Fanfic: Cry - Vondy | Tema: Vondy
Dulce: Não te quero mais.
Guilherme: Como? Mas...por quê, Dulce?
Dulce: Porque não, enjoei de você.
Guilherme: Enjoou...de mim? Não é possível! Esses quatro meses que passamos juntos foram maravilhosos!
Dulce: É verdade, mas tudo nessa vida acaba. E eu estou acabando com a nossa relação agora.
Guilherme: Mas... eu te amo, Dul!
Dulce: Que pena... eu não.
Assim era eu: Ardente, atrevida e fatal. Usava os homens como se fossem brinquedos que eu usava e jogava fora depois, quando enjoasse. Afinal, eles eram apenas isso, não? Brinquedos que mereciam sofrer na mão das mulheres.
Morava sozinha e tinha um apartamento bem espaçoso em Manhattan. Minha mãe bancava tudo, já que eu ainda estudava. Digo, fingia que estudava. Fazia apenas um curso de italiano e francês. Gostava de estudar línguas. Mas isso quando não estava com muita preguiça.
Eu tinha vinte e cinco anos e gostava de curtir a vida. Saía para todos os lugares que queria e quando queria. O meu dinheiro estava lá toda a semana no banco, então era só pegar e usufruir o quanto eu quisesse dele. E fazia isso muito bem.
Minha mãe era uma famosa estilista daqui. Como era sozinha e não tinha com quem gastar esse dinheiro, dava parte dele para mim.
Eu tinha um pouco de pena dela, pois era completamente sozinha. E, depois do trauma que ela passou no casamento, eu a entendia perfeitamente.
Meu pai era a pessoa mais cruel que eu tinha conhecido em toda minha vida. Tinha inúmeras amantes e nunca fez questão de esconder isso da gente. Chegava em casa bêbado e batia na minha mãe. E, quando tentava defendê-la, a sua ira se virava contra mim.
Até que um certo dia, ele se cansou de tudo e arrumou suas malas, partindo para não sei aonde. Eu tinha apenas nove anos nessa época.
Foram tempos difíceis. Não chegamos a passar fome, mas as coisas ficaram bem apertadas lá em casa. Mas ela começou a desenhar para uma grife e hoje em dia ganha muito dinheiro e é bem respeitada. E eu me aproveitava disso, não tinha vergonha nenhuma em falar.
De certa forma, eu gostava de conquistar os homens, para deixá-los depois. Sabia que tinha esse poder e fazia com eles o que meu pai fez com a minha mãe. Minhas regras eram simples : conquistar, usar e deixar. Sem me preocupar se eu partiria coração de alguém ou não, isso realmente não me importava. Eu jamais choraria por um deles. Jamais. Depois de chorar e ver minha mãe chorando tanto, eu prometi a mim mesma que nunca derramaria uma lágrima por ninguém.
Depois de terminar com Guilherme, fui para o meu apartamento descansar. Não estava a fim de ir pro curso hoje, apenas queria ficar em casa, deitada e fazendo nada.
Vejo a secretária eletrônica piscando e aperto o botão para ouvir os recados...
“Oi Dul, aqui é Ângelo. Vim te chamar pra sair, estou sentindo sua falta. Sei que faz apenas dois meses que terminamos, mas se quiser, podemos relembrar os velhos tempos, nem que seja por uma noite. Me ligue, estou esperando sua resposta.”
Eu revirei os olhos, não acreditando que esse ser estava me ligando. Será que era muito difícil para os homens entender a palavra terminar? Ao parecer, sim...
“Duuuul! To te ligando toda hora, mas ninguém atende!Vamos sair hoje? Poncho tem uma festa de casamento para ir em Nova Jersey e eu vou ficar sozinha. Vamos tomar um drinque? Bom, eu vou nem que seja sozinha, então te encontro do bar de sempre, às dez da noite, ok? Beijos amiga, te amo!”
Eu sorri depois de ouvir esse recado. Anahí era dois anos mais nova que eu e havíamos nos conhecido em um dos grande desfiles de Nova York. Sua mãe era uma das diretoras dos desfiles e, de tanto nos encontrarmos por lá, acabamos descobrindo uma grande amizade entre nós. Fui me deitar e descansar o corpo, já que provavelmente ficaria acordada por toda a madrugada.
Assim que acordei, entrei no banho e coloquei uma saia jens e uma blusa branca de manga colada no corpo. As botas pretas completaram meu visual e deixei meus cabelos soltos. Peguei minha bolsa branca e guardei as chaves, a carteira e saí de casa.
Assim que cheguei no lugar marcado, Anahí já estava sentada e com um copo de uísque na mão. O lugar era simples, mas confortável e bem habitável. Tinha um balcão enorme, onde as pessoas estavam sentadas em pequenos banquinhos de madeira, tomando algum tipo de bebida. Havia uma televisão de tela plana, situada no alto de uma parede e umas pequenas mesas ao redor.
Me sentei ao lado de minha amiga e a abracei...
Dulce: Como está?
Anahí: Tirando a ausência do meu Ponchito, estou bem. E você?
Dulce: Bem e livre. Terminei com o Guilherme.
Anahí: Ah é? Bem que eu estava achando que vocês estavam junto há tempo demais.
Dulce: Ele era legal e tudo, o sexo era bom. Mas sei lá, enjoei. Vou partir pra outra.
Anahí: E você não cansa dessa vida? Vai ficar pulando de galho em galho até ficar velha e morrer sozinha?
Dulce: Claro! Qual é o problema? Isso não me afeta em nada.
Anahí: Agora pode ser que não, mas futuramente...
Dulce: Ai, vamos deixar esse assunto pra lá, ok? Me conta, como você está com Poncho?
Nós ficamos conversando durante um longo tempo, nem sabia que horas eram. Pedimos uns cinco drinques enquanto não parávamos de tagarelar.
Quando o assunto acabou, Anahí se virou pra mim com um meio sorriso no rosto e disse...
Anahí: Tem um homem ali na mesa à sua direita que não para de te olhar. Mas não olhe, senão ele vai perceber que estamos falando dele.
Eu não agüentei e o olhei, rapidamente. Nossos olhares se encontraram e eu rapidamente olhei para Anahí...
Anahí: Dul! Eu disse que ele ia perceber.
Dulce: Ah, não faz mal. Ele é bonito.
Anahí: É lindo! Se meu Ponchito não existisse...ui!
Dulce: Você é muito boba, Anahí. Nem é tão bonito assim
Anahí: Não? Deve ser porque você não olhou direito. Você não está procurando por um novo relacionamento? Por que não chega nele? Parece estar solteiro.
Dulce: Quero um novo relacionamento, mas não agora, terminei com o Guilherme hoje. Quem sabe na semana que vem, ou na outra...
Anahí revirou os olhos e tornamos a conversar. A hora passou voando e eu nem percebi. Conversar com Anahí era algo que me fazia bastante bem...
Anahí: Dul, eu já to indo. Já vai dar meia noite e eu tenho que ir pra casa, Poncho pode ligar a qualquer momento.
Dulce: Tudo bem, eu vou ficar mais um pouco aqui. Dormi a tarde toda, não to com sono.
Anahí: Ok. Se cuida amiga, nada de exageros, ta?
Ela me deu um beijo e saiu, enquanto eu fiquei olhando para o meu copo de uísque e pensando na vida.
Apesar de viver livremente, sem me preocupar com as conseqüências e aproveitando bastante, eu não era feliz. Não sei explicar, mas faltava algo pra preencher um vazio que existia dentro de mim. Um buraco fundo e negro, que me atormentava quando eu me deixava levar pela tristeza.
Já era quase uma da manhã, mas eu não queria voltar para casa. Um filme antigo passava na TV de plasma do lugar e, apesar de não estar escutando muito por causa do barulho, as imagens eram bem interessantes.
Autor(a): alanis.sa
Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Estava bebendo o último copo de uísque, quando o cara que estava me olhando há algumas horas atrás se aproxima do balcão e pede mais uma bebida. Ele já estava cambaleando e mal conseguia falar, pois estava muito bêbado. Ele olhou pra mim mais uma vez e sorriu, mas eu virei a cara, pois não gostava de tipos assim.Ele pego ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo