Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

Christopher reluzia de felicidade.

— Você vai ver, Beija-Flor. Vai ser o máximo! — ele exclamou, me puxando para fora da cama e beijando meus dedos. — Estou morrendo de fome, e você?

Fiz que não, e ele beijou minha testa antes de ir até a cozinha. Ao ouvir seus passos sumindo no corredor, puxei minhas roupas dos cabides, agradecida por ter lugar na mala para a maioria das minhas coisas. Lágrimas de raiva escorriam pelo meu rosto. Eu sabia que não devia ter levado Christopher àquele lugar. Eu tinha lutado com unhas e dentes para mantê-lo afastado do lado negro da minha vida e, no momento em que a oportunidade se apresentou, eu o arrastei sem pensar duas vezes ao centro de tudo que eu odiava.

Christopher agora faria parte daquilo e, se ele não ia me deixar salvá-lo, eu tinha que pelo menos me salvar.

A mala estava tão cheia que por pouco não consegui fechá-la. Puxei-a da cama e passei pela cozinha sem nem olhar para ele. Desci rapidamente os degraus, aliviada por Anahi e Alfonso ainda estarem se beijando e rindo no estacionamento, transferindo a bagagem dela de cano.

— Beija-Flor? — Christopher me chamou da entrada do apartamento.

Peguei o pulso de Anahi.

— Preciso que você me leve até o Morgan, Annie.

— O que está acontecendo? — ela me perguntou, notando a seriedade da situação pela expressão do meu rosto.

Olhei de relance para trás e vi Christopher descendo rápido as escadas e cruzando o gramado para chegar até onde estávamos.

— O que você está fazendo? — ele me perguntou, apontando para a minha mala.

Se eu lhe contasse a verdade naquele momento, todas as esperanças de me separar do Fernando, de Vegas, do Benny e de tudo que eu não queria estariam perdidas. Christopher não me deixaria ir embora, e, pela manhã, eu teria me convencido a aceitar a decisão dele.

Cocei a cabeça e abri um sorriso, tentando ganhar tempo para pensar em uma desculpa.

— Vou levar minhas coisas até o Morgan. Lá eles têm todas aquelas lavadoras e secadoras, e eu tenho uma quantidade enorme de roupa suja para lavar.

Ele franziu a testa.

— Você ia embora sem me falar nada?

Olhei de relance para Anahi e depois para Christopher, me esforçando para chegar à mais crível mentira.

— Ela ia voltar, Ucker. Você é tão paranoico — disse Anahi, com o mesmo sorriso indiferente que havia usado tantas vezes para enganar os pais.

— Ah— ele disse, ainda na incerteza. — Você vai ficar aqui hoje à noite? — ele me perguntou, beliscando o tecido do meu casaco.

— Não sei. Depende de quando vou terminar de lavar e secar minhas roupas.

Christopher sorriu, me puxando para perto dele.

— Em três semanas, vou pagar pra alguém lavar e secar suas roupas. Ou você pode simplesmente jogar fora as roupas sujas e comprar novas.

— Você vai lutar para o Benny de novo? — perguntou Anahi, chocada.

— Ele me fez uma oferta irrecusável.

— Christopher... — Alfonso começou a dizer

—Não venham pra cima de mim com essa também. Se não mudei de ideia pela Dulce, não vai ser por vocês.

Anahi encontrou o meu olhar e me entendeu.

— Bom, é melhor a gente ir, Dulce. Vai levar uma eternidade pra você lavar e secar essa pilha de roupas.

Assenti, e Christopher se inclinou para me beijar. Eu o puxei para perto, sabendo que seria a última vez que sentiria seus lábios nos meus.

— A gente se vê depois — disse ele. — Eu te amo.

Alfonso ergueu minha mala e a colocou no porta-malas do Honda, e Anahi se sentou ao meu lado. Christopher cruzou os braços no peito, conversando com o primo enquanto Anahi dava partida.