Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

Christopher me agarrou pela mão e fomos correndo até o hotel, com Alfonso e Anahi nos seguindo bem de perto. Poucas pessoas prestaram atenção na aparência de Christopher. Ele estava coberto de sangue e parecia que só alguns ocasionais forasteiros notavam.

— Que diabos aconteceu lá? — Alfonso por fim perguntou.

Christopher tirou as roupas, ficando só de cueca, e sumiu dentro do banheiro. O chuveiro foi ligado e Anahi me entregou uma caixa de lenços de papel.

— Eu estou bem, Annie.

Ela suspirou e empurrou a caixa para mim mais uma vez.

— Não está, não.

— Não foi a minha primeira vez com o Benny — falei.

Meus músculos estavam doloridos como resultado das vinte e quatro horas de tensão pelas quais havia passado.

— Foi a primeira vez que você viu o Christopher atacar alguém como um louco — disse Alfonso. — Já vi isso acontecer uma vez e não é nada bonito.

— O que aconteceu? — insistiu Anahi.

— O Fernando ligou para o Benny e passou a responsabilidade para mim.

— Eu vou matar o Fernando! Vou matar aquele filho da puta! — gritou Anahi.

— O Benny não ia me considerar responsável, mas ia ensinar uma lição ao Fernando por ter enviado a filha para pagar a dívida. Ele chamou dois de seus malditos cães de guarda pra cima da gente e Christopher os derrubou. Os dois. Em menos de cinco minutos.

— Então o Benny deixou vocês irem embora? — Anahi quis saber. Christopher surgiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, e a única evidência da briga era uma marca vermelha na maçã do rosto, logo abaixo do olho direito.

— Um dos caras que eu derrubei tinha uma luta amanhã à noite. Vou assumir o lugar dele e, em compensação, o Benny vai perdoar os cinco mil que faltam da dívida do Fernando.

Anahi se levantou.

— Isso é ridículo! Por que estamos ajudando o Fernando, Dulce? Ele te jogou aos lobos! Eu vou matar o Fernando!

— Não se eu matar primeiro — disse Christopher, borbulhando de raiva.

— Entrem na fila — falei.

— Então você vai lutar amanhã? — Alfonso perguntou.

— Num lugar chamado Zero’s. Às seis horas. É com o Brock McMann, Poncho.

Alfonso balançou a cabeça.

— De jeito nenhum. Nem ferrando, Ucker! O cara é um maníaco!

— É — disse Christopher —, mas ele não está lutando pela garota dele, não é? — Ele me aninhou em seus braços, beijando o topo da minha cabeça.— Você está bem, Beija-Flor?

— Isso é errado. Isso é errado em tantos sentidos. Não sei com qual deles devo tentar te convencer a não fazer isso.

— Você não me viu hoje? Vou ficar bem. Eu já vi o Brock lutar. O cara é duro na queda, mas não é imbatível.

— Eu não quero que você faça isso, Ucker.

— Bom, eu não quero que você vá jantar com seu ex-namorado amanhã à noite. Acho que nós dois vamos ter que fazer algo desagradável para salvar a pele do seu pai imprestável.

Eu já tinha visto isso antes. Las Vegas muda as pessoas, cria monstros e homens arruinados. Era fácil deixar as luzes e os sonhos roubados penetrarem no sangue. Eu já tinha visto a enérgica e invencível expressão no rosto de Christopher muitas vezes antes, e a única cura era um avião de volta para casa.

•

Jesse franziu a testa quando olhei mais uma vez para o relógio.

— Você tem outro compromisso, Docinho? — ele me perguntou.

— Por favor, para de me chamar assim, Jesse. Odeio esse apelido.

— Eu odiei quando você foi embora também, o que não te impediu de ir.

— Essa conversa já deu. Vamos simplesmente jantar, tudo bem?