Fanfic: Fora de Controle (Vondy) | Tema: Vondy

Estar nos braços de Christopher novamente não tinha palavras. Durante aquele mês eu me sentia incompleta, e o problema estava longe de ser Alfonso, e mesmo sabendo no fundo que a causa era Christopher, eu apenas tive certeza quando ele apareceu de repente a minha porta.

— Está pensando demais... — ele resmungou com a boca na curva de meu pescoço.
— Estava pensando em tudo. Inclusive no seu irmão. Como ele está? — perguntei acariciando seus cabelos. Ele se sentou a cama e eu fiz o mesmo levando o lençol até a altura de meus seios.
— Sei lá. Não o tenho visto muito. Passa a maior parte do tempo no escritório ou na... Na verdade eu não sei o que eles são. Minha mãe parece ser a pessoa mais empolgada com essa gravidez lá em casa. Está feito boba desde que Anahí apareceu lá dizendo que estava grávida de uma menina. — ele riu parecendo lembrar-se da cena e me puxou para junto de seu corpo, mantendo-me em seus braços.
— Fico feliz em saber que ele está bem. — murmurei.

Levantei meus olhos para a janela de meu quarto e notei algo caindo do céu, empapando a janela e embaçando o vidro.

— Chris... Está nevando! — exclamei levantando-me da cama enrolada no lençol e indo até a janela.

Passei as mãos pelo vidro para desembaça-lo e mirei o quintal da frente. Já devia estar nevando a um bom tempo. Senti os braços de Christopher envolverem minha cintura e seus lábios irem de encontro ao meu pescoço.
— Parece que sua mãe estava certa afinal. — disse ele — Por que não voltamos para a cama e...
— Posso te levar a um lugar? — perguntei girando o corpo e ficando de frente para ele.
— Um lugar? — perguntou ele franzindo o cenho.
— É. Mas temos que ir rápido. São cinco e meia da manhã! Temos meia hora. Vou pegar alguns cobertores!

Saímos de casa carregando dois cobertores grossos e demos a volta chegando ao quintal dos fundos. Christopher parecia confuso com o que eu estava fazendo, principalmente quando peguei a escada de madeira do chão e a posicionei na parede. Com cuidado subi com ele em meu encalço chegando ao telhado plano. Sentei-me ali em cima de um dos cobertores e coloquei o outro sobre as costas sentindo quando ele se sentou ao meu lado.

— O que exatamente estamos fazendo aqui? — ele perguntou abraçando-me pela cintura.
— Estou te proporcionando a vista mais linda que você já viu. — respondi encostando minha cabeça em seu ombro.

Alguns minutos mais tarde o céu passou a adquirir alguns tons alaranjados, até o sol começar a aparecer bem a nossa frente. Estávamos congelando, mas a vista era maravilhosa!
Quando já estava abrindo a porta de casa fui surpreendida por uma bola de neve em minhas costas. Virei-me lentamente e Christopher estava parado no meio do quintal com um sorriso maquiavélico nos lábios e mais uma grande bola nas mãos.

— Jogo sujo Christopher! Eu nem estava olhando! — reclamei deixando o cobertor de lado e caminhando até ele.
Parei há certa distancia e me abaixei pegando uma boa quantidade de neve sentindo minhas mãos congelarem.

— Você não tem coragem de jogar isso em mim. — ele disse moldando a neve com as duas mãos.
— Ah não? — aproximei-me dele colando nossos corpos enquanto ele baixava as mãos.
— Não. — sussurrou.

Ao se aproximar para me beijar afundei a bola de neve em seu rosto e saí correndo pelo meio da rua. Aquilo era louco e completamente infantil, mas era divertido! Corri até o parquinho da esquina de casa e acabei me estatelando na neve gelada quando Christopher agarrou minha cintura levando-o junto comigo.
— Acho... Que eu... Cansei... — falei completamente sem fôlego passando as mãos em seus braços. — Meu Deus... Há quanto tempo eu não brincava de pega-pega?!

Ele riu meneando a cabeça e beijou minha bochecha gelada.

— Melhor entrarmos... Está muito frio. — ele disse levantando e estendendo a mão para me ajudar — Qual é o plano agora?
— Entrar, tomar um banho quente e...
— Não. — Christopher disse me interrompendo enquanto caminhávamos de mãos dadas até em casa — Eu digo... Qual é o plano a partir de agora... Para nós dois...

Paramos em frente a porta e eu toquei seu rosto enquanto ele me olhava com preocupação.

— Sem planos, ok? Só... Vamos deixar que o tempo nos diga o que fazer. Mas se vamos realmente querer levar isso a sério, se você realmente quiser ficar comigo, porque eu quero ficar com você, eu vou precisar ser sincera Chris. Eu... Eu não posso ter filhos. E se você quiser ser pai eu...
— Hei! — suas mãos seguraram meu rosto e seus olhos ficaram sérios e compreensivos — Não importa. Ainda é cedo. Quando chegar a hora nós vamos pensar em alguma coisa, eu prometo.
Joguei meus braços ao redor de sua cintura e sorri enquanto ele passava as mãos pelas minhas costas.

— Eu não mereço você. — brinquei sorrindo e abrindo a porta de uma vez — Vamos tomar um banho enquanto meus pais não acordam.