Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

Senti a mão de Christopher envolver a minha enquanto ele me levava para fora. Derrick ficou olhando a cena estupefato. Alfonso já estava falando ao telefone em seu Charger, espalhando as notícias sobre a luta. Christopher se sentou atrás comigo, mantendo minha mão firme na dele.

— Acabei de falar como Christian, Ucker. Ele disse que os caras da Estadual apareceram bêbados e cheios da grana. Eles já estão irritadíssimos, então é melhor você deixar a Dulce longe deles.

Christopher assentiu.

— Você pode ficar de olho nela.

— Cadê a Anahi? — eu quis saber.

— Estudando para a prova de física.

— Aquele laboratório é legal — disse Christopher.

Ri uma vez e depois olhei para ele, que tinha um leve sorriso no rosto.

— Quando você viu o laboratório? Você não teve aula de física — Alfonso comentou.

Christopher riu baixinho e dei uma cotovelada nele. Ele pressionou os lábios até que a vontade de rir diminuiu, depois deu uma piscadinha para mim, apertando minha mão. Seus dedos se entrelaçaram aos meus, e ouvi um fraco suspiro escapar de seus lábios. Eu sabia o que ele estava pensando, porque eu sentia a mesma coisa. Naquele curto espaço de tempo, era como se nada houvesse mudado.

Paramos o carro em uma parte escura do estacionamento, e christophe se recusou a soltar minha mão até entrarmos pela janela do porão do Prédio de Ciências Hellerton, que tinha sido construído apenas um ano antes, por isso não tinha ar estagnado e poeira como os outros porões que já havíamos entrado.

Assim que passamos pelo corredor, ouvimos o rugido da multidão. Enfiei a cabeça para fora e vi um oceano de rostos, muitos dos quais não eram familiares. Todo mundo tinha uma garrafa de cerveja na mão, mas era fácil distinguir os alunos da Estadual ali no meio — eram aqueles que cambaleavam com olhos pesados.

— Fica perto do Alfonso, Beija-Flor. Isso aqui vai ficar uma loucura — Christopher disse atrás de mim.

Ele analisou a multidão, balançando a cabeça ao notar quantas pessoas estavam ali.

O porão do Hellerton era o mais espaçoso do campus, então Christian gostava de marcar lutas ali quando esperava muita gente. Mesmo assim, as pessoas se espremiam nas paredes e se empurravam para conseguir um lugar melhor. Christian apareceu e nem tentou disfarçar sua insatisfação com minha presença.

— Achei que eu tinha te falado pra não trazer mais sua mina nas lutas, Christopher.

Ele deu de ombros.

— Ela não é mais minha mina.

Mantive a expressão tranquila, mas ele disse essas palavras de um modo tão objetivo que me fez sentir uma punhalada no peito.

Christian olhou para baixo, para nossos dedos entrelaçados, e ergueu o olhar para Christopher.

— Eu nunca vou entender vocês dois.

Ele balançou a cabeça e olhou de relance para a multidão. As pessoas continuavam entrando pelas escadarias, e aquelas que estavam na parte de baixo já formavam um aglomerado.

— Tem uma grana preta em apostas hoje, Christopher. Então nada de ferrar com a luta, ok?

— Vou garantir que seja divertido pra todo mundo, Christian.

— Não é com isso que estou preocupado. O Brady vem treinando.

— Eu também.

— Papo furado — disse Alfonso, rindo.

Christopher deu de ombros.

— Entrei numa briga com o Trent no fim de semana passado. Aquele merdinha é rápido.

Ri baixinho e Christian olhou feio para mim.

— É melhor você levar isso a sério, Christopher — ele disse, encarando-o. — Eu tenho muito dinheiro correndo nessa luta.

— E eu não? — Christopher respondeu, irritado com o sermão.