Fanfic: Cry - Vondy | Tema: Vondy

Eu desliguei o interfone, ainda me perguntando o que ele tinha na cabeça. Me olhei mais uma vez no espelho e desci.
Ele estava lá, sentado na poltrona do prédio, batendo papo com o porteiro, como se fossem amigos íntimos. Acho que ele não era tão calado quanto pensei.
Assim que me viu, seus olhos se arregalaram e seu semblante mudou completamente. O sorriso travesso saiu do seu rosto, dando lugar a um sorriso malicioso e eu pensei que tinha conseguido causar a impressão que queria...

Christopher: Você está absurdamente linda.

Ele veio até a mim e tentou me dar um selinho, mas eu virei o rosto imediatamente e ele me deu um beijo no rosto mesmo...
Dulce: Você não marcou comigo no restaurante? Por que veio até aqui?
Christopher: Pois é, mas eu achei que seria mais educado da minha parte vir te buscar. E provar que sou digno de você.
Dulce: Gosta de surpresas?
Christopher: Eu sou cheio de surpresas.

Eu sorri e vi o porteiro completamente constrangido...
Dulce: Acho melhor nós irmos...estou com um pouco de fome.
Christopher: Agora mesmo, senhorita.

Ele me deu o braço, como um cavalheiro e eu aceitei o seu cumprimento. Fomos andando até o seu carro em silênico. Eu realmente não sabia o que dizer. Tenho que admitir que ele me intimidava um pouco.
No carro, eu percebia que ele olhava de soslaio o tempo todo para mim e eu resolvi provocar...

Dulce: Se quer dizer alguma coisa diga, não precisava ficar me olhando.
Um sorriso traiçoeiro surgiu em seus lábios e eu fiquei completamente encantada com isso...

Christopher: Estou esperando você dizer algo.
Dulce: Eu? E por que?
Christopher: Foi você que fez questão disso, não foi? Disse que não conhecia nada sobre mim e um encontro seria bom pra isso. Mas até agora você não fez nenhum esforço pra saber mais sobre mim.
Dulce: Eu não sei o que perguntar.
Christopher: Pergunte o que quiser, posso responder a qualquer coisa.

Eu parei pra pensar um minuto e comecei a falar...

Dulce: Bom, eu já sei que você é publicitário e trabalha na empresa de seu pai. Sei também que vai se casar dentro de um mês por obrigação e que tomou o seu primeiro porre esses dias e dormiu em meu apartamento. Acho que uma coisa que eu não sei ainda é a sua idade. Quantos anos você tem?
Christopher: Quantos anos pareço ter?
Dulce: Está jogando o meu jogo?
Christopher: Numa competição tem que se igualar ao adversário, para não sair perdendo.

Ele me olhava ainda com aquele sorriso e eu ajeitei a minha franja, um pouco nervosa...
Dulce: Boa observação. Ok então...te dou vinte e seis.
Christopher: Passou perto. Tenho vinte e sete.

Eu continuei com as minhas perguntas durante o caminho todo. Coisas idiotas, como “qual é a sua comida favorita”, “o que mais gosta de fazer”, e essas coisas.
Christopher respondia tudo com um sorriso, parecia muito bem humorado.
Ainda estava fazendo minhas perguntas, quando chegamos ao restaurante...

Christopher: Chegamos.
Dulce: Só mais uma pergunta?
Christopher: Fale.
Dulce: Já se apaixonou alguma vez na vida?
Ele franziu o cenho e sorriu novamente...
Christopher: Ainda não.

Ele piscou pra mim e meu coração deu um leve salto dentro do peito. Christopher saiu do carro e deu a volta, abrindo a porta para mim. Entramos no restaurante e pedimos um prato de camarão com salada e dois copos de vinho tinto...

Christopher: Então...você não vai mesmo dizer o seu nome?
Dulce: Já disse pra você descobrir.
Christopher: E se eu já souber?
Dulce: Como?

Ele não podia estar falando sério...
Christopher: Eu tenho minhas fontes.
Ele sorriu e tomou um gole do seu vinho, enquanto eu apenas o encarava e tentava ver se ele estava blefando ou não...

Dulce: Diga então...vamos ver se suas fontes são confiáveis.
Christopher: No final da noite, eu te digo.

Ele piscou pra mim tomou outro gole de seu vinho. Eu adorava esse seu jeito misterioso de ser. Christopher era um desafio e eu amava isso...
Christopher: Então...o que você faz?
Dulce: Faço um curso de italiano e francês, mas falto mais do que vou. Mas não me preocupo com isso, as notas são sempre altas mesmo.
Christopher: Gosta de aprender línguas?
Dulce: Sou fascinada.
Christopher: Que trabalhar com isso?
Dulce: Talvez. Mas não sei ao certo ainda o que vou fazer. Por enquanto, quero curtir a vida. Minha mãe me banca, então dinheiro não é uma preocupação pra mim.
Christopher: Mimada?
Dulce: Entenda como quiser.

O jantar todo foi assim, cheio de provocações. Ele gostava de me atiçar e eu idem. Acho que nos daríamos muito bem.
Assim que acabamos de comer, Christopher pagou a conta e nós fomos para o carro...

Christopher: Quer ir a algum lugar ou prefere ir para a casa?
Dulce: Acho melhor ir para casa, estou um pouco cansada.
Christopher: Como você quiser.

Eu não estava nem um pouco cansada, mas eu tinha continuar com o meu jogo. Quando entramos no carro, ele ligou o som e uma música clássica começou a tocar...