Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

— Quando você tiver alguma coisa assim, Augustus... você vai entender - disse Christopher, sorrindo para mim.

O salão estava alvoroçado, tanto por causa do espetáculo lá fora quanto pela proximidade do recesso. À medida que as pessoas se sentavam, o fluxo de conversa foi ficando mais alto até virar um som ensurdecedor.

Na hora em que Alfonso e Anahi voltaram com suas bandejas, já tinham feito às pazes. Ela se sentou feliz na cadeira ao lado da minha, tagarelando sobre o iminente momento de conhecer os pais de Poncho. Os dois partiriam naquela noite para a casa deles — a desculpa perfeita para um dos infames ataques de fúria de Anahi.

Fiquei observando-a enquanto ela pegava o pão e falava sobre o que deveria colocar na mala e quanta bagagem poderia levar sem parecer pretensiosa, mas ela parecia estar aguentando firme.

— Eu já te disse, baby. Eles vão te amar. Vão te amar como eu te amo— disse Alfonso, enfiando os cabelos dela atrás da orelha.

Anahi inspirou e sorriu, como sempre acontecia quando ele fazia com que ela se acalmasse.

O celular de Christopher vibrou, deslizando alguns centímetros pela mesa. Ele o ignorou, contando a Augustus a história do nosso primeiro jogo de pôquer com os irmãos dele. Olhei de relance para o mostrador e bati de leve no ombro dele quando li o nome.

—Ucker?

Sem pedir desculpa, ele parou de conversar com Augustus e me deu total atenção.

— Que foi, Beija-Flor?

— Acho que você vai querer atender essa ligação.

Ele olhou para o celular e suspirou.

— Ou não.

— Pode ser importante.

Ele franziu os lábios antes de levar o celular ao ouvido.

— E aí, Christian? — Os olhos dele examinavam atentamente o salão enquanto ele ouvia o que Christian tinha a dizer, assentindo de vez em quando.

— Essa é minha última luta, Christian. Não tenho certeza ainda. Não vou sem ela, e o Poncho vai viajar. Eu sei... já entendi. Hum... não é uma má ideia, pra falar a verdade.

Minhas sobrancelhas se retraíram, vendo os olhos dele brilharem com qualquer que fosse a ideia que Christian tinha lhe dado. Quando Christopher desligou o celular, encarei-o com expectativa.

— Vai dar pra pagar o aluguel dos próximos oito meses. O Christian conseguiu o John Savage. Ele está tentando deixar a coisa mais profissional.

— Eu nunca vi esse cara lutar, e você? — Alfonso quis saber, inclinando-se para frente.

Christopher assentiu.

— Só uma vez, em Springfield. Ele é bom.

— Não o bastante — falei. Ele se inclinou e beijou minha testa em agradecimento. — Eu posso ficar em casa, Ucker.

— Não — ele disse, balançando a cabeça.

— Não quero ver você levar por/rada como da última vez porque ficou preocupado comigo.

— Não, Dulce.

— Eu fico te esperando acordada — falei, tentando soar mais feliz com a ideia do que eu realmente me sentia.

— Vou pedir pro Trent ir junto. Ele é o único em quem confio pra poder me concentrar na luta.

— Valeu, babaca — Alfonso resmungou.

— Ei, você teve sua chance — disse Christopher, não completamente de brincadeira.

Alfonso retorceu um pouco a boca, contrariado. Ele ainda se sentia em falta pela noite no Hellerton. Ele havia me pedido desculpa todos os dias durante semanas, mas o sentimento de culpa enfim se tornara controlável o bastante a ponto de ele sofrer em silêncio. Anahi e eu tentamos convencê-lo de que a culpa não era dele, mas Christopher sempre o consideraria responsável.