Fanfic: Cry - Vondy | Tema: Vondy
Dulce: Coloque aí no canto. Vai diminuir o inchaço.
Ele assentiu e pegou o gelo, seguindo minhas indicações...
Dulce: Vou passar as suas roupas rapidinho, para que você vá pra casa logo. Já volto.
Ele assentiu novamente, enquanto eu entrava no banheiro, pegando suas roupas. Seja lá quem for esse homem, eu tenho a impressão de que ele não é muito de falar.
Enquanto passava sua roupa, comecei a pensar no que estava fazendo. Deus, ele era um estranho! Podia ser um estuprador, um assassino, um ladrão ou algo assim. Mas pensei melhor e cheguei à conclusão de que era só um homem perdido. Um assassino não seria tão atraente assim. Eu acho.
Assim que acabei de passar tudo, inclusive seu boxer, eu voltei para a sala, com as roupas na mão...
Dulce: Olha, não sei se ficou bom, porque não estão lavadas, mas...
Parei de falar imediatamente, assim que o vi deitado no sofá, com o gelo ainda na boca, mas com os olhos fechados e completamente relaxado.
Eu coloquei suas roupas na poltrona e me ajoelhei ao lado dele, cutucando-o...
Dulce: Ei! Você não pode dormir aqui! Você tem que ir pra sua casa. Eu te levo.
Ele resmungou qualquer coisa e se virou de costas pra mim. Eu bufei, percebendo que tinha perdido a batalha e resolvi deixá-lo dormir ali, pelo menos essa noite. Passei a mão pelo seu cabelo ainda molhado e pensei alto demais...
Dulce: Depois de tudo isso...você nem me disse seu nome.
Ele se mexe mais um pouco e diz, quase num sussurro...
****: Me chamo Christopher.
Eu arregalei os olhos, pois não sabia se ele estava acordado ou meio acordado. Assim que eu escutei o seu leve ronco, percebi que ele tinha caído no sono outra vez. Então, o nome dele era... Christopher.
Eu sorri ao pensar no quanto o nome era bonito. Tão bonito quanto ele. Me levantei e fui para o meu quarto colocar o meu pijama.
Eu dormi muito bem naquela noite, sem me preocupar se ele era algum ladrão ou algo assim. E mesmo se fosse, do jeito que ele estava eu duvido que conseguisse fazer alguma coisa.
Acordei no dia seguinte escutando um barulho na cozinha. Me levantei ainda meio confusa e coloquei as minhas pantufas rosas, saindo do quarto.
O encontrei na cozinha, com uma xícara de café na mão e mexendo nos meus armários...
Dulce: Está tentando roubar alguma coisa?
Ele me olha de repente e fecha a porta do armário, sorrindo pra mim...
Christopher: E eu tenho cara de assaltante?
Dulce: Acho que não. Mas quem vê cara não vê coração.
Ele sorriu novamente e olhou ao redor...
Christopher: Estava procurando o açúcar. Sei que pode parecer um pouco atrevido da minha parte, mas eu estou morrendo de dor de cabeça. Tentei esperar você acordar para pedir, mas eu juro que não agüentei.
Eu apertei os olhos, desconfiada disso tudo e fui até o outro armário, lhe entregando um pote com açúcar...
Christopher: Obrigado. Bonita cozinha.
Dulce: Vejo que já a conhece bem. Pra ter achado a xícara e o café, você deve ter revirado tudo, não?
Ele passou as mãos pelo cabelo, como se tivesse com vergonha e colocou açúcar no café. Foi então que eu percebi que ele já tinha colocado sua roupa, deixando sua camisa aberta e mostrando todo o seu abdômen. Eu achei melhor desviar o olhar, antes que ele percebesse algo...
Christopher: Obrigado. Por tudo.
Ele disse de repente, arrancando-me um frio do estômago, ao me olhar de uma forma sincera...
Dulce: De nada. Fiz o que faria por qualquer um. Vou tomar um banho e trocar de roupa. Pode ficar na sala, desde que não roube nada.
Ele riu pra mim e se aproximou perigosamente...
Christopher: Acredito, eu não preciso roubar-lhe nada. Tenho o mesmo que você, talvez até um pouco mais.
Eu fiquei sem saber o que dizer e achei melhor sair dali o quanto antes. Entrei no chuveiro e tomei um banho bem gelado. Precisava esfriar a cabeça, pois as coisas estavam acontecendo rápido demais. Coloquei uma calça jeans, uma regata preta e prendi meus cabelos num rabo-de-cavalo.
Saí do banheiro e o vi sentado no sofá, vendo televisão. Me sentei ao seu lado e desliguei a TV...
Dulce: Então...se lembra de algo que fez ontem?
Christopher: Apenas algumas coisas. Lembro de ter levado um soco, mas não lembro o motivo. E lembro também de você me colocando para tomar banho e dizendo algo como “admirando sua beleza”, estou errado?
Eu sorri e cruzei os braços, tentando não demonstrar o meu nervosismo...
Dulce: Por que os homens sempre lembram da única coisa que não deveriam lembrar?
Christopher: Talvez porque sejam as coisas mais interessantes.
Ele me olhava de uma forma tão atraente que eu podia jurar que estava lançando um feitiço contra mim...
Dulce: Você levou um soco porque deu em cima de uma mulher casada.
O seu rosto mudou totalmente, perdendo aquele sorriso traiçoeiro nos lábios e arregalando os olhos...
Christopher: Está falando sério?
Dulce: Aham. E claro, o marido dela se ofendeu. E aí está, o pequeno resultado dessa brincadeira na sua boca.
Christopher: Droga! Não pense que eu sou assim, de verdade. É a primeira vez que eu bebo, então...
Dulce: Peraí...você nunca tinha bebido antes?
Christopher: Bebido sim, mas pouca coisa. Nunca cheguei a ficar bêbado. Essa foi a primeira vez.
Dulce: Uau! É meio...difícil de acreditar. Mas, porquê você ficou bêbado dessa vez?
Christopher: Não acha que está querendo saber demais?
Dulce: Você dormiu na minha casa, está bebendo o meu café e eu nem te conheço. Não acha que depois disso tudo, eu mereço uma explicação?
Ele sorriu novamente, colocando a xícara de café na mesinha que tinha em frente ao sofá e se virando para mim...
Christopher: Tem razão, me desculpe. Estou com problemas.
Dulce: Problemas todos têm e nem por isso caem bêbados por aí.
Christopher: É verdade, mas o meu é mais grave.
Dulce: E o que pode ser tão grave assim?
Christopher: Tenho que me casar.
Eu arqueei uma sobrancelha e ri um pouco...
Dulce: Sei que casamento pode parecer uma prisão para alguns, mas não sabia que era motivo pra tanto desespero. Se não quer casar, diga isso a sua namorada e pronto.
Christopher: Não, as coisas não são tão simples. Eu só vi a mulher com quem vou me casar pela primeira vez, ontem.
Dulce: O que você está querendo dizer? Um casamento arranjado em pleno século XXI? Não posso acreditar.
Christopher: Pois pode acreditar. O meu pai é dono de uma importante gravadora aqui. A Uckermann’s records, você já deve ter ouvido falar.
Dulce: Claro, já ouvi sim.
Christopher: Então...a empresa estava falindo. Os negócios não estavam indo muito bem. Então, um concorrente do meu pai fez uma oferta, onde uniriam as duas empresas. Ele acabou aceitando, mas o dono da outra empresa quer casar a sua filha. Parece que ela se envolveu com um negro do Bronx e digamos que ele seja um pouco preconceituoso. Quer casar logo a filha, antes que ela arranje um jeito de fugir com ele. E o eleito para ser o seu noivo, sou eu.
Dulce: Nossa! Que história. Parece até conto de fadas.
Christopher: É, mas um conto de fadas que não terá um final feliz.
Nós ficamos em silêncio por um tempo. A situação dele era realmente horrível. Mas foi então me dei conta de algo...
Autor(a): alanis.sa
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Dulce: Você tem irmãos?Christopher: Sim, quatro. Mais duas mulheres e dois homens, por que?Dulce: Por que esses dois homens não podem casar com ela? Por que tem que ser você?Christopher: Porque eu sou o único que trabalha lá. Sou publicitário, faço qualquer tipo de propaganda, algumas capas de cd’s e essas coisas.Du ...
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