frio?! — uma senhora reclamou vindo de um corredor com uma bandeja nas mãos — Ah! Dulce... Temos visitas? — perguntou ela com um sorriso sem jeito.
— Este é o Christopher mãe. — Dulce murmurou.
— AH! Então você é o famoso Christopher! — exclamou ela deixando a bandeja em cima de uma bancada. Por algum motivo eu havia gostado de ouvir a palavra “famoso” — Dulce tem falado muito de você desde que chegou aqui. — olhei para Dulce que olhava impacientemente para a mãe com o rosto completamente vermelho — Bom, muito prazer, sou Blanca.

— O prazer é meu senhora. — respondi apertando-lhe a mão.
— Bom... — disse Dulce limpando a garganta. Estava nervosa. — Esta é minha irmã Cláudia e sua filha Bia, seu filho Luca e seu marido Vitor. — Dulce me puxou pela mão levando-me ao centro da sala — Sente-se, vou ajudar minha outra irmã e meu pai na cozinha. Sinta-se em casa.

Sentei-me meio sem jeito na poltrona e observei enquanto Dulce desaparecia pelo corredor. Blanca sentou-se na poltrona da frente colocando a bandeja com várias canecas em cima da mesinha de centro.

— Gosta de chocolate quente Christopher? — perguntou-me ela estendendo uma das canecas fumegantes.
— Claro obrigada. — respondi a pegando.
Logo depois todos estavam com uma caneca na mão iniciando uma conversa.
— Os biscoitos estão prontos! — Dulce gritou vindo com um prato nas mãos. Logo atrás um senhor e uma moça o acompanhavam. — Chris, este é meu pai, Fernando, e minha irmã mais velha, Blanca.
— Ah! O famoso Christopher! — Blanca-filha gritou dando um soco no ombro de Dulce enquanto gargalhava.
— Olha, eu realmente espero que ela tenha falado coisas boas sobre mim. — brinquei a encarando. Dulce encontrava-se mais vermelha que um tomate.
— Coisas maravilhosas. — respondeu Cláudia colocando a menina sentada no chão — Espero que nada mais que a verdade hm. Você roubou o coração da minha irmã.
— CLÁUDIA! — Dulce gritou a fuzilando com o olhar enquanto todos abafavam o riso. Menos eu, que acreditava piamente que com aquele olhar ela seria capaz de arrancar a cabeça de alguém.

No mais a conversa tomou outros rumos rapidamente. Era fácil conviver com a família de Dulce. Eram todos tão divertidos e hospitaleiros que eu realmente estava me sentindo em casa. Assim que as crianças pegaram no sono todos decidiram que era hora de se retirar. Blanca filha e Cláudia despediram-se de mim com sorrisos debochados em seus rostos – discretamente para que Dulce não voasse em cima delas.

— Bom, acho que eu também vou indo. — falei levantando-me do sofá.
— Que é isso Christopher! — sua mãe disse — Você fica. Está tarde e pelas previsões é provável que neve ainda esta madrugada. Imagine se isso acontece bem quando você sair. É perigoso! Prefiro que fique no quarto de hospedes.

— Bom... Se isso não for incomodar... — disse meio confuso levando meus olhos até Dulce. Ela sorria assentindo com a cabeça.
— Eu concordo. Você fica. — disse ela — Vou te levar até o quarto de hospedes e arrumar alguns cobertores.

Desejei boa noite a seus pais e a segui escada acima. Entramos no quarto e eu me sentei na pequena cama de solteiro enquanto a observava mover-se de um lado para o outro enquanto pegava os cobertores.

— Dentro da cômoda há algumas calças de abrigo que Vitor deixa aqui. Se quiser pegar alguma... — ela sorriu sem jeito mais uma vez e ajeitou a franja que caía em seus olhos — Fico feliz que esteja aqui. E me desculpe pelas minhas irmãs... Elas são... Malucas. — ela soltou mais um risinho nervoso e foi até a porta — Bom, nos falamos pela manhã. Boa noite. — disse saindo do quarto e começando a fechar a porta.
— Dul... — chamei fazendo-a abri-la novamente com uma expressão ansiosa — Sabe por que eu estou aqui?
Ela sorriu abaixando o rosto enquanto brincava de girar a maçaneta da porta.
— Boa noite Christopher.