Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

O ar frio atingiu as partes descobertas do meu corpo e protestei ainda mais alto.

—Me coloca no chão, droga!

Christopher abriu a porta do carro e me jogou no banco de trás, sentando ao meu lado.

— Piter, você é o motorista da noite?

— Sou — ele respondeu nervoso, observando minha luta para fugir.

— Preciso que você leve a gente até o meu apartamento.

— Christopher... eu não acho...

A voz de Christopher era controlada, mas assustadora.

— Faz o que eu pedi, Piter, ou te dou um soco na nuca, juro por Deus.

Piter arrancou com o carro e me lancei em direção à maçaneta da porta.

— Eu não vou para o seu apartamento!

Christopher agarrou um dos meus pulsos e depois o outro. Eu me abaixei para morder seu braço. Ele fechou os olhos, e um grunhido baixo escapou de seu maxilar cerrado quando meus dentes afundaram em sua pele.

— Faça o seu pior, Dul. Estou cansado das suas merdas.

Parei de mordê-lo e comecei a mexer os braços, desajeitada, lutando para me soltar.

— Minhas merdas? Me deixa sair da droga desse carro!

Ele puxou meus pulsos para perto do rosto.

— Eu te amo, droga! Você não vai a lugar nenhum até ficar sóbria e a gente resolver isso!

— Você é o único que ainda não resolveu, Christopher! — falei.

Ele soltou meus pulsos e cruzei os braços, fechando a cara durante o resto do caminho até o apartamento.

Quando o carro parou, eu me inclinei para frente.

— Você pode me levar pra casa, Piter?

Christopher me puxou para fora do carro pelo braço e me jogou por cima do ombro novamente, carregando-me escada acima.

— Boa noite, Piter.

— Vou ligar para o seu pai! — gritei.

Christopher riu alto.

— E ele provavelmente vai me dar um tapinha nas costas e me dizer que já estava mais do que na hora!

Ele fez um esforço para abrir a porta enquanto eu chutava e mexia os braços, tentando me soltar.

— Para com isso, Dulce, ou nós dois vamos sair rolando pela escada!

Assim que ele abriu a porta, entrou pisando duro em direção ao quarto de Alfonso.

— Me. Coloca. No. Chão! — gritei.

— Tudo bem — ele disse, me largando na cama do primo. — Dorme e vê se melhora. A gente conversa amanhã.

O quarto estava escuro; a única luz era um facho retangular vindo do corredor. Eu me esforcei para achar um foco em meio à escuridão, à cerveja e à raiva, e, quando ele se posicionou sob o facho de luz, ela iluminou seu sorriso presunçoso.

Soquei forte o colchão.

— Você não pode mais me dizer o que fazer, Christopher! Eu não pertenço a você!

No segundo que ele levou para se virar e ficar cara a cara comigo, sua expressão foi tomada pela ira. Ele veio até mim batendo os pés, plantou as mãos na cama e aproximou o rosto do meu.

— Bom, mas eu pertenço a você!

As veias em seu pescoço saltaram enquanto ele gritava, e não me desviei de seu olhar penetrante, recusando-me sequer a piscar. Ele olhou para os meus lábios, arfando.

— Eu pertenço a você — sussurrou, sua raiva se derretendo quando ele se deu conta de como estávamos próximos um do outro.