Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

Anahi voltou o olhar rapidamente na direção da minha colega de quarto.

— Boa ideia, Fuzz. O fato de você ser uma vaca vem a calhar às vezes.

Fuzz continuou olhando para o monitor do computador, sem se abalar com o ataque.

Anahi pegou o celular e digitou uma mensagem de texto com velocidade e precisão incríveis. O celular vibrou e ela sorriu para mim.

— Nós vamos ficar no apartamento do Poncho e do Christopher até consertarem as caldeiras.

— O quê? Eu não vou! — gritei.

— Ah, vai sim! Não tem por que você ficar presa aqui, congelando no chuveiro, quando o Christopher e o Poncho têm dois banheiros no apê deles.

— Mas eu não fui convidada.

— Eu estou convidando você. O Poncho já falou que tudo bem. Você pode dormir no sofá... se o Christopher não for usar.

— E se ele for?

Anahi deu de ombros.

— Aí você pode dormir na cama dele.

— De jeito nenhum!

Ela revirou os olhos.

— Não seja infantil, Dulce. Vocês são amigos, certo? Se ele não tentou nada até agora, acho que não vai tentar.

As palavras dela me fizeram calar a boca na hora. Christopher tinha ficado perto de mim de uma forma ou de outra todas as noites durante semanas. Estive tão ocupada me certificando de que todo mundo soubesse que éramos apenas amigos que não me ocorreu que ele realmente estava interessado somente em nossa amizade. Eu não sabia ao certo o motivo, mas me senti insultada.

Fuzz nos olhou com descrença.

— Christopher Uckermann não tentou levar você pra cama?

— Nós somos amigo! — falei em tom defensivo.

— Eu sei, mas ele nem tentou? Ele já transou com todo mundo...

— Menos com a gente — disse Anahi, olhando para ela. — E com você.

Fuzz deu de ombros.

— Bom, nunca nem o conheci, só ouvi falar dele.

— Exatamente — retruquei. — Você nem conhece o Christopher.

Fuzz voltou a olhar para o monitor, ignorando nossa presença. Soltei um suspiro.

— Tudo bem, Annie. Preciso arrumar uma mala.

—Coloque coisas para alguns dias. Vai saber quanto tempo vão levar para consertar as caldeiras — ela disse, completamente animada.

O medo tomou conta de mim, como se eu estivesse prestes a entrar sorrateiramente em território inimigo.

—Ai... tudo bem.

Anahi deu pulinhos e me abraçou.

— Isso vai ser tão divertido

Meia hora depois, colocamos nossas malas no Honda dela e nos dirigimos para o apartamento dos meninos. Anahi mal respirava entre suas divagações enquanto dirigia. Tocou a buzina quando diminuiu a velocidade e parou no estacionamento, na vaga de sempre. Alfonso desceu apressado os degraus, pegou nossas malas e foi atrás de nós enquanto subíamos as escadas.

— A porta está aberta — disse ele, ofegante.

Anahi empurrou a porta e a segurou aberta. Alfonso resmungou quando largou nossa bagagem no chão.

— Nossa, baby! Sua mala pesa uns dez quilos a mais que a da Dulce!

Anahi e eu ficamos paralisadas quando uma mulher saiu do banheiro, abotoando a blusa.

— Oi — disse ela, surpresa.

Os olhos manchados de rímel nos examinaram antes de pousarem na nossa bagagem. Eu a reconheci: era a morena de pernas longas que Christopher tinha seguido do refeitório.

Anahi lançou um olhar fulminante para Alfonso, que ergueu as mãos e disse:

— Ela está com o Christopher!