Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

— Não acredito! — Trenton lamentou, se levantando.

— Belo plano, Christopher. Trazer uma jogadora profissional para a nossa noite de pôquer — disse um, piscando para mim.

— Eu não sabia! — ele respondeu, balançando a cabeça.

— Ah, tá — disse Thomas, olhando para mim.

—Não sabia mesmo! — Christopher confirmou, em meio às gargalhadas.

— Odeio dizer isso, mano, mas acho que acabei de me apaixonar pela sua garota — disse Tyler.

— Opa! — disse Christopher, rapidamente tirando o sorriso do rosto e fazendo uma careta.

— É isso aí. Eu estava pegando leve com você, Dulce, mas vou ganhar meu dinheiro de volta agora mesmo — Trenton avisou.

Christopher ficou de fora nas últimas rodadas, observando os irmãos lutarem para recuperar o dinheiro deles. Mão após mão, eu recolhia todas as fichas, e Thomas começou a me observar com mais atenção. Toda vez que eu abria minhas cartas na mesa, Christopher e Vitor davam risada, Taylor xingava, Tyler proclamava amor eterno por mim e Trent tinha uma crise de raiva.

Troquei minhas fichas por dinheiro e dei cem dólares para cada um assim que fomos para a sala de estar. Vitor recusou, mas os irmãos aceitaram, gratos. Christopher me agarrou pela mão e caminhamos até a porta.

Eu podia ver que ele estava emburrado, então apertei seus dedos nos meus.

— Que foi?

— Você acabou de distribuir quatrocentos dólares, Dulce! — ele franziu a testa.

— Se fosse noite de póquer na Sig Tau, eu ficaria com o dinheiro, mas não posso roubar seus irmãos quando acabei de conhecê-los.

—Eles teriam ficado com o seu dinheiro! — ele disse.

— E eu não teria perdido um segundo de sono por causa disso — disse Taylor.

Thomas me encarava em silêncio do canto da sala.

—Por que você fica encarando a minha garota, Tommy?

—Qual é mesmo o sobrenome dela? — Thomas quis saber.

Alternei meu peso entre uma perna e outra, nervosa. Minha mente buscava freneticamente algo espirituoso ou sarcástico para dizer a fim de fugir da pergunta. Em vez disso, fiquei mexendo nas unhas, me xingando em silêncio. Eu devia saber que não valia a pena ganhar todas aquelas mãos seguidas. Thomas tinha sacado. Eu podia ver nos olhos dele.

Percebendo minha inquietação, Christopher se virou para o irmão e colocou o braço em volta da minha cintura. Eu não sabia ao certo se ele estava me protegendo ou se preparando para o que o irmão ia dizer.

Christopher se mexia, visivelmente incomodado com a pergunta.

— É Saviñon. O que você tem com isso?

— Posso entender por que você não ligou os pontos antes, Ucker, mas agora não tem mais desculpa — disse Thomas, com um ar presunçoso.

— De que merda você está falando? — Christopher quis saber.

— Por acaso você é parente do Fernando Saviñon? — Thomas me perguntou.

Todas as cabeças se viraram na minha direção, e mexi no cabelo, nervosa.

— Como você conhece o Fernando?

Christopher entortou a cabeça para me olhar nos olhos.

— Ele é só um dos melhores jogadores de pôquer que já existiram. Você conhece?

Eu me encolhi, sabendo que não tinha mais saída a não ser dizer a verdade.

— Ele é meu pai.

A sala inteira explodiu.

— NÃO ACREDITO!

— EU SABIA!

— ACABAMOS DE JOGAR PÔQUER COM A FILHA DO FERNANDO SAVIÑON!