Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

Peguei o gloss do bolso e passei-o nos lábios, aproveitando o espelho da parede atrás do balcão.

— Cor bonita essa — ele disse, a me ver pressionando os lábios.

Sorri, sentindo raiva do Christopher e o peso do álcool.

— Talvez você possa experimentá-lo depois.

Os olhos de Rodrigo brilharam quando me inclinei para perto dele, e sorri quando ele encostou no meu joelho. Mas ele tirou a mão, pois Christopher se colocou entre nós dois.

— Está pronta, Dulce?

— Estou conversando, Christopher — afirmei, afastando-o para trás.

A camiseta dele estava ensopada por causa do circo na pista de dança, e eu também fiz um showzinho, limpando a mão na saia.

Christopher fez uma careta.

— Você ao menos conhece esse cara?

— Esse é o Rodrigo — eu disse, sorrindo para meu novo amigo da maneira mais sedutora que consegui.

Ele piscou para mim e então olhou para Christopher, estendendo a mão para cumprimentá-lo.

— Prazer em conhecê-lo.

Christopher ficou olhando para mim com ar de expectativa, até que por fim cedi, abanando a mão na direção dele.

— Rodrigo, esse é o Christopher — murmurei.

— Christopher Uckermann — disse ele, encarando a mão do Rodrigo como se quisesse arrancá-la.

Rodrigo arregalou os olhos e, sem jeito, puxou a mão para trás.

— Christopher Uckermann? Christopher Uckermann da Eastern?

Apoiei o rosto no punho cerrado, temendo a inevitável troca de histórias cheias de testosterona que viria em seguida. Christopher esticou o braço atrás de mim e agarrou-se ao balcão.

— É, e daí?

— Vi sua luta com o Shawn Smith no ano passado, cara. Achei que ia testemunhar a morte de alguém!

Christopher fitou-o enfurecido.

— Quer ver isso acontecer de novo?

Rodrigo riu, olhando rapidamente de mim para Christopher e vice-versa. Quando se deu conta de que ele estava falando sério, sorriu para mim como que pedindo desculpas e foi embora.

— Está pronta agora? — Christopher perguntou irritado.

— Você é um completo babaca, sabia?

— Já me chamaram de coisa pior — ele disse, me ajudando a sair da banqueta.

Fomos atrás de Anahi e Alfonso até o carro, e, quando Christopher tentou me segurar pela mão para me guiar pelo estacionamento, eu a puxei com força. Ele se virou e parei, curvando me para trás quando seu rosto ficou a poucos centímetros do meu.

— Eu devia beijar você e acabar logo com isso! — ele gritou. — Você está sendo ridícula! Beijei seu pescoço, e daí?

Eu podia sentir o cheiro de cerveja e cigarro no hálito dele e o afastei.

— Não sou sua amiguinha de trepada, Christopher.

Ele balançou a cabeça, sem acreditar no que tinha acabado de ouvir.

— Eu nunca disse que você era! Você está perto de mim vinte e quatro horas por dia, dorme na minha cama, mas, na metade desse tempo, age como se não quisesse ser vista comigo!

— Eu vim até aqui com você!

— Eu só te trato com respeito, Dulce.

Mantive minha linha de defesa.

— Não, você só me trata como se eu fosse sua propriedade. Você não tinha o direito de espantar o Rodrigo daquele jeito!