Fanfic: Cry - Vondy | Tema: Vondy

Ele desligou o telefone, me deixando boquiaberta pela sua audácia. Christopher era muito parecido comigo e isso me irritava um pouco. Acho que estava começando a provar do meu próprio veneno.
Às 6:30 eu já estava completamente pronta. Coloquei uma calça preta, uma bota também preta e uma blusa de meia manga cor creme, pois estava um vento frio lá fora. Estava nervosa, andando de um lado para o outro e esperando que a hora passasse logo. Eu queria muito ver o seu sorriso encantador outra vez e, talvez, beijá-lo novamente.
Às 7 em ponto o interfone tocou e eu dei um pulo no sofá. Corri para atender e o porteiro disse que ele já estava lá embaixo. Me olhei no espelho, dei uma arrumada no cabelo e desci.
E lá estava ele, conversando com o seu melhor amigo porteiro. Christopher calou a boca assim que me viu e veio até a mim, me dando um selinho...

Dulce: Já chegamos a isso?
Christopher: Depois do beijo de ontem eu pensei que podia ter certas liberdades.
Dulce: Talvez. Mas eu ainda acho que tudo está acontecendo rápido demais.

Ele revirou os olhos e pegou em minha mão, me conduzindo para fora da portaria. Se despediu do porteiro como se fosse alguém muito importante e nós dois entramos no carro. Enquanto ele dirigia, eu tentava a qualquer custo arrancar algum tipo de informação...

Dulce: É um lugar bonito?
Christopher: Não adianta Dulce, eu não vou dizer.
Dulce: E por quê?
Christopher: Porque é surpresa.
Dulce: Mas eu sou curiosa, não se deixa um curioso na curiosidade.
Christopher: Bom, eu deixo. Deixa de ser apressada, já estamos chegando.

Eu cruzei os braços e fiz bico, sabendo que não adiantava mais discutir. Depois de mais ou menos sete minutos, Christopher entra num estacionamento de um shopping e o para entre os inúmeros carros ali. Eu fiquei quieta, tentando entender aquilo tudo, enquanto ele abre a porta do carro pra mim...

Dulce: Você fez esse mistério todo para me trazer ao shopping? Acredite, não é a coisa mais criativa que eu já vi.
Christopher: Tem certeza? Não me subestime, Dulce Maria.

Ele depositou um beijo em minha mão e me conduziu para fora do estacionamento. Nós fomos subindo três lances de escada rolante, enquanto eu já estava pensando que tinha perdido minha noite. Esperava realmente ter algo com ele, mas parece que não era tão criativo quanto aparentava.
Mas sem que eu percebesse, estávamos parados em frente a um grande salão, onde estava escrito : “boliche”. Eu o olhei surpresa, piscando várias vezes e ele sorriu...

Christopher: Já jogou boliche alguma vez?
Dulce: Pra falar a verdade...não.
Christopher: E ainda diz que eu não sou criativo. Anda, eu vou te ensinar.

Nós dois entramos no salão que estava com poucas pessoas. Christopher se posicionou em frente a pista e me deu uma bola...

Christopher: Jogue primeiro. Quero ver como você se sai.

Eu não disse nada e fiz o que ele pediu, não acertando nenhum pino. Ele começou a rir e eu me senti completamente humilhada...

Dulce: Se você é tão bom, faz melhor então.

Ele pegou outra bola e, com sua classe e categoria, acertou todos os pinos, fazendo um strike. Eu cruzei os braços e me sentei num banco atrás de nós. Christopher se ajoelhou em frente a mim e sorriu...

Christopher: Não fique assim. Se você quiser, eu posso te ensinar.
Dulce: Não vou conseguir aprender, você já é um exímio jogador.
Christopher: Se você quiser aprender, você consegue. Anda, vem...

Ele fez com que eu descruzasse os braços e voltasse pra pista. Ele pegou uma bola e passou os braços ao redor do meu corpo. Christopher apoiou o queixo em meu ombro e sussurrou em meu ouvido...

Christopher: Preste bem atenção agora, se concentre apenas na minha voz...

E tinha como não me concentrar? Sua voz era a coisa mais magnífica que eu já tinha ouvido em toda minha vida.
Ele falava e movimentava meu braço ao mesmo tempo, tentando me ensinar a jogar isso direito...

Christopher: Primeiro você tem que aprender a segurar a bola direito. Segure-a de forma correta: nem tão forte que fará com que a levante demais, nem tão fraco a ponto de soltá-la antes do ponto ideal. Pegue na bola assim...

Ele colocou três dedos meus na bola e continuou me explicando...

Christopher: Deixe que ela repouse em sua mão e mire atentamente os pinos. E depois, é só arremessar a bola, vai...

Ele soltou sutilmente minha mão e deixou que eu fizesse o trabalho por mim mesma. Eu fiz o que ele aconselhou e arremessei a bola, que surpreendentemente acertou todos os pinos, fazendo un strike. Eu comecei a pular de alegria, não acreditando que eu tinha acertado. Ele me agarrou pela cintura e me girou no ar, enquanto eu ria que nem boba, como se tivesse ganhado na loteria. Eu passei meus braços ao redor de seu pescoço e ele me colocou na sua altura, onde eu não sentia meus pés tocarem o chão. O sorriso desapareceu de nossos rostos e nossos olhos se encontraram. Christopher roçou o seu nariz com o meu e sua boca imediatamente colou na minha. Nos beijávamos intensamente, sem nos preocuparmos com qualquer pessoa que tivesse ao redor.