Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

Anahi ficou falando sobre seu dia e sobre os planos com Alfonso para o fim de semana. Procuramos vídeos engraçados na internet e choramos de tanto rir. Fuzz bufou algumas vezes com o barulho, mas a ignoramos.

Fiquei contente com a visita de Anahi. As horas passaram rápido, e não fiquei me perguntando se Christopher teria me ligado, até que ela decidiu ir embora.

Anahi bocejou e olhou para o relógio.

— Estou indo dormir, Du... ah, merda! — ela disse, estalando os dedos. — Deixei meu nécessaire de maquiagem no apartamento do Poncho.

— Isso não é nenhuma tragédia, Annie — falei, ainda dando umas risadinhas por causa do último vídeo que tínhamos visto.

— Não seria uma tragédia se o meu anticoncepcional não estivesse lá. Vem comigo, preciso ir lá buscar o nécessaire.

— Você não pode pedir para o Alfonso trazer?

— O Christopher está com o carro dele. Ele foi no Red com o Trent.

Senti náuseas.

— De novo? Por que ele está andando tanto com o Trent, afinal?

Anahi deu de ombros.

— Isso importa? Vamos!

— Eu não quero encontrar o Christopher. Vai ser estranho.

— Você alguma vez presta atenção no que eu falo? Ele não está lá, está no Red. Vamos! — ela disse, choramingando e puxando meu braço.

Eu me levantei com uma leve resistência enquanto ela me arrastava para fora do quarto.

— Finalmente — disse Fuzz.

Paramos o carro no estacionamento do prédio de Christopher e percebi que a Harley dele estava estacionada debaixo das escadas, e que o Charger de Alfonso não estava lá. Suspirei aliviada e segui Anahi, subindo os degraus congelados.

— Cuidado — ela me avisou.

Se eu soubesse como seria perturbador colocar os pés ali de novo, não teria deixado que Anahi me convencesse a ir até lá. Totó veio correndo a toda velocidade, batendo com tudo nas minhas pernas quando suas minúsculas patas não conseguiram frear. Eu o levantei, deixando que me cumprimentasse com suas lambidinhas. Pelo menos ele não tinha me esquecido.

Levei-o comigo pelo apartamento, esperando enquanto Anahi procurava o nécessaire.

— Eu sei que deixei aqui! — disse ela do banheiro, atravessando o corredor batendo os pés, seguindo em direção ao quarto de Alfonso.

— Você olhou no armário debaixo da pia? — ele perguntou.

Olhei para o relógio.

— Anda logo, Annie. Precisamos ir embora.

Anahi suspirou, frustrada, lá no quarto. Baixei o olhar para o relógio de novo, então dei um pulo quando a porta da frente se abriu com tudo atrás de mim. Christopher entrou cambaleando, abraçado em Maite, que dava risadinhas com a boca encostada na dele. Ela segurava uma caixa que me chamou atenção, e senti náuseas quando me dei conta do que eram: camisinhas. Sua outra mão estava na nuca dele, e eu não conseguia discernir quais braços estavam enrolados em volta de quem.

Ele ficou perplexo quando me viu ali, parada no meio da sala, e, ao vê-lo paralisado, Maite ergueu o olhar com um sorriso ainda no rosto.

— Beija-Flor — disse ele, espantado.

— Achei — disse Anahi, saindo do quarto de Alfonso.

— O que você está fazendo aqui? — ele me perguntou.

O cheiro de uísque entrava com o vento e os flocos de neve, e uma raiva incontrolável se sobrepôs a qualquer necessidade de fingir indiferença.

— Que bom ver que você voltou a ser você mesmo, Ucker — falei.

O calor que irradiava do meu rosto fazia meus olhos arderem e deixava minha visão turva.

— A gente já estava de saída — rosnou Anahi.

Ela me agarrou pela mão e passamos por eles.